A montanha mágica

sexta-feira, junho 24, 2011

começando por outro exemplo pop: filme Somewhere, o último de Sofia Coppola, que se centra no indivíduo/individual dentro de, ao contrário de em Buñuel, O charme discreto da burguesia, que parte do grupo para o indivíduo/individual;

acerca do que disse José Mattoso

"O carácter secreto da fraternidade maçónica, em si mesma, também não é incompatível com o ideal cristão, mas a ocultação das pessoas e dos meios de acção favorece a ambição pessoal e a conquista do poder económico e político por meio de processos ilícitos."

não posso deixar de dizer que o segundo pensamento que me assolou, o primeiro foi Bravo! Bravo!, foi ainda assim o de só agora? porquê?

por meio de processos ilícitos , e ninguém diz nada? não foi uma pessoa qualquer, foi o homem e o mestre José Mattoso, fica-se assim, calados? sempre e sempre a discutir o padrão dos vestidos?

já vinha reflectindo nisto há algum tempo, acerca da redenção, acerca da responsabilidade, acerca da fama, acerca da eternidade, acerca de ter entre 20 e quarenta anos, acerca de se ter entre quarenta e setenta anos;

não posso deixar de acrescentar a reflexão de Kubrick, Eyes Wide Shut;

Claudio Magris, no título mais recentemente publicado em português, A História Não Acabou, a quem voltaremos, diz na crónica intitulada Thomas More, padroeiro dos políticos e mártir contra vontade "indicar Thomas More como padroeiro dos políticos significa recordar a estes últimos que --como repetia com insistência Alberto Cavallari, citando Camus-- quando para sobreviver é preciso negar a consciência, tem de se escolher esta última e não a sobrevivência".

parei, levantei os olhos das letras e li esta frase mais meia dúzia de vezes, talvez uma dúzia: 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12. Thomas More? e a apologia de Sócrates? e Jesus?

e continuei desconfiado

e depois à frente, deixei cair a interrogação: "disposto a pactuar até certo ponto com muitos aspectos da política do rei Henrique VIII de quem, no entanto, era adversário, recusou com intransigência reconhecer no soberano, como este pretendia, o chefe da hierarquia eclesiástica. Encarcerado na Torre de Londres, manteve inflexível esta sua posição, indo ao encontro da morte com tranquila firmeza, preocupando-se até ao último momento com os familiares e os amigos, e recomendando às filhas que se ocupassem amorosamente dos servidores.
Teria ficado feliz se não morresse, se não representasse este papel heróico, porque não amava o heroísmo, mas sim a frágil vida terrena e as suas efémeras alegrias embebidas de asignificado à luz do eterno. Numa esplêndida oração escrita por ele, pedian ao Senhor o bom humor, necessário para manter a saúde do corpo, uma boa digestão e «também alguma coisa para digerir»; pedia que lhe fosse concedido «o sentido do humorismo», a capacidade de coimpreender as piadas e «de não permitir queeu me aflija excessivamente com aquela coisa demasiado insistente que se chama ´eu`». À amadíssima filha Margaret, que o exortava a ceder, respondeu que ficaria felicíssimo por poder fazê-lo, porque não era decerto inclinado para sacrifícios moralistas mas antes gozar a existência mas que, para desgosto seu, não podia mesmo ceder.
Dizia-o com a tristeza de alguém que, contra vontade se vê obrigado a declinar um agradável convite para cear. É esta a sua lição de santidade: o forte sentir de um homem que --contrariamente aos exaltados que precisam sempre de acontecimentos brilhantes para sesentirem vivos --desejaria que nunca acontecesse nada de extraordinário, que a vida decorresse na sua sedutora normalidade quotidiana sem nunca ser colocado na necessidade de se comportar como um herói, mas que também sabe que a vida só é plenamente gozável se iluminada por um significado superior que, em desgraçadas circunstâncias, pode exigir o seu sacrifício para nãp perder o sentido e, portanto, para não a perder."

posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, junho 24, 2011

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