terça-feira, maio 17, 2011
é preciso mudar é preciso mudar de vida, apregoa-se ao povo.
quem é que neste país consegue dizer não?
como ouvi dizer aquele fragmento
no passado domingo, dia 15/5, a televisão antes de a desligar sintonizada na tvi disse Marcelo de Rebelo de Sousa ao jornalista que lhe perguntou sobre o presidente francês do fmi em nova iorque preso preventivamente agora e em primeiro lugar, disse Marcelo, agora e a ser verdade a sua carreira política acabou, assim sem pestanejar e com aquela euforia das luzes da tv, e agora e a ser verdade não disse mais uma mulher abusada e violada, nem disse que há pessoas que por terem poder acham que e fazem o que querem porque eu sou... como se o mundo continuasse a poder a não deixar de ser assim.
que a vida/carreira política tinha chegado ao fim...
como li a última crónica de António Lobo Antunes na revista visão
como uma introdução ao acto de escrever e de contar histórias, que alguma nova geração de escritores portugueses podia ler e alguma menos nova também, exemplo daquele escritor que quando fala parece sempre que se está a levantar da cama e por isso lá se deixou fotografar ou no sofá é igual de umbigo ao léu e de braços abertos, mas também, por exemplo, alguns editores pois publicam os livros aos novos escritores que desde logo se lhe deixa ver aquele luz no rosto do eu tenho livros publicados, à atenção da editora que associou Eduardo Lourenço a papel higiénico, toda satisfeita da vida por achar que estava a contar uma história engraçada, em jeito de cartilha maternal
Cartilha maternal é o título dessa crónica de Lobo Antunes, fica aqui a parte final
acho que foi uma boa recensão crítica
como li uma das poucas crónicas do gato fedorento que menos gosto e menos tolero
é toda uma nova forma moderna lisboeta da televisão da arte de ser português, do dia 1 de Maio, pública, intitulada avaliação dos artistas: que e cito "um bandalho como eu sente-se embaraçado ao julgar a actuação de um grupo de dança, mas está à vontade para avaliar um político", embaraçado... mas aceita o lugar, pudera! não sejas parvo, homem! o que é que estás para aí a dizer, ai (com o sotaque de guimarães), hipotecar a tua vida, a tua carreira? ai (com o sotaque de guimarães), vai lá dizer meia dúzia de balelas e aparecer mais e conhecer mais, até porque nos centros de emprego o que te começam por dizer é que o mais importante para começar é a tua rede de contactos, por isso, não sejas parvo, nem te armes em imbecil, aparece, aceita, ai (com o sotaque de guimarães), mesmo que as pontes caiam e os medicamentos sejam trocados, foda-se!, deixa lá isso. disfarça.
como ouvi outro fragmento de entrevista
um dia mesmo mesmo antes de sair liguei a tv e na rtp1 estava o líder político do psd a responder a perguntas de dois jornalistas que pareciam estar mais atentos ao que do estúdio lhes mandavam perguntar do que a perguntarem, e ele, o jornalista, não sei quantos anos em washinghton, casa branca, conferências de imprensa, às tantas sai-se coma pergunta se aquele líder não ganhar as eleições se se demite?
Portugal, Maio de 2011.
uns dias antes, creio que ainda Abril, a animadora do programa semanal prós e contras, nome imbecil, programa imbecil, entrevistava o presidente ou assim da ami, e aquilo que deu para ver foi uma jornalista a cilindrar com perguntas e tentativa de juízos de valor um convidado que como cidadão português merecia ser tratado como qualquer dos outros que ela lá tratou e que ao longo de 34 anos mais não fizeram do que sorrir e dizer nada. devia ter vergonha na cara.
como li a entrevista de Pedro Tamen e de como fiquei à espera da resposta que por acaso encontrei no sábado dia 7/5
nas fotocópias amarelecidas que costumo receber na caixa do correio de uma revista que tem por nome uma força de expressão, li há um ou dois meses? uma parte de entrevista de Pedro Tamen, tem de ser na diagonal, o tom do entrevistador é sempre desesperante, e o tom geral parecia de mágoa de falta de reconhecimento de cansaço de se querer afastar de poucos amigos que se ia retirar e assim. dias depois ouvia-se que recebeu este e aquele prémio e os abraços que dava ao recebê-los eram muito apertados e de grande emoção, de rendição.
mas na entrevista que li ele dizia que admirava que não percebia determinado reconhecimento a alguns poetas por exemplo Manuel de Freitas, à poesia de Manuel de Freitas. achei esquisito, levantei os olhos e deve-me ter vindo à cabeça olha olha. como não conheço nem quero conhecer ninguém do mundo literário e assim deste nosso pequeno portugal não percebi nem tentei perceber, nem sequer perguntei se alguém sabia, numa livraria ou assim. gostei muito da resposta de Manuel de Freitas, e ela aqui fica:
é a vida.
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, maio 17, 2011