A montanha mágica

domingo, fevereiro 29, 2004

Moleskine


DONALD JUDD


Donald Judd, Untitled, 1990.

.













.

posted by Luís Miguel Dias domingo, fevereiro 29, 2004

sábado, fevereiro 28, 2004

FARÖ



Bill Viola, Going Forth By Day: First Light (Panel 5), 2002. Photo: Kira Perov.


For this work, Viola references fresco painting to create a powerful five-part projection-based installation that examines cycles of birth, death, and rebirth. Each "panel"—a projection seen directly on the walls of a space—is approximately 35 minutes long and was recorded in state-of-the-art High Definition Video. The suite of works creates an epic articulation of the passage of nature's cycles and offers mythic reflections on the temporal flow of birth and regeneration.

posted by Luís Miguel Dias sábado, fevereiro 28, 2004

sexta-feira, fevereiro 27, 2004

ENTREVISTA




Any answers? - Louise Bourgeois


"Twosome", 1991.


John Berger (writer): Is there space everywhere or only in some places?

LB: Space is something that you have to define. Otherwise it is like anxiety, which is too vague. A fear is something specific. I like claustrophobic spaces, because at least then you know your limits.

JB: Is there a musical instrument whose sound is a little like that of your drawings?

LB: The piano. Sometimes the drawings can be a simple note or sometimes they become quite elaborate like chords. (...)

Yinka Shonibare (artist): Do you like flowers, and if you have a favourite what is it and what does it make you think of?

LB: I think flowers are beautiful but I much prefer chocolates. (...)

Francis Upritchard (artist): What is your most recent memorable dream?

LB: I don't remember my dreams. I do remember a dream of long ago where my father was crying and a cat came and gobbled up his tears.

posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, fevereiro 27, 2004

quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Moleskine…


para o Tomás


KIM, TXCHANG-YEUL


COLORPLATE 1. RITE, 1965.

posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, fevereiro 26, 2004

"UNA OBRA. UN ARTISTA"


LA ANUNCIACIÓN de Guido di Pietro da Mugello,llamado Fra Angelico (Hacia 1400 - 1455)


"Guido di Pietro nació en Vicchio en el Mugello. Fraile del convento de Santo Domingo de Fiesole, cerca de Florencia, inicia su actividad artística muy joven, en el campo de la miniatura. Desde el principio, su obra aúna elementos de la tradición gótica de finales del siglo XIV con los avances del primer renacimiento, pero es la espiritualidad que emana de sus cuadros, la que le hace merecedor de su sobrenombre: Fra Angélico, porque se decía que pintaba como los ángeles."

posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, fevereiro 26, 2004

"VIAGEM A ITÁLIA" pela mão de Goethe e do Google 8


De Verona a Veneza

Verona, 17 de Setembro [1786]

"Alguns retratos de Paolo Veronese só contribuíram para aumentar a minha admiração por este artista. A colecção de antiguidades é maravilhosa, precioso um filho de Níobe deitado, os bustos, apesar dos narizes restaurados, quase sempre altamente interesses, um Augusto com a coroa de cidadão romano, um Calígula e outros.
Está-me na massa do sangue saber venerar com gosto e alegria o que tem grandeza e beleza; e o poder dar largas a este dom dia após dia e hora após hora a partir de objectos tão magníficos provoca-me uma sensação da maior felicidade.
Num país em que gozamos o dia, mas sobretudo nos alegramos com a chegada da noite, este momento tem um significado especial. O trabalho suspende-se, o passeante regressa a casa, o pai quer a filha de volta ao lar, o dia chega ao fim; mas nós, os Cimérios, mal sabemos o que é o dia. Mergulhados em eternas névoas cinzentas, é-nos indiferente saber se é dia ou noite; pois quantas horas podemos nós verdadeiramente deliciar-nos ao ar livre? Quando aqui chega a noite, o dia ficou decisivamente para trás, delimitado por crepúsculo e aurora, passaram vinte e quatro horas, abre-se uma nova página, os sinos tocam, reza-se o terço, de lamparina acesa entra a criada no quarto e diz «Felicissima notte!»"


GOETHE (trad. João Barrento), "Viagem a Itália", Lisboa, Relógio D`Água Editores, 2001.



