domingo, julho 10, 2011
voltemos então a
para mim a peça de Fosse, Sou o Vento, fala sobre o insuflar de vida (tanto a dizer) e da vida (oh, vago?)
em O Homem da Guitarra
Pausa breve. Recomeça a cantar
Sou uma canção de antigamente
uma canção que nunca cantei
Sou o meu próprio desespero
e por onde vou canto a minha canção
Canto o escurecer do dia
Canto cansaço do dia
Canto a beleza do dia
Canto as roupas mais ricas
Canto a mais humilde pobreza
Canto a pena que sinto
Canto o dia que há-de vir
Pára de cantar, começa a falar
o insuflar de vida, desassossegar?, exemplo de adentramento
UM
Tu tens de ir ao alto mar
sim
já que vieste comigo no barco
já que vieste para o mar
(...)
O OUTRO
Não consigo saltar para bordo
Não consigo mesmo
UM
Tenta
Tens de saltar
Vá tenta
O OUTRO
Não consigo
e da vida, exemplo de adentramento
Pausa bastante curta
só que eu não aguento o ruído
Pausa bastante curta
o ruído dos outros
o ruído de tudo o que acontece
Pausa bastante curta
oprime-me
cerca-me
Pausa bastante curta
(...)
UM
Não aguento o barulho
O OUTRO
Tu queres silêncio
UM
Eu quero silêncio
Pausa bastante curta
e não quero
que tudo seja tão visível
O OUTRO
É tudo tão visível
UM
Tudo é tão visível
tudo se pode ver
tudo o que eles escondem quando falam
e que se calhar nem eles conhecem
vejo tudo isso
todavia, o insuflar de vida é anterior ao já que vieste comigo, o que o desapareci com o vento justifica; mas não precisa de justificar nada
posted by Luís Miguel Dias domingo, julho 10, 2011