A montanha mágica

domingo, novembro 27, 2011

(homens feitos a falar de carburadores durante horas a fio)




LMD, sem título, 2011



deu-se o caso de se atravessarem nas minhas leituras das últimas semanas um círculo, uma lógica, um faz sentido, um anda tudo ligado, quase quase...

vamos ver se consigo dar conta, ainda que fique já dito que vai tornar-se um wip tal como outros anteriores, onde hei-de talvez um dia conseguir voltar.

talvez se torne um pouco longo mas antes assim, do que a vergonha vergonhosa de algumas notas feitas a correr sobre notas fundamentais, mas é o espaço público, os elitistas só veem telenovela.

na Parte I, ponto V intitulado Carros, de O Chalet da Memória, agora editado em Portugal, Tony Judt escreve, a respeito do deslumbramento "obsessão" que o seu pai tinha por carros: "Os vários amigos da família eram seduzidos (contra remuneração? Nunca soube) a ir fazer de «mecânicos» enquanto a mim me era confiada a tarefa, curiosamente responsável, de ver a pressão dos pneus antes da corrida. De certa forma, aquilo tinha a sua piada, embora o ambiente se pudesse tornar aborrecido (homens feitos a falar de carburadores durante horas a fio) e a viagem de ida e volta demorasse seis horas."

numa outra leitura, dias antes tinha lido, em la teologia política de Pablo, de Jacob Taubes

"el concepto griego pneuma experimenta en el horizonte de la lógica mesiánica una transformación tan radical como la del concepto pistis. Lo cual, por lo demás, también ocurre con los conceptos hebreos tradicionales rúaj y emuná. Como en el caso de pistis-fe, Taubes intenta también en el caso pneuma-espíritu de liberar al concepto de cuanto se la hido pegando anacrónicamente en el curso de la historia cristiano-occidental para compreenderlo partiendo de la situación histórica de Pablo. A la contraposición de fe y obras le corresponde en el caso del pneuma la contraposición entre el orden natural e el pneumatico. Por el principio pneuma es como Pablo conquista la libertad de desprender-se de toda atadura étnica y pasar, de este modo, más allá de Moisés.
A Taubes le importa salvar el principio pneuma ante el «descrédito» del espíritu que se ha hecho manifiesto en la historia espiritual europea y han subrayado Marx, Nietzsche y Freud. Para ello, sorprendentemente, recurre al procedimiento exegético de la alegoría, rechazado por la crítica bíblica proptestante (...) Así como la lectura alegórica trasciende el sentido textual, así también la lógica pneumática supera el orden natural de lo dado. Para el programa paulino de universalización, el pneuma es la categoría decisiva a fin de lograr transcender el acervo y las pretensiones normativas de la tradición y las fronteras étnicas del pueblo de Dios."

portanto, Judt: "enquanto a mim me era confiada a tarefa, curiosamente responsável, de ver a pressão dos pneus antes da corrida". Pressão dos pneus. Pneus. Pneuma (πνεύμα).

quase ao mesmo tempo também La estrella de la redención, de Franz Rosenzweig.

Tony Judt e Franz Rosenzweig morreram vitimados pela mesma doença: esclerose lateral amiotrópica (ELA).

da introdução de La estrella de la redención, um excerto:

"Pero Rosenzweig apenas pudo enseñar un par de semestres en plena salud. Muy pronto se declara una esclerosis lateral amiotrófica que ya desde el verano del 22 le crea dificultades para hablar y para escribir. Justamente entonces --tiene 34 años-- nació su único hijo.
El trabajo en que se ocupa es la traducción de los poemas de Yehudá Haleví. Las circunstancias vuelven a rebelarse. A fines de año Rosenzweig está limitado a dictar. En mayo del 23 no puede ya tampoco hablar. Desde entonces se vale de una máquina diseñada por él mismo; pero la enfermedad evoluciona rapidamente. Al parecer, los seis años últimos Rosenzweig dictaba a su mujer sólo con el movimiento de los labios."

