A montanha mágica

segunda-feira, junho 07, 2010

If you ever go to Houston (35)




LMD, sem título, telemóvel, 2009



1. Ainda sonho com o dia em que, é uma maneira de dizer, não sonho com isso, ainda, felizmente, em que Marcelo Rebelo de Sousa, só porque o ouvi vai fazer agora um ano a dizer que lá esteve entrou assistiu, como teria sido a sua cerimónia de iniciação?, e também porque tem missa semanal há uns anos nas tvs portuguesas, em que Marcelo Rebelo de Sousa começa a sua palestra a dizer que em Portugal, Vasco Pulido Valente disse sobre ele quando o mesmo se perfilava a subir a número um do PSD que não se sabia o que ele pensava sobre que não se definia bem, que às vezes parecia determinada personagem de Woody Allen acrescento, que se desfocava, a sua palestra a dizer que Portugal vive amordaçado, sim senhora, assim mesmo, esta tem direitos de autor, como quase tudo aliás, vive amordaçado por associações secretas, que em democracia não deviam existir e que controlam uma grande percentagem do que se passa nos diferentes sectores do país, que essas associações são/foram historicamente em primeiro lugar as lojas maçónicas e depois a Opus Dei, que recrutam para as suas fileiras pessoas de todas as profissões e feitios e que se reunem secretamente para delinear e que conseguem colocar nos sítios de decisão mais importantes, desde juízes, não digam que isto é um disparate que num dos últimos congressos de juízes se tentou plasmar nos estatutos a proibição de pertencer a qualquer associação secreta, mas senhores se é secreto como é que se vai saber?, é certo que se pode chegar a saber mas parece uma redundância, advogados, médicos, professores, intelectuais, jornalistas, cronistas e por aí afora, assim explicado às nove da noite em directo, agora, na tvi às pessoas que se se usa o termo ou há moral ou comem todos, isso é que era, para as pessoas ficarem a saber porque é que levamos com cada cromo que aparece de lá sabemos onde a defender o que defendem que logo se vê que o que está em causa não é o bem da res publica mas sim de oportunistas sem vergonha na cara, que em pegando num livro de história de Portugal se vê que sempre fomos aos magotes.


2. José Mourinho quando foi trabalhar para Inglaterra disse que ia contratar um professor/a para aprender inglês, foi trabalhar para Itália e aprendeu italiano, vai para Espanha e vai aprender espanhol.

O primeiro ministro da república portuguesa fala o quê e onde quando passa além Vilar Formoso? Mas que puta de figurinha.


3. Hoje, dia 1 de Junho, tenho ali numa janela o diário económico aberto, a parte gratuita. Diz numa caixa de texto da primeira página, do jornal impresso, estes dizeres: "Vítor Constâncio propõe supervisão mais dura no último dia no Banco de Portugal".

Há meses um dos promissores, dizem, politólogos do regime maçónico e Opus Dei em curso nesta república portuguesa disse num programa de informação apresentado por Mário Crespo, na Sic notícias, que Vítor Constâncio havia feito o que havia a fazer no Banco de Portugal, disse assim, sem vergonha, com as letras todas.

Imagina-se o que diria hoje se Mário Crespo o convidasse para falar sobre o mesmo.

Este tipo de gente e talvez pessoa a que podemos chegar é perigosa por vários motivos, calha de ir passear o cão e alguém diz para este se deitar quem acaba deitado é... e uma pessoa fica a olhar.

Pode ser que o convívio com um sociólogo e com um historiador lhe possa..., mas se calhar não vai resultar, o deita-te dito de uma forma soberana é... soberano... e, também, reconfortante.


4. Do jornal que há uns dias atrás colocou na primeira página em destaque os carrinhos do tempo de Sócrates criança, tanto riso não é possível


Acaba mal encontro com Chico Buarque


Pelos melhores e piores motivos, a passagem de José Sócrates pelo Rio de Janeiro foi uma verdadeira aventura. Como em qualquer história há, porém, pelo menos um registo que o primeiro-ministro leva para casa: a de um café em casa de Chico Buarque, na melhor zona de Ipanema, com direito a fotografia para a posteridade.

