segunda-feira, junho 28, 2010
e o termo ruim rentrée é arrumado
Título: OS MELHORES CONTOS DO PADRE BROWN
Autor: G.K. Chesterton
Selecção e apresentação: Peter Stilwell
Tradução do inglês: Jorge Pereirinha Pires
Colecção: Teofanias / Tema, classificação: Ficção / Policial
Distribuição: 20 a 22 de Julho de 2010
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada / N.º de páginas: 240
"A escolha de um pequeno e apagado sacerdote católico para seu detective de eleição é talvez o aspecto mais intrigante da incursão de Chesterton no conto policial. A construção do Padre Brown, homem de Deus, simples, sábio e humano, é tanto mais curiosa quanto o primeiro conto de que é protagonista foi publicado há cem anos, em 1910, muito antes de o autor ter aderido ao catolicismo. Quando, em 1923, Gilbert Keith Chesterton (1874-1936), jornalista, biógrafo, filósofo e poeta, quis acolher se à Igreja Católica, já os seus contos circulavam em colectâneas como A Inocência do Padre Brown (1911), que obtiveram grande popularidade. Não por acaso, Chesterton foi eleito, em 1929, primeiro presidente do Detection Club, fundado por Anthony Berkeley.
Ao ler estes contos, o sacerdote desajeitado que Chesterton idealizou com o seu «grande e puído chapéu-de-chuva, que lhe estava sempre a cair ao chão», parece de início não sermais do que uma antecipação do profiler contemporâneo: um observador atento do comportamento humano, um analista de perfis psicológicos, que identifica o criminoso a partir do seu agir e da vítima que preferiu. Confrontado com essa hipótese em O Segredo do Padre Brown, o pequeno sacerdote reage, no entanto, com inesperada energia e explica que esse método, dito científico por muitos, o obrigaria a «situar-se fora do homem e a estudá-lo como se fosse um gigantesco insecto», sujeitando o eventual criminoso ao que o padre «chamaria uma luz morta e desumanizante». Pelo contrário, o seu método, se assim se podia chamar, partia do simples reconhecimento de que «estou dentro de um homem. Estou sempre dentro de um homem». É no interior da sua condição humana que, na verdade, aguarda «até saber que estou dentro de um assassino […]. Até ser mesmo um assassino»."
Título: O TEMPO DAS SUAVES RAPARIGAS E OUTROS POEMAS DE AMOR
Autor: Ruy Belo
Colecção: Gato Maltês / Tema, classificação: Poesia
Distribuição: 20 a 22 de Julho de 2010
Formato e acabamento: 11,5 x 18,5 cm, edição brochada / N.º de páginas: 96
"Este precioso volume reúne alguns dos mais belos poemas de amor presentes na obra de Ruy Belo, um dos maiores poetas do século XX em Portugal.
ORLA MARÍTIMA
O tempo das suaves raparigas
é junto ao mar ao longo da avenida
ao sol dos solitários dias de dezembro
Tudo ali pára como nas fotografias
É a tarde de agosto o rio a música o teu rosto
alegre e jovem hoje ainda quando tudo ia mudar
És tu surges de branco pela rua antigamente
noite iluminada noite de nuvens ó melhor mulher
(E nos alpes o cansado humanista canta alegremente)
«Mudança possui tudo»? Nada muda
nem sequer o cultor dos sistemáticos cuidados
levanta a dobra da tragédia nestas brancas horas
Deus anda à beira de água calça arregaçada
como um homem se deita como um homem se levanta
Somos crianças feitas para grandes férias
pássaros pedradas de calor
atiradas ao frio em redor
pássaros compêndios de vida
e morte resumida agasalhada em asas
Ali fica o retrato destes dias
gestos e pensamentos tudo fixo
Manhã dos outros não nossa manhã
pagão solar de uma alegria calma
De terra vem a água e da água a alma
o tempo é a maré que leva e traz
o mar às praias onde eternamente somos
Sabemos agora em que medida merecemos a vida"
Título: O HIPOPÓTAMO DE DEUS E OUTROS TEXTOS
Autor: José Tolentino Mendonça
Colecção: Alfinete / Tema, classificação: Ensaio
Distribuição: 6 a 8 de Julho de 2010
Formato e acabamento: 11,5 x 18,5 cm, edição brochada / N.º de páginas: 144
"Neste livro reúnem-se textos de José Tolentino Mendonça que exploram a relação entre cristianismo e cultura, dos tempos bíblicos até aos mais recentes acontecimentos na sociedade portuguesa. Um livro notável para se ler de um fôlego, nestes tempos conturbados em que a sociedade vive a um ritmo alucinante, quase sempre sem disponibilidade para olhar além do seu lado materialista.