Tony Judt: "Para quem quer continuar a ser um comunicador de palavras e conceitos, isto coloca um desafio invulgar. Foi-se o bloco de notas e o lápis, agora inúteis. Foi-se o passeio refrescante pelo parque ou o exercícuio no ginásio, onde as ideias e as sequências se encaixam como que por seleção natural. Foi-se, também, qualquer conversa produtiva como amigos próximos --mesmo na fase intermédia do declínio da ELA, a vítima está geralmente a pensar muito mais depressa do que consegue formar palavras, pelo que a própria conversa se torna parcial, frustrante, e, em última análise, em vão.
Creio que dei com a resposta a este dilema quase por axaso. Já doente há uns meses, percebi que, durante a noite, escrevia histórias completas na minha cabeça. Não há dúvida que procurava o esquecimento, e trocava a contagem de carneiros pela complexidade narrativa, com o mesmo efeito. Mas durante estes pequenos exercícios, percebi que estava a reconstruir --como se fossem legos-- segmentos entrelaçados do meu próprio passado que antes nunca pensara que estivessem relacionados. Em si mesmo, isto não era grande feito: os fluxos de consciência que me levaram de um motor a vapor para a minha aula de alemão, das linhas de autocarro cuidadosamente traçadas de Londres à história do planeamento urbano do período entre guerras, eram suficientemente fáceis de lavrar e, por isso, seguiam em todo o tipo de direções interessantes. Mas como conseguiria eu recuperar no dia seguinte esses sulcos meio enterrados?"

da introdução de La estrella de la redención: "El mundo crece entrelazado con que el hombre actúe en él y lo revele. Pero este salmo de las criaturas que aún no logra pasar del tener que orar al orar efectivo y está en el límite entre gramática e liturgia, pierde toda su base de sustentación si se olvida que no estamos suponiendo la infinitud del tiempo, ni la repercusión al infinito de la acción del amor; sino que, en realidad, la prescripción de las mitsvot refiere sobre todo al más próximo y es, de hecho, descubrimiento auténtico del tercero, por cuya virtud el amor no se encierra en el egoísmo del mero gozo mutuo de los dos amantes. Rosenzweig llama «oración» fundamentalmente a la entrada en relación con lo lejano y el lejano, saltando, por lo pronto en perspectiva, más allá del próximo absolutamente próximo."

Rosenzweig: "«de la manera en que él te ama, ama tú a tu vez»."

saltemos até um dos corações de O Chalet da Memória, parte III, ponto XX - Mentes Cativas, página 175, até Czeslaw Milosz e à sua obra mais influente, A Mente Cativa.

"Mas o livro é mais memorável por causa de duas imagens. Uma é o «comprimido de Murti-Bing. Milosz Ignacy descobriu esta num romance obscuro de Stanislaw Witkiewicz, Insaciabilidade (1927). Nesta história, os habitantes da Europa Central que estão perante a hipótese de serem subjugados por hordas asiáticas, não identificadas, tomam um comprimido que lhes tira o medo e a ansiedade; encorajados pelos seus efeitos, não só aceitam os seus novos governantes como estão contentíssimos por recebê-los.
A segunda imagem é a do «Ketman», que Milosz foi buscar a Arthur Gobineau e à sua obra Religiões e Filosofias da Ásia Central, na qual o viajante francês escreve sobre o fenómeno persa das identidades eletivas. Os que interiorizaram o modo de vida designado «Ketman» podem viver com as contradições de dizer uma coisa e acreditar noutra, adaptando-se à vontade a cada novo requisito das suas regras, ao mesmo tempo que creem ter preservado em si mesmos a autonomia dos livres pensadores ---ou, pelo menos, um pensador que escolheu livremente subordinar-se às ideias e imposições de terceiros.
Nas palavras de Milosz, Ketman «traz conforto, acalentando sonhos sobre aquilo que poderia ser, até uma vedação permite a consolação do sonho». Escrever para a gaveta torna-se um símbolo de liberdade interior. Pelo menos o seu público levá-lo-ia a sério, se o pudesse ler.
O medo da indiferença com que o sistema económico do Ocidente trata os seus artistas está disseminado entre os intelectuais de Leste. Dizem que é a melhor lidar com um diabo inteligente do que com um idiota de boa índole.
Entre Ketman e o comprimido de Murti-Bing, Milosz, brilhantemente, disseca o estado mental do viajante, do idealista iludido, e do cínico servidor do tempo. O seu ensaio é mais subtil do que o de Arthur Koestler, Darkness at Noon, e menos intransigentemente ideológico do que Ópio dos Intelectuais, de Raymond Aron.

