segunda-feira, dezembro 17, 2012
Ainda sem musgo suficiente para as personagens do presépio F., uma criança de dez anos, começou a desembrulhar do papel de jornal os bonecos ainda encaixotados.
E começou a contar a sua história. Os comentários que foi fazendo davam outro presépio.
Foi enquanto almoçávamos uma pizza, aí por volta do meio da tarde na passada sexta-feira.
Depois de dizer já está e enquanto se aprontavam para sairmos (ir aos ctt e tratar do selo para o estacionamento do carro) fiquei ali a olhar.
Atento. Deliciado.
O menino Jesus está algures pela casa ainda não nasceu só no dia, dizia.
Os reis magos já em viagem mas ainda sem chegar.
A banda da música nos ensaios já a caminho.
Vamos?
Sim.
Chovia tanto.
É tão bom ver chover.
É tão bonito ver o vento vergar as varas dos guardas-chuva que passam.
Fica-se fulo naqueles segundos mas nunca estivemos tão perto de alguns dos movimentos de Pina Bausch, ou quando nos contorcemos de dor ou na alegria.
Horas mais tarde quando a tv mostrava as imagens da imensa tragédia de Newtown ela com toda a atenção do mundo de mão a segurar na cabeça perguntava “mataram crianças?”.
O que mais me chamou a atenção no presépio foi a proximidade maior entre Nossa Senhora e S. José.
Nunca tinha visto nem nunca fiz assim.
Clareza.
posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, dezembro 17, 2012