sábado, setembro 15, 2012
Um dia ouvi um gajo dizer a respeito de determinado grupo de música que não era novo, aquilo não é novo.
Assim em tom de desânimo, de desprezo. Aquilo não é novo. A puta da ditadura do novo. Já só conseguimos, parecia dizer, já só queremos o novo; aquele instante culminante, sentimento tão procurado, do pescador a sentir o peixe no anzol já só o conseguimos com o novo.
Jasus, ecoou.
No ípsilon de ontem na mini recensão de Bonifácio também ele o exemplo do bem sucedido e reconhecido cientista social diz que o penúltimo álbum de Dylan passou ao lado de, da
neste momento entra na sala a minha querida mulher a dizer querido deixa lá fazer a limpeza na cara e começa a esfregar deep cleansing emergency mask nettoyant intensif
like Dylan em Renaldo & Clara
e assim, e termina a meia dúzia de palavras a dizer que "no fim de Tempest estamos prontos a construir um bunker, comprar armas, derrubar governos".
Ora aí está. O Dylan puro. Aquele que não quis ser lider de ninguém a não ser pelas suas canções. Irei convosco mas como mais um e não à frente.
Mas então onde está... é que dizer nos dias que correm, como o outro a dizer em plena era Sócrates que o pior era Medina Carreira, "no fim de Tempest estamos prontos para...", no resto dos dias normais não temos o tal ímpeto? Não? Então... foda-se. Este disco, não sendo novo, mais dois dias e já está esquecido. Não fica nada? Para o tempo de longa duração? Nada? Esquece-se? Cultura quer dizer o quê? Civilização quer dizer o quê?
É que é constantemente pornográfico por exemplo passar pelos canais de tv e ver aqueles gajos a apresentar o cinco para a meia noite, e com aqueles convidados. Não há vergonha nenhuma.
Apresentadores tão engraçados que mais não fazem do que aquilo que criticaram aos seus antecessores. Mas tinham uma imagem nova. Moderna. A caderneta de cromos, por exemplo. É anedótico, não é? Não. É. A eterna repetição nem quando nos é mais próxima tem vergonha na cara.
Não esquecer que quem governa o país saiu da mesma cepa, apenas noutro gabinete. E se fizermos como onde jaz o teu sorriso... meu Deus.
Neste país, nem 1000 anos chegam. Força Opus Dei. Força Maçonaria. Força.
O individualismo a mais é merda.
posted by Luís Miguel Dias sábado, setembro 15, 2012