(...)






voltemos a Jacob Taubes: "que el hombre, haga y diga lo que quiera que sea, lo hace en el tiempo. Estamos, por ejemplo, sostiniendo una discussión, y quien me preside dice: en algún momento hay que terminar. A lo sumo el último día, pero cuandoquiera que sea, hay un final. No se puede discutir sin fin; llega al fin un momento en que se actúa. Quierod ecir que el problema del tiempo es un problema moral, y el decisionismo significa decir que nada dura sin fin. En algún momento tal problema o tal otro habrá de tratarse en el parlamento (no en comisiones parlamentarias), y da lo mismo para esto que lo trate el príncipe con sus consejeros secretos o que lo discuta el parlamento: lo tratarán en el tiempo y alguna vez habrán de actuar. Y quien lo niega es inmoral; en efecto, no entiende la situación humana, que es finita, y, como finita, tiene que cortar, o sea, que decidir.

(...)

Este texto, que es como el testamento de Walter Benjamin, se confronta punto por punto y directamente con las tesis de Carl Schmitt:

La tradición de los oprimidos nos enseña que el «estado de excepción» en que vivimos es la regla. Tenemos que llegar a un concepto de historia que se corresponda con ello. Se nos pondrá entonces ante la vista, como nuestra tarea, el traer el verdadero «estado de excepción»; y así mejorará nuestra posición en la lucha contra el fascismo.

Las palabras fundamentales de Carl Schmitt las introduce aquí Walter Benjamin, las toma y las cambia en su opuesto. El «estado de excepción», que en Carl Schmitt se impone dictatorialmente, se dicta desde arriba, se vuelve en Walter Benjamin la doctrina de una tradición de los oprimidos. El «tiempo de ahora», abreviatura formidable del tiempo mesiánico, determina la experiencia de la historia tanto de Walter Benjamin como de Carl Schmitt.

(...)

Carl Schmitt piensa en términos apocalípticos pero desde arriba, desde las potencias; yo pienso en términos apocalípticos pero desde abajo. Pero lo tenemos en común la experiencia del tiempo y la historia como plazo, como plazo perentorio. Y ésta es en su origen una experiencia cristiana de la historia."

Daqui tombou, para mim, há uns dias Manuel Clemente, bispo do Porto, abaixo: em entrevista/conversa à TVI, com Judite de Sousa, perguntava-lhe esta o que é que ele achava sobre a criação de um imposto excecional sobre as grandes fortunas como estava a acontecer lá fora, E.U.A, França e assim, onde alguns dos mais ricos diziam ter a obrigação de contribuir com mais dinheiro para a resolução da crise económica e financeira atual. E o bispo nunca foi capaz de dizer à jornalista que concordava com este imposto, e duas ou três vezes ela o encurralou com a pergunta. Nunca concordou com a justiça deste imposto. Não, disse sempre que era preciso estudar como e quando é que as grandes fortunas podiam aplicar esse dinheiro para ajudar a resolver a crise. Que tinha de se ver a forma. E a jornalista tentava e a resposta foi sempre igual. Comportamento ao contrário teve o arcebispo de Cantuária.


Ernst Bloch...


O que diz Giorgio Agamben em Estado de Excepção:

