segunda-feira, março 21, 2011
in Rima do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge
logo no princípio, 15º verso
Prende-o com o brilho dos olhos--
e depois no 46º verso
Com o olhar a reluzir
e depois a contar do fim para o prícipio, ao 10º verso
Com seu olhar luminoso
e os últimos quatro versos
Ia como que aturdido
Como alguém desassisado:
Pela manhã era um homem
Mais triste e mais avisado
caminho ainda mais longo, em diferentes versos
Ficava a língua mirrada
Com secura atroz;
Sufocado por fuligem:
Ninguém podia ter voz.
A garganta ressequida,
E o olhar vidrado
Gargantas como cal viva,
Lábios negros recozidos
Os lábios estavam molhados,
A garganta estava fria,
e por ali, também
Largo e brilhante ia o Sol;
Que velas brilham ao sol
Como teias sem canseira?
A grade por onde a fronte
Do Sol ardente rompia?
Com rastos de fulgor branco
Dentro da sombra do barco
Vi o seu rico aparato
Luzia o penedo, e a igreja
A luz da Lua, silente,
Muitas formas, que eram sombras
em todo o poema, do início para o fim
Só então pude rezar;
Eu a rezar soluçante
E rezar: todos unidos,
Reza melhor quem mais ama
Todas as coisas, as grandes
Como também as pequenas
in Colecção 98 Mares, (trad. Gualter Cunha), Expo 98, Lisboa, 1997.
posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, março 21, 2011