Paolo Veronese, DETAIL OF Musicians.

posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, fevereiro 26, 2004

quarta-feira, fevereiro 25, 2004

do Mestre d`A Casa Encantada (14)


CINEMA E PINTURA X


Un Matrimónio Interplanetário de Enrico Novelli, Itália, 1910.

"UN MATRIMONIO INTERPLANETARIO, história de um astrónomo que se apaixona por uma marciana através do telescópio e marca casamento com ela na Lua, combina habilmente a ficção científica e o romance operático."


AELITA de Jakov Protazanov, URSS,1924.



"AELITA é um dos raros exemplos de construtivismo no cinema à maneira de Meyerhold nos cenários e nos espantosos figurinos (estes da autoria de Alexandre Exter)."


Flash Gordon`s Trip to Mars (Planeta Destruidor), de Ford Beebe e Robert Hill, Estados Unidos, 1938





"Segundo dos três serials que adaptam a popular banda desenhada de Flash Gordon. O herói, acompanhado por Dale (Jean Rogers) e Zharkov (Frank Shanon), enfrenta de novo o imperador Ming (Charles Middleton) que, aliado à diabólica rainha de Marte, lança nitrogénio para a atmosfera terrestre."


Abbott and Costello goes to Mars de Charles Lamont, Estados Unidos, 1953.



"Abbott e Costello preparam-se para chegar a Marte mas a nave sofre um desvio e aterra em Vénus, que, para fazer jus ao nome, é povoado por beldades interpretadas pelas concorrentes a Miss Universo desse ano. O problema é que elas odeiam homens, e adupla sai a correr para o foguete de regresso."


Missile to the moon de Richard Cunha, Estados Unidos, 1959.



"Três aventureiros chegam à Lua e descobrem as mulheres selenitas escondidas numa caverna com medo de uma aranha gigante. Esta nova versão do “clássico” Kitsch CAT WOMEN OF THE MOON, é mais lembrado por um argumento, cenários e adereços completamente inconcebíveis! A descobrir, para vingar Ed Wood!!!"


Chikyu Boeigun de Inoshiro Honda, Japão, 1957.



"Um dos vários filmes de space opera japoneses que chegaram até nós durante a moda do género, realizado por um dos seus mestres, Inoshiro Honda (a quem Kurosawa presta homenagem num dos seus SONHOS). Extra-terestres enviam ao Japão uma ave robot que lança raios mortais pelos lhos com o objectivo de levar mulheres para a sua raça em perigo."


Devil Girl from Mars de David MacDonald, Grã-Bretanha, 1954.





"Variação britânica de THE DAY THE EARTH STOOD STILL. A uma estalagem escocesa, onde um criminoso evadido se refugiou e onde se encontram uma série de figuras “características”, cgega uma marciana com más notícias. As suas confrades tomaram o poder em Marte e instalaram um “matriarcado intransigente”, e ela está ali para levar alguns machos a fim de propagar a raça."


in "programação da cinemateca", Setembro de 2002.

posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, fevereiro 25, 2004

blogosfera

de visita alguns blogues:

O Bisturi – o bisturi é a tinta que se solta quando torço a minha alma

ACUSO - EDITORIAL:
Contra todos os abusos e prepotências por parte dos poderes públicos ou privados, individuais ou colectivos, nacionais ou internacionais. Todos os artigos publicados são da responsabilidade dos respectivos autores, cujos pontos comuns são a tolerância e a busca de um mundo melhor, mais livre e mais justo, sem preconceitos nem verdades absolutas. Nenhum dos autores do "ACUSO!" é obrigado a concordar com os artigos dos restantes.


ACUSO! “2” - Um blogue contra a discriminação e a prepotência.

O MUNDO DE CLÁUDIA - The power of accurate observation is commonly called cynicism by those who have not got it. - George Bernard Shaw

posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, fevereiro 25, 2004

terça-feira, fevereiro 24, 2004

Ilusiones ópticas



El círculo vibrante

En esta imagen relativamente normal, puede observarse un círculo azul central rodeado de unas líneas. Pero, ¿qué pasa cuando centramos en ella nuestra mirada? ¡Parece moverse! Si no fuera porque sabemos que se trata de una imagen fija, posiblemente nos aventuráramos a suponer que se trata de alguna animación, pero en realidad es nuestro cerebro el que anima la figura.