«Um dos passos mais intrigantes da Bíblia tem a ver com um hipopótamo. E não é propriamente um divertimento teológico, pois surge numa obra que explora muito seriamente os limites da responsabilidade humana perante a experiência devastadora do Mal. Falo do Livro de Job, claro. O que primeiro nos surge ali é o protesto de Job contra o Mal que se abate inexplicavelmente sobre a sua história, protesto que se estende até Deus, já que, afinal, Ele não isenta os justos das tribulações. Mas depois vem o momento em que Deus se propõe interrogá-lo. E nesse diálogo assombroso, desenvolve-se um raciocínio que não pode ser mais desconcertante. Job só consegue pensar nas suas aflições, nas razões e desrazões com as quais, inutilmente, esgrime.Deus, porém, desafia-o a olhar de frente para... um hipopótamo. “Vê o hipopótamo que criei como a ti... Ele levanta a sua cauda como um cedro; os tendões das suas coxas estão entrelaçados. Os seus ossos são como tubos de bronze, a sua estrutura é semelhante a pranchas de ferro. É a obra-prima de Deus..., ninguém se atreve a provocá-lo.”[…]»"
Título: A NOITE ABRE MEUS OLHOS [poesia reunida] — 2.ª edição
Autor: José Tolentino Mendonça
Colecção: Documenta Poetica / Tema, classificação: Poesia
Distribuição: 6 a 8 de Julho de 2010
Formato e acabamento: 12 x 17 cm, edição encadernada
N.º de páginas: 256
"A Noite Abre Meus Olhos reúne toda a poesia publicada por José Tolentino Mendonça. Esta segunda edição, que agora se apresenta, foi actualizada com todos os poemas que o autor publicou até à data e surge agora em versão encadernada, mantendo contudo o preço anterior. Sobre a poesia aqui reunida, fala-nos Silvina Rodrigues Lopes:
«Tudo o que a poesia de A noite abre meus olhos traz para a luz ou escuridão do sentir e do pensar, o traz no seu distanciar-se, movimento que não se compadece com os hábitos da domesticação ou simplesmente da racionalidade que para se erguer ignora o que não seja dado em método, substância ou ideia. Não ignorando aquilo de que não se pode dispor, os poemas deste livro fazem sua a condição de prosseguir nomeando o possível, respondendo ao impossível, assim fazendo ressoar a dualidade no âmago do mundo, assim inscrevendo nele os seus trajectos sem regresso. Ao fazê-lo assinalam por vezes como fé ou acompanhamento de Deus, potência alterante, o impulso de partida que se gera e se prova no ritmo mais íntimo e mais próprio da vida, do poema […]. Uma leitura deste livro não podendo remeter a fé que aí se assume para a categoria de acessório, não é por isso necessariamente conduzida à discussão de uma questão religiosa, ou sequer de uma questão de Deus. Construindo-se como escuta e reflexão, a disponibilidade para o que altera torna-se-lhe intrínseca, e também ela tem uma única forma de acompanhar o que lê.»"
Título: AS NOVAS MIL E UMA NOITES — I Volume
Autor: Robert Louis Stevenson
Tradução do inglês: José Domingos Morais
Colecção: O Imaginário / Tema, classificação: Ficção
Distribuição: 20 a 22 de Julho de 2010
Formato e acabamento: 13,5 x 21 cm, edição brochada / N.º de páginas: 240
"As Novas Mil e Uma Noites é um livro de histórias. Nem outra coisa poderia ser, já que tal título—New Arabian Nights, no original inglês—nos remete directa e imediatamente para a fabulosa e famosíssima colectânea das Mil e Uma Noites.
Xerazade, tal como o ignorado árabe que escreveu as histórias que ela contou, era senhora dos recônditos segredos dessa arte por tantos praticada e por tão poucos conseguida.Também assim aconteceu com Robert Louis Stevenson, que, após a conclusão de cada uma das histórias que coligiu sob os títulos de O Clube dos Suicidas e O Diamante do Rajá, nos faz saber que delas teve conhecimento por intermédio de um suposto manuscrito redigido por ummisterioso autor árabe. Com estas discretas alusões, Stevenson não nos revela apenas a sua admiração pelas histórias das Mil e Uma Noites. Diz-nos também que o seu objectivo, ao escrever umas Novas Mil e Uma Noites, era idêntico ao de Xerazade; ou seja, o Escocês das Arábias— chamemos-lhe assim—pretende apenas que quem o leia possa passar o tempo sem se dar conta de que o tempo voa, tal como aconteceu como príncipe árabe, aquele que julgava ser o dono e o senhor de Xerazade.
Robert Louis Stevenson nasceu em Edimburgo a 13 deNovembro de 1850. Cursou Direito sem que alguma vez tenha chegado a advogar — e, pouco depois, apaixona-se por Fanny Osbourne com quem, apesar das diversas atribulações por que passaram, se viria casar.
Anos mais tarde contrai tuberculose e muda-se com a mulher e o enteado para a Suíça, onde vive durante umano. Regressa à Escócia mas o clima só prejudica ainda mais a sua saúde, obrigando-o amudar-se novamente, desta vez para o Sul de França. Os anos seguintes foram passados à procura de um clima que não agravasse a sua doença, até que finalmente, em 1892, se fixou com a família em Samoa. Foi aí que morreu no dia 3 de Dezembro de 1894, vítima de uma hemorragia cerebral. Foi autor, entre outros, de O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde, e de A Ilha do Tesouro, que o imortalizaram."
posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, junho 28, 2010