quinta-feira, setembro 08, 2011
por um lado apetece dizer nada por outro lado apetece dizer meia dúzia de dizeres
o estado lamentável hipócrita mentiroso interesseiro minado dinamitado infantil do nosso espaço público, pejado de maçons e de opus dei, as crónicas dos cronistas dos principais jornais semanários e diários portugueses são quase todas patéticas, um houve que de braços cruzados recuou até aos vikings para escrevinhar sobre o atentado na noruega, dizem-me que procuram a imortalidade, uma das únicas coisas que ainda vale a pena, dizem-me, a sério, surpresa das surpresas que ainda se joga e fala muito do futebol português existe? como é possível?, que paulo bento é parolo só não sabe quem o convidou para a seleção, arranjou problemas com quase todos os jogadores do sporting, que aqui ao lado em espanha se aceitou quase logo constitucionalizar palavras sobre a dívida mas que nós não aceitamos merdas dessas e a justificação do presidente da república é para lá da anedota, Ilusões Perdidas, Balzac, está lá, burgueses de merda
constitucionalizar como Miterrand fez: que uma parte dos lucros das empresas é obrigatoriamente para dividir com os trabalhadores dessas empresas, que tal? resolvia muitos problemas, não?
devia só ter dito isto o que se segue
do jornal público, 25/8/2011, reportagem de Alexandra Lucas Coelho "300 quilómetros de barco pela Amazónia X", um excerto:
"As mochilas, pousadas num tronco, já estão cheias de formigas gigantes. Estamos a voltar. Logo depois de Xuriman completar a sua religião.
´Esse Deus invisível que me ajudou muitas vezes já me deu muitas coisas. E acredito que esse Deus existe porque senão não me dava coisas, mas eu não vejo ele. Ele é um vento. Ele é um nada. Um espírito. Essa é que é a minha religião. Pego o meu lençol quando vou dormir e rezo. ´Ai senhor, mestre dos mestres, aqui estamos dando graças pela saúde, pelos amigos, todo o mundo em São Gabriel da Cachoeira, muito obrigada, boa noite.`De manhã a mesma coisa. Muitas vezes tenho recebido benção desse deus invisível."
e já agora, que não me soube manter calado, tonto, um bando de suspeitos de
"O GENDARME E O PINTOR
Estou a desenhar na praia, na fronteira. Um gendarme do Midi, que suspeita que eu seja espião, vemd e Orleães e pergunta-me:
«É francês?»
«Sim, certamente que sou.»
«É estranho, mas não tem pronúncia francesa.»"
PAUL GAUGUIN
"OPERAÇÃO GOETHE
Surpreendido pela guerra na Suécia --se a palavra «surpreendido» é apropriada-- tivemos uma viagem incómoda, talvez mesmo perigosa, de regresso a casa, primeiro por via aérea para Londres e depois no S.S.Washington, completamente cheio.
Levava comigo muitos papéis, notas de conferências e livros, objecto de enfadonho exame no distante e camuflado aeroporto de Londres.
Os funcionários inspectores suspeitaram especialmente de um desenho representando a disposição dos lugares num jantar que Goethe dera em sua casa, no Frauenplan, em Weimar, em honra da querida do seu coração na juventude. Suspeitaram que o papel fosse de importância estratégica, e tive de fazer uma pequena palestra sobre o romance para convencer os funcionários da completa inocência do papel."
THOMAS MANN
posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, setembro 08, 2011