Borrando una nube con la imaginación

Cuando observamos por vez primera esta imagen, vemos un punto negro rodeado por una nube gris. Sin embargo, si mantenemos fijos los ojos sobre el punto, sin mirar desde muy cerca, poco a poco la nube gris irá desapareciendo, como si se tratara de una mancha que se difumina ante la acción de un líquido limpiador. Cuando dejamos de mirar fijamente, la nebulosa gris reaparece.




De estrella a cuadrado

Cuando estamos interesados en identificar alguna figura, usualmente un único vistazo es suficiente para conseguirlo. pero no siempre el paisaje que la rodea nos permite hacerlo con rapidez.
En la imagen se observa una serie de círculos concéntricos sobre los cuales se encuentra trazada una figura de color violeta que de entrada nos cuesta determinar. De entrada, la mayoría de lectores habrán ´visto´ una especie de estrella de cuatro puntas.

Una observación más pausada nos revelará que la figura en cuestión no es otra que un simple cuadrado. Su entorno, no obstante, nos lleva a confusión. La serie de circunferencias blancas y negras, al cortar el cuadrado en diferentes lugares, nos lleva a la ilusión de que los lados del cuadrado se encuentran curvados hacia el interior, otorgándole una forma global estrellada.




El círculo curvado

Sobre este círculo se han trazado toda una serie de radios. En la parte superior del lado derecho una figura desafía nuestra comprensión y nos reta a adivinar su naturaleza. No parece una circunferencia... ¿se tratará de una especie de elipse?
Si concentramos nuestra atención en la figura misteriosa acabaremos comprendiendo que sí que se trataba de una circunferencia, pero que su entorno consiguió engañarnos. Los radios que la atraviesan hacen parecer más plana la sección más próxima al centro de la circunferencia mayor, mientras que tienen el efecto contrario en la más alejada, “rompiendo”, así, su apariencia circular.




El pasillo de Hering

El carril que forman las dos líneas rojas de la imagen parece estrecharse en los extremos superior e inferior, en tanto que la zona central aparenta ser la más ancha. Lo que en realidad ocurre es que la presencia del fondo de rayas azules en forma de doble abanico influye psicológicamente sobre nuestra percepción visual, haciéndonos creer que las líneas rojas están un poco dobladas, cuando son del todo rectas. Esta clase de ilusión óptica fue identificada por vez primera por el psicólogo alemán Ewald Hering.

posted by Luís Miguel Dias terça-feira, fevereiro 24, 2004

segunda-feira, fevereiro 23, 2004


Bill Brandt

posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, fevereiro 23, 2004

"OS POETAS LUSÍADAS" 1


"Períodos em que se divide a História Poética


Durante os primeiros tempos da nossa História, desde D. Afonso Henriques, o criador da Metrópole, até D. João I, o criador do Ultramar, a vida portuguesa é agrícola e pastoril. Foi a idade de oiro, em que a nossa Poesia amanheceu: o período rural ou dionisiano, de D. Dinis, o rei poeta e lavrador. Abrange os séculos XIII e XIV.
Chamarei ao segundo, marítimo ou henriquino, de D. Henrique, o iniciador das Descobertas. Abrange os séculos XV e XVI. No primeiro século predomina a acção dos nautas e a prosa dos cronistas.
Chamarei ao terceiro, sebastianista, de D. Sebastião, o Rei morto em Alcácer-Quibir e ressurgido na lembrança do Povo e dos poetas. Abrange os séculos XVII, XVIII e a primeira metade do século XIX.
Chamarei político ao quarto período, porque nele predomina a poesia satírica, de intuitos políticos e sociais. Abrange o resto do século XIX.
Chamarei ao quinto período, que não findou ainda, neo-sebastianista. Nele revive, enfim, a alma saudosa dos lusíadas.
Estes períodos representam os cinco pontos culminantes da nossa História transcendente."


PASCOAES, Teixeira, "Os Poetas Lusíadas", Lisboa, Assírio & Alvim, 1987, p. 48.

posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, fevereiro 23, 2004

domingo, fevereiro 22, 2004

Bill Brandt at the V&A


Reflection, 1949


Bill Brandt was born in London in 1904. While studying architecture in Germany and Switzerland he began working in portrait studios where he fell in love with photography. He later moved to Paris and studied under Man Ray between 1929-1930. While Brandt admired photographers such as Edward Weston, Cartier-Bresson and Eugene Atget, he became greatly influenced by surrealism. In 1931 he returned to England where he became a freelance photographer and began documenting the English way of life. His images were featured in publications including Harper?s Bazaar, News Chronicle and Picture Post. With the onset of World War II, Brandt became a staff photographer for the British Home Office where he reported on the hardships of the English people during the German bombing raids. By the end of the war, Brandt had become disillusioned with documentary photography and yearned to create the type of images he made in his earlier years in Paris. He began to photograph nudes, landscapes and portraits. Brandt is best known for his high contrast images with their stark black-and-white tones, and for his use of a wide-angle lens which distorted the subject matter and gave the image a surreal quality. His work can be found in most museums that collect photographs.