"O sistema jurídico do Ocidente apresenta-se como uma estrutura dupla, formada por dois elementos heterogéneos: um, normativo e jurídico em sentido estrito --que podemos aqui inscrever por comodidade na rubrica potestas-- e outro, anómico e metajurídico --a que podemos chamar de auctoritas.
O elemento normativo precisa do anómico para poder aplicar-se numa relação de validação ou de suspensão da potestas. Enquanto decorre da dialéctica entre estes dois elementos em certa medida antagónicos, mas funcionalmente conexos, a vetusta morada do direito é frágil e na sua tensão para a manutenção da sua própria ordem está sempre já em processo de ruína e corrupção. O estado de excepção é o dispositivo que deve, em última instância articular e manter unidos os dois aspectos da maáquina jurídico-política, instituindo um limiar de indecidibilidade entre nomos e anomia, entre vida e direito, entre auctoritas e potestas. Funda-se sobre a ficção essencial pela qual a anomia --sob a forma da auctoritas, da lei viva ou da força-de-lei-- ainda está em relação com a ordem jurídica e o poder de suspender a norma engrena directamente na vida. Enquanto os dois elementos permanecerem relacionados, mas conceptualmente , temporalmente e subjectivamente distintos --como na Roma republicana na oposição entre senado e povo ou na Europa medieval entre poder espiritual e poder temporal-- a sua dialéctica --embora fundada numa ficção-- pode ainda de algum modo funcionar. Mas quando tendem a coincidir numa só pessoa, quando o estado de excepção, em que ambas se ligam e se confundem, se torna regra, então o sistema jurídico-político transforma-se numa máquina letal.

O objectivo desta indagação --sob a urgência do estado de excepção «em que vivemos»-- era trazer à luz a ficção que governa este arcanum imperii por excelência do nosso tempo. Aquilo que a «arca» do poder contém no seu centro é o estado de excepção --mas este é essencialmente um espaço vazio, no qual uma acção humana sem relação com o direito tem defronte uma norma sem relação com a vida.
Isto não significa que a máquina, com o seu centro vazio, nãos eja eficaz; pelo contrário, aquilo que pretendemos mostrar foi precisamente que ela continuou a funcionar quase sem interrupção a partir da Primeira Guerra Mundial, passando pelo fascismo e o nacional-socialismo, até aos nossos dias. O estado de excepção alcançou mesmo, hoje, a sua máxima extensão planetária. O aspecto normativo do direito pode assim ser impunemente obliterado e contraditado por uma violência governamental que, ignorando, no estrangeiro, o direito internacional, e produzindo, no interior, um estado de excepção permanente, pretende todavia estar ainda a aplicar o direito.
Não se trata, naturalmente, de repôr o estado de excepção dentro dos seus limites temporal e espacialmente definidos, para reafirmar o primado de uma norma e de direitos que, em última instância, têm nele o seu próprio fundamento. Do estado de excepção efectivo em que vivemos não é possível o regresso ao Estado de direito, visto que estão agora em questão os próprios conceitos de «estado» e de «direito». Mas se é possível tentar deter a máquina, expôr a sua ficção central, é porque entre violência e direito, entre vida e a norma não há qualquer articulação substancial. Ao lado do movimento que procura mantê-los a todo o custo ligados, há um contramovimento que, operando em sentido inverso no direito e na vida, procura sempre separar aquilo que foi artificial e violentamente ligado. Isto é, no campo de tensão da nossa cultura agem duas forças opostas: uma que institui e põe e outra que desactiva e depõe. O estado de excepção é o seu ponto de máxima tensão e, ao mesmo tempo, aquilo que, coincidindo com a regra, ameaça hoje torná-los indestrinçáveis. Viver no estado de excepção significa fazer a experiência de ambas estas possibilidades e, no entanto, separando sempre as duas forças, tentar incessantemente interromper o funcionamento da máquina que está a conduzir o Ocidente para a guerra mundial."




tanta luz, tanta luz, não é?



como se chega/caminha para uma catástrofe (segundo a segundo, fração a fração, fotograma a fotograma, palavra a palavra letra) é sempre o mais difícil de destrinçar (sim, sim, ainda que...) de qualquer presente/tempo, caraterística do tempo longo, quando dizemos isto ou aquilo, e que sem que o saibamos estamos já a contribuir para esse desenlace.
E quanto mais em bicos de pé nos pomos mais tarde mais patetas somos e parecemos.
Gostei muito de O Laço Branco, de Michael Haneke, por algumas razões, uma das quais pela possibilidade de ver agulhas a apontarem num globo.

conta Jacob Taubes que "una vez me contó Carl Schmitt que se vio metido por Goering, con ciertos consejeros de Estado y ciertos profesores alemanes, entre los que estaba Heidegger, en un tren nocturno, en dirección a Roma, para hablar com Mussolini. Y que Mussolini le dijo (esto era en 1934): «Salve al Estado del Partido!»"

há uns meses atrás, seis?, Mário Soares em pleno socratismo disse, em plena campanha eleitoral, com o país em forma de assim, que José Sócrates era o melhor para o partido, que era a solução para o partido e também para o país.

