segunda-feira, agosto 01, 2011
1.4. Que Farei Eu Com Esta Espada?, 1975
um excerto dos extras, Maria Velho da Costa: "conheci-o através de lendas, coisas que as pessoas contavam, não conhecia pessoalmente. O João veio ter comigo com a ideia de fazer um projecto, mas era uma coisa que era relativamente informe, ele queria fazer qualquer coisa sobre a revolução, isto passava-se... estou-me a lembrar das roupas que tínhamos, devia ser ainda em 74, ou princípio de 75. E veio ele e veio e depois a Margarida. Queriam fazer um projecto que era um pouco filmar a revolução, filmar o que se estava a passar mas não com um fio narrativo muito concreto, não era propriamente uma coisa tipo ficcional. [...] Acho que o filme ficou ao todo por 60 contos, ao que parece é filme mais barato da história do cinema, que se saiba, pelo menos era na altura. E, inclusivamente, usamos película que já tinha sido usada, com grande generosidade e desespero do Acácio de Almeida.
E então o que nós fizemos foi andar pelas ruas, fomos ao Alentejo, portanto aquilo é... a estrutura, não é bem uma estrutura, mas são uma espécie de vignettes de várias situações que vai desde uma prostituta, que vai desde doentes mentais, sempre a grande opção do João, e até certo ponto também a minha, há um casamento no Castelo de S. Jorge, há o Saratoga, o porta-aviões, da NATO, que veio aqui para o Tejo, enquadrado pelo João entre as duas, aliás é assim que o filme é o primeiro plano do filme, enquadrado nas duas colunas do Cais das Colunas, há um comício fabricado no Alentejo, fabricado pelos próprios trabalhadores, e há depois um episódio muito engraçado que é a nossa ida em traineira até próximo do Saratoga tentar entrevistar os marinheiros que vinham de fora a Lisboa e em que às tantas ouve-se a minha voz a perguntar em inglês
posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, agosto 01, 2011