posted by Luís Miguel Dias domingo, fevereiro 22, 2004

sábado, fevereiro 21, 2004




posted by Luís Miguel Dias sábado, fevereiro 21, 2004

"ÉDIPO:

O que é o ritual de purificação?
Como deve ser feito?

CREONTE:

Pelo banimento de um homem ou pela expiação de sangue por sangue…

SÓFOCLES, Édipo Rei"


in ROTH, Philip (trad. Fernanda Pinto Rodrigues), “A Mancha Humana”, Lisboa, Dom Quixote, 2004.


posted by Luís Miguel Dias sábado, fevereiro 21, 2004

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

MOLESKINE


RUBENS - La Historia de Aquiles


Pedro Pablo Rubens, Tetis sumergiendo a Aquiles en el río Éstige, Boceto.


"Un oráculo había advertido a Tetis, ninfa del mar, que su hijo Aquiles moriría durante una batalla. Para protegerle, Tetis sumergió a su hijo en las aguas del Éstige, el río del averno. Pero el talón por el que le sujetó continuó siendo vulnerable. Al diseñar este episodio, que no aparece en la Ilíada, Rubens se inspiró en fuentes posteriores y en compilaciones de textos clásicos.

La mujer que con una antorcha que alumbra el camino a Tetis es una de la tres Parcas (probablemente Láquesis), divinidades a quienes se representaba como hilanderas que tejen el destino de los hombres. Las esculturas situadas a ambos lados de la escena representan a los dioses del infierno, Proserpina y su esposo Plutón. En el primer plano aparece el perro tricéfalo Cerbero, guardián de los infiernos.

Rotterdam, Museum Boijmans Van Beuningen."

posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, fevereiro 20, 2004

"La joven de la perla"



"–¿Cómo fue la colaboración con el operador Eduardo Serra?

–Tan intensa como sencilla dado que ambos coincidimos en nuestros tiempos escolares en la Universidad de la Sorbona en París. Creo que compartimos la misma sensibilidad creativa y artística."

posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, fevereiro 20, 2004

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

será que alguém já deu atenção à presença deste grande campeão em Portugal? sim ele está cá. no Algarve. não são só os futebolistas que lá estão. sim, ele também lá está. até parece que é uma presença habitual entre nós. claro que podemos estar a cometer injustiças nestas apreciações, mas…




posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, fevereiro 18, 2004

LITERATURA



Han Gan


" – A mãe disse que o biberon ficou em cima do fogão – informei eu.
- Dei-lho há pouco. Não é fome – retorquiu Seymour.
Mesmo no escuro, dirigiu-se á estante e fez incidir o feixe de luz ao correr das prateleiras. Sentei-me na cama e inquiri:
- De que andas tu à procura?
- Pensei que talvez lendo-lhe qualquer coisa… - respondeu Seymour e tirou um livro da estante.
- Por amor de Deus, ela tem dez meses! – exclamei.
- Bem sei – tornou ele - , mas tem ouvidos, pode ouvir.
A história que Seymour leu a Franny, nessa noite, à luz da lâmpada, era uma das suas preferidas, uma história taoista, e a minha irmã ainda hoje jura que se lembra de ele lha haver lido.

