A montanha mágica

sexta-feira, maio 25, 2012





Laurie Anderson

  1. Entre a dor de cabeça de Darwin com as penas dos pavões, a necessidade da tristeza e o escândalo; de nos sentirmos tristes mesmo quando não estamos/andamos tristes, de nos envolvermos na tristeza, neste tempo de escândalo continuado.

    1. Nos últimos largos meses um dos livros que li e que é verdadeiramente diferente daquilo a que estou erradamente habituado a ler (a intelligentsia de cá passou por cima dele a 1000 à hora, enfim) chama-se Arte e Instinto do evolucionista Denis Dutton, falecido há poucos meses atrás

    (pode-se ver aqui a sua passagem pela TED TV, 

    http://www.ted.com/talks/denis_dutton_a_darwinian_theory_of_beauty.html
    na tradução escolher português do Brasil).

    Dutton foi também o criador/mantenedor de uma das mais excelentes páginas da internet: http://www.aldaily.com/ .

    E foi neste livro que li aquilo que Laurie Anderson referiu sobre os pavões e a seleção natural, as penas da dor de cabeça de Charles Darwin. Os mais fortes e os mais adaptados não ganham sempre. Diria, acabarão sempre por perder. Laurie deu-lhe na cabeça e bem, merece, mas também merece muito ser lido.

    Lakewood que também pode ser os arredores de Paris ou de Marselha ou quase todo o continente africano e quase todo o continente asiático e quase toda a américa do sul são prova disso mesmo. Mas.

    George Romero, por exemplo, também é mestre a mostrar-nos isso mesmo.

    Apocalíptico? Claro.

    2. Claro, como em Cormac McCarthy. Como em quase todos os tempos, como agora. O escândalo.

    As luzes? Oração. Ligação.

    Sentirmos/mostrarmos tristeza quando realmente não nos sentimos assim é preciso, dizia Laurie, como estou contigo, estou aqui, sou como tu, espero por ti, estou atento.

    Como é que se olha para Lakewood? Ou para os campos de refugiados franceses mandados por Sarkozy? Ou como os socialistas italianos de há seis anos atrás que queriam expulsar todos os romenos por um romeno ter assassinado um cidadão romano.

    Como em Don DeLillo, agora no filme de Cronenberg, em sala para a semana, as multidões dirigem-se para o concerto de um rapper, que adoram. É já a única ligação que têem, em que acreditam.

    Aqui há uns dias atrás Margaret Leng Tan perguntava, em Guimarães 

    (http://www.youtube.com/watch?v=mLybKUwOPgU&feature=plcp ao minuto sete)
    a uma sala apinhada se por cá, em Portugal, não tínhamos movimentos como os occupy de Wall street ou de Londres ou de Madrid? Ficou surpreendida com o quase silêncio total e com uma voz que timidamente disse que tínhamos um movimento tipo esses.

    Que música mais podia trazer Laurie Anderson? Que música mais podia ajudá-la a dizer tudo aquilo que disse? A incendiar mais do que o que incendiou?
    Um violino e.

    Do tempo escandaloso que estamos a viver.

posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, maio 25, 2012

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São horas, Senhor. O Verão alongou-se muito.
Pousa sobre os relógios de sol as tuas sombras
E larga os ventos por sobre as campinas.


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