quarta-feira, agosto 03, 2011
4/11
4. à flor do mar, 1986
excerto da "Entrevista com João Cesar Monteiro por Adelino Tavares da Silva":
o testemunho de Margarida Gil é notável, na sua inteireza, concisão e abrangência e também no que prefere não dizer.
excerto do testemunho de Teresa Villaverde: "percebi que, quer dizer, que dentro da dureza que é às vezes fazer um filme tem que ser também um prazer e tem que ser e há momentos em que os autores têm que sentir que as imagens são sagradas, as que estão ali a fazer, e por exemplo, o João César, era, realmente, pronto, toda a gente está com certeza de acordo, um autor, quer dizer, o que ele fez mais niguém poderia ter feito nem mais ninguém fará nada parecido. E, portanto, e eu acho que isso é muito importante ver e para uma pessoa muito nova como eu era na altura, quer dizer, era, acho que foi um privilégio ver isso, ver uma pessoa que faz aquilo que quer fazer e que acha na altura que é importante fazer e que é importante fazer daquela maneira.
E, quer dizer, acho que o João César nunca seria capaz de fazer uma coisa banal, uma coisa que não, pronto, que não fosse aquela coisa que ele queria fazer, e depois pronto, como era uma pessoa riquíssima interiormente e inteligentíssima claro que se for fazer uma coisa que ele quer fazer pois só pode ser uma coisa riquíssima e inteligentíssima e fascinante, isso, pois, nem toda a gente pode ter nem o talento nem a inteligência do João César Monteiro, não é? Mas pronto tivemos sorte de, pronto, ele ter e fazer as coisas...
Grande liberdade, enorme inteligência e uma força descomunal, é o que eu retenho, e ao memso tempo, no meio desta força, desta liberdade, e às vezes uma certa loucura, uma coisa que eu espero que as pessoas nunca esqueçam: uma enorme delicadeza e momentos de uma poesia pura."
excerto do texto Os Filmes da Água, João Bénard da Costa:
posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, agosto 03, 2011