O príncipe Mu da China disse a Po Lo: «Já estás velho. Há alguém na tua família que te possa substituir em cuidar dos cavalos?» Po Lo respondeu: «Um bom cavalo conhece-se pelo porte e pelas maneiras. Mas um cavalo excepcional – que não levanta pó nem deixa rasto – tem qualquer coisa de efémero e rápido, evanescente como o ar. Em talento, os meus filhos estão num plano mais baixo; sabem o que é um bom cavalo, quando o vêem, mas são incapazes de reconhecer um cavalo excepcional. No entanto, tenho um amigo, chamado Chiu-fang Kao, vendedor ambulante de azeite e hortaliças, que, no que diz respeito a cavalos, não me fica de modo algum atrás. Chame-o, por favor.»
O príncipe Um assim fez, e depois mandou-o em busca de um bom garanhão. Três meses passados, voltou com a notícia de que encontrara um. «Está agora em Shach`iu» - informou ele. E o príncipe perguntou: «Que espécie de cavalo é?» «É uma égua baia, um pouco escura» - foi a sua resposta. Entretanto, mandaram buscar o animal e verificou-se que era um garanhão negro como a noite! Muito aborrecido, o príncipe chamou Po Lo. «Aquele teu amigo, que encarreguei de me procurar um cavalo, arranjou uma bela trapalhada. Num animal, não consegue sequer distinguir nem a cor, nem o sexo! Como é que ele percebe de cavalos?» Po Lo respirou com satisfação e perguntou: «Ele já chegou realmente a esse apuro? Se assim é, vale dez mil como eu todos juntos. Entre nós não pode haver comparação. Kao é um perito de mecanismo espiritual. Assegurando-se do essencial, esquece o pormenor. Atenta nas qualidades intrínsecas, despreza as aparências exteriores. Vê o que quer ver e não o que não quer. Olha para as coisas que deve olhar e põe de parte as que o não merecem. Kao deu mostras de ser um perito tão clarividente que devia julgar qualquer outra coisa melhor do que cavalso.»
Quando o cavalo chegou, verificou-se, na verdade, ser um animal magnífico."


SALINGER, J. D. (trad. Bertha Mendes e Salvato Telles Menezes), "Carpiteiros, Levantem Alto O Pau de Fileira", Lisboa, Quetzal Editores, 1991.

posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, fevereiro 18, 2004

terça-feira, fevereiro 17, 2004

The Passion Of The Christ




LOA À CRUZ REDENTORA

Cruz, sab`roso descanso em minha vida:
sede Vós bem aparecida


Oh bandeira, em cujo amparo
o mais fraco será forte!
Oh vida da nossa morte!,
que bem ressuscitaste!
O leão tu amansaste,
pois por ti perdeu a vida:
sede Vós bem aparecida.
Quem não nos ama, é cativo
e alheio da liberdade;
quem a Vós quiser chegar,
em nada terá desvio.
Oh ditoso poderio,
onde o mal não tem cabida!:
sede Vós bem aparecida.
Vós foste a liberdade
para o nosso cativeiro;
por Vós tratou-se a maldade
com tão custoso remédio.
Para Deus foste intermédio
de alegria conseguida:
sede Vós bem aparecida.


Santa Teresa de Ávila.





BUSCA-TE EM MIM

Alma, buscar-te-ás em Mim,
a Mim buscar-me-ás em ti.


De tal sorte pôde amor,
alma, em Mim te retratar,
que nenhum sábio pintor
sab`ria com tal primor
tal imagem estampar.
Foste por amor criada
formosa, bela, e assim
em meu coração pintada;
se te perderes, minha amada,
alma, buscar-te-ás em Mim.
Pois Eu sei que te acharás
em meu peito retratada,
e tão ao vivo tirada
que, se te vês, folgarás
ao ver-te tão bem pintada.
E se acaso não souberes
onde me acharás a Mim,
não vás daqui para ali.
Se não, se achar-me quiseres,
a Mim buscar-me-ás em ti.


Santa Teresa de Ávila.

posted by Luís Miguel Dias terça-feira, fevereiro 17, 2004

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

FARÖ



Nan Goldin, Tree in first snowfall, Priory Hospital, London.


" - Sinto-me muito confortável contigo num dia de neve. Assim deitada com toda a neve a esvoaçar em volta das árvores, é bastante maravilhoso."


*


"- Lembras-te de mim.
- Sim, estou a lembrar-me aos poucos.
- Está bem, tens o tempo todo."


*


"- Preferia que não me chamasses nada hoje. A sem-nome.
- Que tal Ninguém?
- Não, isso é demasiado definitivo.
- Se chamássemos Ninguém a um personagem, pergunto a mim mesmo aonde isso nos levaria. Havia um personagem chamado Ninguém.
- Imaginava que precisavas de mais ideias para começar um livro.
- Isso é mais do que eu normalmente preciso para começar. Ninguém foi ao aeroporto de Heathrow. Ninguém embarcou. Aonde foi Ninguém.
- Ninguém foi a França. Porque é que Ninguém foi a França?
- Porque Ninguém gosta.
- Então Ninguém encontra Alguém. A outra personagem é Alguém. Ninguém e Alguém tornaram-se amantes.
- E?"


