A montanha mágica

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Arte e Instinto




ptilonorhynchidae - new guinea

David Attenborough




Quase toda a gente sabe que a História diz que as mentalidades são aquilo que demora mais tempo a mudar, estruturas de pensamento, de organização, reflexão, hábitos, costumes...duram mais. E parece simples confirmar isso mesmo a partir do nosso dia a dia, no nosso vagar ou na nossa pressa.

Um destes dias, ainda em 2010, no último trimestre, acho, depois de ter visto durante muito tempo no Arts & Letters Daily chamadas de atenção para ele, comprei um livro que logo na primeira frase escrita na capa diz «Um livro que pode transformar as mentalidades», tirada do The Independent.

E quase no centro diz: "Existirá uma predisposição genética para apreciar um romance de Jane Austen, ou uma canção de Sinatra ou um quadro de Seurat?"

Trouxe-o comigo.

Tem estado ali à espera e ontem peguei-lhe, decidido. Aqui há uns dias atrás, final do ano passado, vi uma recensão a ele feita pelo próprio autor. Para quem ainda não viu sai já o link.

Interessa-me conhecer uma linguagem diferente e original, ainda que quem já tenha lido alguma coisa dos últimos darwinistas fique de certa forma logo familiarizado, que entre por outras dimensões adentro e formule críticas exigentes àquilo a que estamos habituados a ouvir a ver e a aturar. Trouxe-o comigo também por causa disso.

No princípio desta semana agora a meio ouvi ainda que não muito o início de um forum na rádio nacional cujo tema era a situação política, e já agora mental, no Egito. E um dos primeiros intervenientes começou logo a falar do apocalipse e a citar a Bíblia e estava para ali já a fazer um sermão e o não sei o que lhe chamar moderador/apresentador/dono do programa em vez de lhe dar mais um minuto ou dois depois de o ter ouvido minuto e meio corta-lhe a palavra e diz que já entendemos o seu ponto de vista. Não aprendemos nada, nem queremos ouvir nada, nem ninguém, se fosse Cave ele espumava pela boca, mas assim mandaram lá uma batata quente para a boca do homem e que se cale, que vá lá para a sua freguesia. Uma tristeza.

O autor do livro é o mesmo do Arts & Letters Daily, falecido há poucos dias, Denis Dutton. Ainda não vou dizer nada mas no primeiro capítulo o autor aborda os tipos de paisagens dos calendários que todos fomos tendo/temos por casa ao longo dos anos. E onde chega? Trouxe o livro também por causa disso.

Citação: "Esta atracção fundamental por certos tipos de paisagem não é construída socialmente, mas está presente na natureza humana como uma herança do Plistocénico, os cerca de um milhão e meio de anos durante os quais os seres humanos modernos evoluíram. A indústria dos calendários não tem conspirado para influenciar os gostos mas, pelo contrário, tenta satisfazer as preferências humanas preexistentes e anteriores aos calendários. A tantalizante questão é: por que razão existe uma preferência persistente pela paisagem azul com água?"

Outra citação:





A recensão, pelo autor, está aqui, Denis Dutton: A Darwinian theory of beauty, 15 minutos e 33 segundos, e também ali no canto superior direito do blog.

Denis Dutton (trad. João Quina Edições), Arte e Instinto, Lisboa, Temas e Debates, 2010.


Uma delícia, os ptilonorhynchidae da Nova Guiné.

posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, fevereiro 02, 2011

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