domingo, julho 11, 2010
No mundial de España, España, España (vozes guardadas nos meus ouvidos) descobri o futebol (brasil, bailado, brasil, bailado), e depois no México 86 vi os jogos todos, a minha mãe preocupada com as molas do sofá e a querer que fizesse isto e aquilo, que ajudasse, e aquele tempo longo tão longo... Xavi, quem és tu?
Aliás, e inexplicavelvente, as vezes que pude mirar os jogadores espanhóis ainda fora do relvado, nas entrevistas e assim, inexplicavelmente, dizia, não lhes notei aquele brilho e esgar de vaidade e do somos muito bons; mas antes, mesmo sabendo isso, temos de fazer o nosso trabalho, sabemos que é bom mas temos de o fazer, e temos de o fazer como equipa e em equipa e somos bons também por isso. Bons até a olhar para os holofotes, Hola!
O Pedro que é do Barcelona, no jogo contra a Alemanha, quase sentiu, quase de barato, algo de parecido com aquilo que Raskolnikov sentiu enquanto caminhava mais apressado ou mais devagar junto do canal Griboedova, notava-se isso, faltou só ajoelhar-se e pedir de imediato desculpas.
Del Bosque, que tem no mínimo quase toda a Espanha de olhos esbugalhados e de coração a ir pelas cordas vocais acima, viu e disse-lhe anda cá meu melro, tu, como é que tu podes pensar em ti, agora, quando todos juntos somos poucos? Tu, jovem, ambicioso, mais ou menos vaidoso, como é que tu tiveste dúvidas e chegaste mesmo a não passar a bola a Torres?
Um paradoxo este Pedro. O Xavi é de longe o melhor jogador do mundo.
Del Bosque o maestro da contensão e da contenção da fiesta antes do tempo no coração daqueles homens.
São 17h30m.
posted by Luís Miguel Dias domingo, julho 11, 2010