ROTH, Philip (trad. Filomena Andrade de Sousa), "Traições", Lisboa, Bertrand Editora, 1991.

posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, fevereiro 16, 2004

domingo, fevereiro 15, 2004

MOLESKINE


Gifts in Honor of the Museum's 125th Anniversary

FOTOGRAFIA



Aix-en-Provence, Harry Callahan, American, 1912 - 1999; 1958; Untitled Rayograph, 1923, Man Ray, American , Born 1890, died 1976.


PINTURA



Frederic Edwin Church (American, 1826-1900), Pinchincha, 1867; Édouard Manet, Basket of Fruit, 1882.

posted by Luís Miguel Dias domingo, fevereiro 15, 2004

à atenção da Leitura Partilhada, pelo menos.




«Motín» de las letras inglesas contra Joyce en el centenario del «Ulises»

LONDRES. La celebración de los cien años del Bloomsday -el día de junio de 1904 en que James Joyce sitúa el argumento de su «Ulises»- ha arrancado con la polémica provocada por varios y destacados escritores, que consideran una farsa generalizada la sobrevaloración de una obra de intrincado lenguaje que pocos realmente han conseguido acabar.

El fuego lo ha abierto Roddy Doyle, ganador del premio Booker, para quien la deificación de «Ulises» -catalogada por sus fervientes defensores como la mejor novela del siglo XX y la mejor obra escrita en inglés- pesa como una losa sobre las letras irlandesas.


posted by Luís Miguel Dias domingo, fevereiro 15, 2004

sábado, fevereiro 14, 2004

MOLESKINE


Pre-Raphaelite & Other Masters: the Andrew Lloyd Webber collection


Sir John Everett Millais, The Proscribed Royalist 1651, 1853.


posted by Luís Miguel Dias sábado, fevereiro 14, 2004



El capítulo perdido de Rayuela
Julio Cortázar recuperado, tras 20 años de ausencia


"Rayuela partió de estas páginas”. ¿Y por qué lo eliminó? “No me había dado cuenta [...] que el final del libro, la noche de Horacio en el manicomio, se cumplía dentro de un simulacro equivalente al de este primer capítulo”. Comprendió “que debía eliminarlo, sobreponiéndome al amargo trago de retirar la base de todo el edificio”."

posted by Luís Miguel Dias sábado, fevereiro 14, 2004

entrevista - Héctor Babenco - "Carandiru"




La película comienza con un plano general de Sau Paulo y se va acercando hasta el corazón de la cárcel... ¿sería Carandiru un microcosmos de la sociedad brasileña?

–En realidad, creo que es todo lo contrario. Hoy en día la sociedad brasileña es una guerra civil, una auténtica selva. Brasil, como la película, es una guerra por la supervivencia. Sin embargo, Carandiru nos muestra que un grupo, por violento que sea, siempre busca formas de coexistencia. Carandiru fue un lugar superpoblado que generó una rica experiencia de vida organizada, un modelo de supervivencia.

–¿Le interesó, por encima de todo, el aspecto antropológico que podía ofrecer la película?

–Lo cierto es que estudié la meteria en profundidad. Estudié a los primates, leyendo mucho sobre la vida de los simios y su capacidad organizativa. Lo que me fascinó fue aprender que un lugar con tres personas es susceptible de generar violencia en una escala de 8, pero que en un lugar con docenas de personas la tasa de violencia se reduce a 1. Esto es lo que ocurría en Carandiru, que en celdas para seis personas dormían catorce, pero se organizaron para no matarse entre ellos.


posted by Luís Miguel Dias sábado, fevereiro 14, 2004

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

The Alien Worlds of the Galactic Geographic





posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, fevereiro 13, 2004

uma entrevista


a Cristina , oferece-nos uma entrevista em duas partes: Jean Renoir entrevista Jean Renoir. brilhante!
um dos nossos filmes preferidos é o genial A Regra do Jogo. já por aí anda em dvd. genial, simplesmente.



posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, fevereiro 13, 2004

blogosfera

de visita a alguns blogues:


Don Vivo - Um blog no primeiro, segundo e terceiro graus sobre poesia, política, economia, cozinha, navegação à vela, afectos, literatura, cinema, amor, restaurantes - numa palavra, Maiakovski: "Honorés camarades de l'avenir, / je vous parlerai du temps, et de moi".

