A montanha mágica

quarta-feira, setembro 14, 2011


que o mundo está difícil de entender, que lhe perdemos o pé, são tantas as possibilidades, onde estamos? que tempo é este? há um nome para ele?

socorro-me de: ilusões perdidas de Balzac o processo de Kafka e também a metamorfose

Balzac, entre muitíssimas outras coisas, mas agora é por aqui, mostra-nos que a escalada subida social tem sempre à sua espera uma Mulholand Drive, mais humilde ou já se achando no topo do mundo (?) o caminho estará quase sempre armadilhado e assim defendido contra quem traz outras ideias, e que de uma forma inocente tosca e também cobarde acabará por cair

Kafka, coloca-nos à espera e nunca mais vem ninguém, ou vem mas enquanto vem e não vem a mudança já se operou e já se perdeu o ímpeto inicial, tornando-se ou não mais violento ou mais passivo, esta mudança/metamorfose opera e actua mais significativamente nos outros e não no próprio (pois percebe-se ou quase se percebe bem como se chegou ali), nos outros porque pode demorar tempo ou muito ou nunca a aperceber-se do que se passou e pior não o querer perceber

ora, o outro, os outros, o caminho armadilhado o mundo dos seres humanos e a espera à porta podia ter sido o mundo até ao início do século XXI ocidental ou até ao fim do século XX em 1989/1990/1991, não fosse mais uma vez o caso dos Balcãs e já agora todo o resto do mundo não ocidental, quantos mundos? tantos

quando se diz se passou a dizer que o mundo mudou no dia 11 de setembro de 2001 o que se quer dizer? são tantas as respostas possíveis que quase mais vale estar calado

mas no próprio dia 11 de setembro de 2001 o primeiro ministro russo e a secretária de defesa americana deviam encontrar-se e ao telefonar para a Rússia a explicar porque não poderia tal encontro realizar-se Putin terá respondido que já o sabia estou a ver/acompanhar tudo em directo

hoje parece-nos que começamos a busca por algo novo necessariamente diferente mas ainda continuamos a ver ou olhar através das mesmas lentes, ainda se acha, e é verdade, ainda se pode, mandar alguém para uma sala de espera e nunca mais o chamar, mas também parece verdade que a dimensão da metamorfose é cada vez mais incontrolável uma vez que mais pessoas muitas mais muitíssimas mais o mundo vê essa mudança em directo, e depois como é? primaveras árabes? ouvi agustina dizer que seria a televisão mas agora já não são precisos intermediários, cheios de revisionistas em directo, pcs e telemóveis pessoais, pessoas

uma pessoa levanta a cabeça e dá para rir (não fosse a tristeza e a seriedade): os artifícios, as jogadas, a tentativa de perpetuação, a hipocrisia, a mentira, toda a velhice do mundo no pior sentido; toda a falta de ilusão

ilusões perdidas? a lei da sobrevivência? a acomodação para lá do possível e do impensável?

aquilo que demora e custa mais a mudar são as mentalidades, continuaremos à procura de um nome para este tempo muitos mas muitos mais dias

mas liberdade, igualdade, fraternidade agora é: liberdade, igualdade, justiça

voilà

os parolos e os labregos que se cuidem

posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, setembro 14, 2011

Powered by Blogger Site Meter

Blogue de Luís Dias
amontanhamagica@hotmail.com
A montanha mágica YouTube




vídeos cá do sítio publicados no site do NME

Ilusões Perdidas//A Divina Comédia

Btn_brn_30x30

Google Art Project

Assírio & Alvim
Livrarias Assírio & Alvim - NOVO
Pedra Angular Facebook
blog da Cotovia
Averno
Livros &etc
Relógio D`Água Editores
porta 33
A Phala
Papeles Perdidos
O Café dos Loucos
The Ressabiator

António Reis
Ainda não começámos a pensar
As Aranhas
Foco
Lumière
dias felizes
umblogsobrekleist
there`s only 1 alice
menina limão
O Melhor Amigo
Hospedaria Camões
Bartleby Bar
Rua das Pretas
The Heart is a Lonely Hunter
primeira hora da manhã
Ouriquense
contra mundum
Os Filmes da Minha Vida
Poesia Incompleta
Livraria Letra Livre
Kino Slang
sempre em marcha
Pedro Costa
Artistas Unidos
Teatro da Cornucópia


Abrupto
Manuel António Pina
portadaloja
Dragoscópio
Rui Tavares
31 da Armada

Discos com Sono
Voz do Deserto
Ainda não está escuro
Provas de Contacto
O Inventor
Ribeira das Naus
Vidro Azul
Sound + Vision
The Rest Is Noise
Unquiet Thoughts


Espaço Llansol
Bragança de Miranda
Blogue do Centro Nacional de Cultura
Blogue Jornal de Letras
Atlântico-Sul
letra corrida
Letra de Forma
Revista Coelacanto


A Causa Foi Modificada
Almocreve das Petas
A natureza do mal
Arrastão
A Terceira Noite
Bomba Inteligente
O Senhor Comentador
Blogue dos Cafés
cinco dias
João Pereira Coutinho
jugular
Linha dos Nodos
Manchas
Life is Life
Mood Swing
Os homens da minha vida
O signo do dragão
O Vermelho e o Negro
Pastoral Portuguesa
Poesia & Lda.
Vidro Duplo
Quatro Caminhos
vontade indómita
.....
Arts & Letters Daily
Classica Digitalia
biblioteca nacional digital
Project Gutenberg
Believer
Colóquio/Letras
Cabinet
First Things
The Atlantic
El Paso Times
La Repubblica
BBC News
Telegraph.co.uk
Estadão
Folha de S. Paulo
Harper`s Magazine
The Independent
The Nation
The New Republic
The New York Review of Books
London Review of Books
Prospect
The Spectator
Transfuge
Salon
The Times Literary...
The New Criterion
The Paris Review
Vanity Fair
Cahiers du cinéma
UBUWEB::Sound
all music guide
Pitchfork
Wire
Flannery O'Connor
Bill Viola
Ficções

Destaques: Tomas Tranströmer e de Kooning
e Brancusi-Serra e Tom Waits e Ruy Belo e
Andrei Tarkovski e What Heaven Looks Like: Part 1
e What Heaven Looks Like: Part 2
e Enda Walsh e Jean Genet e Frank Gehry's first skyscraper e Radiohead and Massive Attack play at Occupy London Christmas party - video e What Heaven Looks Like: Part 3 e
And I love Life and fear not Death—Because I’ve lived—But never as now—these days! Good Night—I’m with you. e
What Heaven Looks Like: Part 4 e Krapp's Last Tape (2006) A rare chance to see the sell out performance of Samuel Beckett's critically acclaimed play, starring Nobel Laureate Harold Pinter via entrada como last tapes outrora dias felizes e agora MALONE meurt________

São horas, Senhor. O Verão alongou-se muito.
Pousa sobre os relógios de sol as tuas sombras
E larga os ventos por sobre as campinas.


Old Ideas

Past