terça-feira, agosto 02, 2011
3/11
3. Silvestre, 1981
excerto do testemunho de Maria Velho da Costa: "O João nunca era muito, como é que eu hei-de dizer, não havia grandes discursos sobre esta matéria, mas uma espécie de crença na pureza original do povo profundo, na riqueza das raízes populares e da relação das raízes populares da cultura com uma certa indiferenciação entre alta cultura e cultura rural autêntica.
São todos contos de fada arcaicos, também tem muito por dentro a noção do mal, e até do mal inexplicavel, do mal gratuito, puro mal. E muita violência. Inocente nesse sentido, em que é uma visão do mundo muito bruta, não é, como a das crianças é."
excerto do testemunho de Acácio de Almeida: "Eu julgo que o João César, à medida que ia fazendo os seus filmes, ia-se tornando cada vez mais austero, no quadro, na luz, com o mínimo possível ou artifício ou... gostava de tudo muito simples.
Escrevia muito bem, falava muito bem, mas que gostava de fazer durante a filmagem grandes dissertações sobre as coisas, não, gostava mesmo de um silêncio grande, de uma certa religiosidade e uma certa intimidade, cúmplice, que se escutasse, que estivéssemos todos com ele, e isso foi conseguido, nalguns filmes..."
excerto da "Entrevista com João Cesar Monteiro por Adelino Tavares da Silva":
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, agosto 02, 2011