(Des)Humores! - O humor tem destas coisas... Nem sempre agrada! Nem sempre é bom! Mas não deixa de ser humor... (Aqui está a primeira grande parvoíce ou, como preferimos chamar-lhe, o primeiro (des)humor!)

Lugar da incerteza - [Este é só o sítio onde me entretenho e respiro enquanto ganho e perco fôlego para me dedicar ao (des)encontro.]

janela-amarela – tomo ii

o situacionista

Luminescências - A luminescência (medida em lumens) é a medida da intensidade da luz que é na realidade apreendida pelo olho humano. A radiação luminosa é uma medida do output total na fonte; a luminescência mede apenas a porção que é apreendida. Luminosidade é uma medida subjectiva do quão brilhante um objecto parece ao olho humano. É practicamente impossível de medir objectivamente. É relativa. Por exemplo, uma vela num quarto escuro parecerá brilhante a quem a vê; isso já não acontecerá à luz do sol.

Prosa Solta

posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, fevereiro 13, 2004

quinta-feira, fevereiro 12, 2004

para quem ainda não tenha lido a notícia no Público, pelo menos.



Frederico Lourenço Galardoado com o Prémio D. Diniz

Para Frederico Lourenço (n. 1963), que traduziu peças de Eurípides ("Hipólito", "Íon") e está agora a trabalhar na "Ilíada", de Homero, a "Odisseia" continua a ser "o mais interessante e mais belo livro que existe", "absolutamente incomparável".

Lourenço confessa que começou a tentar traduzir "Odisseia" em 1988. Houve mesmo períodos em que quase desistiu: "O grande momento foi quando decidi traduzir em verso e tentei reproduzir a musicalidade." A tradução "não é o ponto final" na leitura de um texto que o professor de grego da Faculdade de Letras de Lisboa conhece e estuda há anos: "É um texto que ainda quero descobrir" - "é tão rico, tão humano; as personagens são tão envolventes e os problemas humanos retratados são tão actuais, intemporais..."


posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, fevereiro 12, 2004

quarta-feira, fevereiro 11, 2004


David Lynch


"Estou triste

Sinto que não há esperança no futuro e que as coisas não podem melhorar

Estou farta e insatisfeita com tudo

Sou um fracasso completo como pessoa

Sou culpada, estou a ser castigada

Gostava de me matar

Sabia chorar mas agora estou para além das lágrimas

Perdi o interesse nas outras pessoas

Não consigo tomar decisões

Não consigo comer

Não consigo dormir

Não consigo pensar

Não consigo ultrapassar a minha solidão, o meu medo, o meu desgosto

Sou gorda

Não consigo escrever

Não consigi amar

O meu irmão a morrer, o meu amante a morrer, estou a matá-los aos dois

Invisto na direcção da minha morte

Estou aterrorizada com a medicação

Não consigo fazer amor

Não consigo foder

Não consigo estar sozinha

Não consigo estar com os outros

As minhas ancas são grandes de mais

Não gosto dos meus órgãos genitais

Às 4:48
quando o desespero me visitar
enforco-me
ao som da respiração do meu amante."br>

KANE, Sarah, (trad. Pedro Marques), "4:48 Psicose" in Teatro Completo, Porto, Campo das Letras, 2001, p.p. 290-292.

posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, fevereiro 11, 2004

terça-feira, fevereiro 10, 2004

.



a neve ao alentejo
chega pela primavera

não cai do céu
nasce da terra

são flocos brancos
a florirem na planície




.

posted by Luís Miguel Dias terça-feira, fevereiro 10, 2004

segunda-feira, fevereiro 09, 2004


David Lynch


"B Aquilo que eu receio acaba por me acontecer.

C Odeio-te,

B Preciso de ti,

M Preciso de mais,

C Isto tem de mudar.

A Toda a completa e previsível e enjoativa futilidade que é a nossa relação.

M Quero uma vida verdadeira,

B Um verdadeiro amor,

A Com raízes e a crescer à luz do dia.

C O que é que ela tem que eu não tenho?

A A mim.

B As coisas que eu quero, quero-as contigo.

M Não. Sou. Eu.

A Não há segredos.

M Só há cegos.

