segunda-feira, março 26, 2012
quando Jô Soares diz a Ricardo Araújo Pereira que ele faz humor inteligente este responde-lhe, em tom de piada, que é inteligente porque as pessoas não achando piada dirão que é inteligente.
o contrário se passa com Miguel Esteves Cardoso e na entrevista publicada este fim de semana na merda do expresso. a entrevista é uma merda, dirão que é para o grande público, para os leitores do expresso e assim. uma merda, sim.
as perguntas e as observações do jornalista são, na maior parte das vezes, muito más, básicas.
começa logo mal: MEC saiu da toca e falou. eheheheh. saiu da toca? foda-se, todos os dias, avé avé avé, temos a oportunidade de o ler no jornal público, sobre assuntos do dias ou dos dias, da vida e sobretudo não só.
mas, voltemos ao princípio: dizer que Miguel Esteves Cardoso anda a escrever sobre a praia das maças, ou sobre lavagante, ou sobre sardinhas, ou sobre peras, ou... é olhar mal, acho. esse é apenas um dos pontos de partida, apenas. sim.
vejamos um dos últimos exemplos:
sobre o seu atual carro:
fúnebre cortejo, que termina assim:
"Dia 15 de Abril já não irá à inspecção. Deixará de circular. Fico triste: fomos muito felizes. Foi o carro que mais gostei de ter. E vou abandoná-lo."
e outro exemplo:
Oxalá
"Os espargos eram muitos e cada espargo era um mês. Comemos os muitos meses que passámos. E comemos os primeiros meses que vamos passar. Tão saborosos, como espargos. No primor, como estes. Frescos - como o futuro."
o pior do conservadorismo está mesmo nesta entrevista, no onde é que andaste? que é isso? mas que mal! esta gente elite lisboeta... nas perguntas e nas contra-observações que uma das estrelas sempre a surfar a onda não conseguiu fazer.
o que dizer então daquele comentário/observação onde se começa a falar sobre os textos da doença da mulher, horrível horrível, em vez de começar por lhe agradecer por escrever assim sobre...
deixa a inveja para lá, ok? é a vida.
ao contrário deste, esta outra entrevista, é genial diga-se. das poucas geniais dos últimos anos em Portugal. sim, medi as palavras.
e a da avelã? ah? brilhante. e para mim não houve corte nenhum. houve, isso sim, saudades.
posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, março 26, 2012