Jacob Taubes no fim da citação acabada de reproduzir escreveu: "No sirve para nada indignarse..."

veja-se outro exemplo da nossa marcha, escreve Agamben: "Uma das características fundamentais do estado de excepção --a abolição provisória da distinção entre poder legislativo, executivo e judicial--mostra aqui a sua tendência para se transformar numa prática de governo duradoura" :



daqui



voltando à introdução de La Estrella de la Redención, de Franz Rosenzweig: "el ápice de la verdad de la Estrella es el esfuerzo por expresar el presente como decir directo del Yo; como decir instantáneo, absolutamente impaciente pero infinitamente eficaz, en el que se exterioriza sin embages, sin ningún rodeo, sin ninguna preparación y sin ninguna premeditación, el comienzo de un diálogo. Presencia pura, lenguage naciente, contacto absolutamente directo entre Yo y Tú, eterna novedad y juventud, terremoto que conmociona e inspira --hasta romper su soledad-- al héroe trágico en que habíamos visto configurarse en nuestra historia pasada la figura del hombre metaético."


o que Tony Judt faz de uma forma magistral porque simples em O Chalet da Memória é mostrar-nos o mesmo que Agamben, mostra-nos a superfície e que ainda assim leva indivíduos em jornais a dar-lhe apenas meia dúzia de linhas e a apelidarem um seu tratado sobre os dias de hoje "destinado sobretudo aos jovens". Sim pois, porque os não jovens já não vão na cantiga...
Se não fosse grave até dava para rir, mas, enfim, é o que se encontra neste nosso país de cheiro a mofo, parolo, labrego e de sociedades secretas.

quando se ouve e se lê a dizer que sou velho em novo logo ocorre um dos nossos poetas anciãos mas dos mais novos em lucidez e em energia, leia-se, Herberto Helder

"há muito quem morra precipitadamente,
ainda o ar não faísca contra o prodígio das frutas,
ninguém ainda está maduro,
uns são varados por uma bala na bôca,
outros deitam os pulmões queimados pela bôca fora,
ou são cortados ao meio por uma serra eléctrica,
há quem avance pela água e vá pela água abaixo e morra coberto de
água,
quem talhe a veia jugular frente ao espelho para ver o que faz a morte
com tanto sangue à volta dela,
são mortes académicas,
et parce que l`on ne peut pas ne pas écrire,
talvez se devesse morrer de ter escrito uma frase, ou respirada ou
irresistível ou arrancada, excedendo o mundo,
ou uma expressão de amor obscena e dôce,
então sim já se estaria pronto para as perguntas:
dói? doem? onde? como? quando?

(...)"

é que chateia mesmo ler e ver defender que Um Tratado Sobre os Nossos Actuais Descontentamentos é para os jovens, mas quais jovens? quem é que é jovem? Chateia ver tantas vezes repetidas uma badamerda? E ver alguns daqueles jovens jornalistas, em idade, tão tímidos e tão tementes a fazerem perguntas balbuciantes aos da troika, quase em devoção, quase a arrastar-se e a lamberem-lhes as botas? Ninguém se ergue a dizer que somos uma país com os ordenados assim, mínimos e médios, que as entidades patronais distribuem quase nenhuns lucros pelos trabalhadores, que... é muito bolor, mofo. mofo de mofo.

termino este texto, começado há uns dias atrás, quando na tv o fado já fede e o jornalista que está a apresentar o telejornal pergunta a Carlos do Carmo e a Mariza o que é que eles acham e assim. A RTP no fim do telejornal de merda que apresenta ainda, glória das glórias, transmite/exibe o concurso o elo mais fraco e antes o preço certo. Haja elitismo. Concertos aí das 20h30m às 21h15 minutos uma vez ou duas por semana é que não, não há tempo. Tanto mofo, tanto mofo por todo o lado.

Judt: "enquanto a mim me era confiada a tarefa, curiosamente responsável, de ver a pressão dos pneus antes da corrida".

posted by Luís Miguel Dias domingo, novembro 27, 2011

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