A Apaixonaste-te por uma pessoa que não existe.

C Não.

M Sim.

B Não.

A Sim.

C Não.

B Não.

M Sim.

C Eu sabia,

B Eu sabia,

C Por que é que não consigo aprender?

A Não aceito uma vida nas trevas.

B Não olhes para o sol, não olhes para o sol.

C Amo-te.

M Tarde de mais.

A Acabou."


KANE, Sarah, (trad. Pedro Marques), “Falta” in Teatro Completo, Porto, Campo das Letras, 2001, p.p. 269-271.

posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Powered by Blogger Site Meter

Blogue de Luís Dias
amontanhamagica@hotmail.com
A montanha mágica YouTube




vídeos cá do sítio publicados no site do NME

Ilusões Perdidas//A Divina Comédia

Btn_brn_30x30

Google Art Project

Assírio & Alvim
Livrarias Assírio & Alvim - NOVO
Pedra Angular Facebook
blog da Cotovia
Averno
Livros &etc
Relógio D`Água Editores
porta 33
A Phala
Papeles Perdidos
O Café dos Loucos
The Ressabiator

António Reis
Ainda não começámos a pensar
As Aranhas
Foco
Lumière
dias felizes
umblogsobrekleist
there`s only 1 alice
menina limão
O Melhor Amigo
Hospedaria Camões
Bartleby Bar
Rua das Pretas
The Heart is a Lonely Hunter
primeira hora da manhã
Ouriquense
contra mundum
Os Filmes da Minha Vida
Poesia Incompleta
Livraria Letra Livre
Kino Slang
sempre em marcha
Pedro Costa
Artistas Unidos
Teatro da Cornucópia


Abrupto
Manuel António Pina
portadaloja
Dragoscópio
Rui Tavares
31 da Armada

Discos com Sono
Voz do Deserto
Ainda não está escuro
Provas de Contacto
O Inventor
Ribeira das Naus
Vidro Azul
Sound + Vision
The Rest Is Noise
Unquiet Thoughts


Espaço Llansol
Bragança de Miranda
Blogue do Centro Nacional de Cultura
Blogue Jornal de Letras
Atlântico-Sul
letra corrida
Letra de Forma
Revista Coelacanto


A Causa Foi Modificada
Almocreve das Petas
A natureza do mal
Arrastão
A Terceira Noite
Bomba Inteligente
O Senhor Comentador
Blogue dos Cafés
cinco dias
João Pereira Coutinho
jugular
Linha dos Nodos
Manchas
Life is Life
Mood Swing
Os homens da minha vida
O signo do dragão
O Vermelho e o Negro
Pastoral Portuguesa
Poesia & Lda.
Vidro Duplo
Quatro Caminhos
vontade indómita
.....
Arts & Letters Daily
Classica Digitalia
biblioteca nacional digital
Project Gutenberg
Believer
Colóquio/Letras
Cabinet
First Things
The Atlantic
El Paso Times
La Repubblica
BBC News
Telegraph.co.uk
Estadão
Folha de S. Paulo
Harper`s Magazine
The Independent
The Nation
The New Republic
The New York Review of Books
London Review of Books
Prospect
The Spectator
Transfuge
Salon
The Times Literary...
The New Criterion
The Paris Review
Vanity Fair
Cahiers du cinéma
UBUWEB::Sound
all music guide
Pitchfork
Wire
Flannery O'Connor
Bill Viola
Ficções

Destaques: Tomas Tranströmer e de Kooning
e Brancusi-Serra e Tom Waits e Ruy Belo e
Andrei Tarkovski e What Heaven Looks Like: Part 1
e What Heaven Looks Like: Part 2
e Enda Walsh e Jean Genet e Frank Gehry's first skyscraper e Radiohead and Massive Attack play at Occupy London Christmas party - video e What Heaven Looks Like: Part 3 e
And I love Life and fear not Death—Because I’ve lived—But never as now—these days! Good Night—I’m with you. e
What Heaven Looks Like: Part 4 e Krapp's Last Tape (2006) A rare chance to see the sell out performance of Samuel Beckett's critically acclaimed play, starring Nobel Laureate Harold Pinter via entrada como last tapes outrora dias felizes e agora MALONE meurt________

São horas, Senhor. O Verão alongou-se muito.
Pousa sobre os relógios de sol as tuas sombras
E larga os ventos por sobre as campinas.


Old Ideas

Past