segunda-feira, outubro 31, 2011
Da Democracia (9)
Nestes dias metuendos, como escreveu Gonçalo M. Tavares, já se imagina o quem ganhou o debate, quem ganhou? O que interessa é saber quem ganhou; não fosse a História e já não aguentaríamos com a pressão das perguntas.
E tanto que dizem as três intervenções, para cada uma aula e meia, a correr.
Com a vitória de Dario, Otanes “que desejava instaurar a isonomia entre os Persas, disse ainda, na presença de todos, estas palavras: (…) mas eu cá não vou disputar convosco o poder, pois nem desejo governar nem ser governado. Renuncio ao poder, com uma condição: não vir a ser governado por nenhum de vós, nem eu próprio, nem jamais nenhum dos que de mim descenderem.”
Os outros concordaram com estas condições.
E entre eles decidiram o seguinte, atentemos, brilhante, delicioso, lindo: “determinaram que entraria no palácio, sem ser anunciado, qualquer um dos sete que assim o desejasse, desde que não se desse o caso de o rei estar a dormir com uma mulher; decidiram ainda que não seria permitido ao rei casar com nenhuma mulher que não fosse da estirpe dos desconjurados. Acerca do poder real, deliberaram que aquele cujo cavalo primeiro relinchasse ao nascer do sol, quando todos eles estivessem montados, nos arredores da cidade, esse deteria nas suas mãos o poder real.”
Lindo: “cujo cavalo primeiro relinchasse ao nascer do sol”; e ainda mais o que virá.
O próximo ponto é sobre o palafreneiro de Dario, um homem muito sabedor, chamado Ebares.
posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, outubro 31, 2011