sexta-feira, julho 15, 2011
quando o tema é prisão às tantas digo que deviam ser edificadas nos sítios mais belos do país, em frente ao mar em frente a alguma montanha de preferência com instalações boas e sóbrias, tantos bons arquitectos temos nós
lugares onde se possa recuperar reconstruir redimir e não o contrário
as primeiras reacções as imediatas são semelhantes a quando nos dizem de forma dissimulada que vamos ter de mudar os hábitos já entranhados do nosso tempo longo
são isso é que era bom, não faltava mais nada, deve estar a brincar, o meu dinheiro
cá fora pouco se sabe sobre o lá de dentro, cá fora pouco se sabe sobre o cá de fora, temos todos muita pressa, para onde?, desenhos, sandes, antenas interiores, grades, cerro negro
que o tempo tem de passar mas como é que ele vai passar, o que vai deixar
atrás daquelas grades daquele quarto filmado por antonioni
calor lá fora, imobilidade, o tempo a ver-se a não passar num cigarro aceso
só um destes dias vi Arena, de João Salaviza
encontrei a mesma grade, num quarto diferente
a pulseira no tornozelo, uma pulseira presa, a pulseira que leva ao pátio e conduz ao terraço e
à luz forte que o verga, que o estende, o tempo a passar, nós a vê-lo
posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, julho 15, 2011