Dizia quem acompanhava o PM que o momento se proporcionou por um pedido brasileiro do próprio cantor/compositor a Lula da Silva, seu amigo de longa data. Ao caso, uma cunha antiga: se lhe marcava um café com Sócrates. As razões para tal convite são desconhecidas.

Acontece que Chico Buarque desmentiu esta versão. Disse ao Público que foi Sócrates quem o quis conhecer. "Foi o vosso ministro quem pediu o encontro. Nem faria muito sentido eu pedir um encontro e o primeiro-ministro vir ter à minha casa", afirmou, mostrando-se indignado com a versão da história contada pelo staff de Sócrates.

A seguir a este desmentido, o gabinete do PM rectificou: afinal a iniciativa partira mesmo de Sócrates, que há algum tempo tinha dito a Lula que gostava de conhecer pessoalmente o cantor/escritor. E a versão inicial (Chico a pedir o encontro) não passara, afinal, de um "erro de transmissão" no gabinete.

Seja como for, Sócrates não hesitou. Cortou ao meio uma reunião com empresários e lançou-se ao trânsito para ter uns minutos com quem disse ser o seu símbolo de juventude.

O primeiro-ministro aproveitou para pedir autógrafos para distribuir pela família. Levava na cara um sorriso (para além de enorme cansaço), deixando cair um "vai ser um sucesso lá em casa".



Vrumm, vrumm. Chico Buarque ainda deve andar a ver estrelas... Um título para o novo? Vru-m-m-m, v-r-u-m-m... Erro de transmissão?


5. Um bocado de ar puro:

"Nunca nos vendemos", diz o líder e vocalista. "Talvez isso tenha tido consequências, provavelmente influenciou o caminho que fizemos e o que alcançámos." E então? Para quem quis "fazer revolução" e coleccionou atributos como "subversivos" ou "insatisfeitos", o sucesso em massa nunca seria boa opção.


6. O primeiro vinil que comprei e o último




fotografias LMD, Maio 2009


Guillul está de parabéns também pela coragem do seu God Save The Queen, num país de pancadinhas nas costas, de poucas muralhas derrubadas, canção para o dr. Soares de Tiago é... estás maluco, ou quê? grande. Até os xutos tiveram receio/medo do seu sr. engenheiro.
Amen, Amen, Amen.


7. Do blogue da mais recente coqueluche da blogosfera:

Às vezes interrogo-me se os jovens de hoje (em suma, os menos cultos) terão uma pálida ideia do que foi o operariado. Talvez Dickens lhes possa dar uma ajuda, ele que trabalhou em fábricas na infância e retratou nos seus livros uma classe trabalhadora que quase se sumiu.

Acredito não o conhecendo na excelência do seu trabalho mas essa ideia pálida sobre se os jovens isto ou aquilo normalmente vem e vai atrelada a algum afastamento desses mesmos jovens, é jargão bater neles de qualquer forma feitio fácil desconsiderando-os quase, sem sabermos tantas coisas.

E se os mais jovens não sabem ou não podem ou não conseguem localizar a origem crescimento desenvolvimento vida desse grupo/classe ou de mais sabe-se lá o quê (há muita gente a falar, sempre, com muita vontade, de classes sociais antes da revolução francesa, o que é mau) chamado operariado a responsabilidade, na maior parte dos casos, não é deles, certeza, certezinha. É de outros, que já deviam ser/estar mais lúcidos ou, pelo menos, tentar ser estar.

Um exemplo, numa das instituições de referência portuguesa: Museu Nacional de Arte Antiga: a exposição: Encompassing the Globe. Portugal e o Mundo nos séculos XVI e XVII: é possível uma exposição como esta ter apresentado e mostrado erros científicos e erros e gralhas de pontuação nos textos expostos nas salas onde as peças estavam expostas?

Certo? Por exemplo, sobre a apanha da azeitona na Islândia?


8. Peguemos à maneira de Godard e depois de Pedro Costa, na entrevista que a actual, a outra também é que ia ser bonito, ministra da educação deu na rtp1 durante o fim de semana passado. Sobre o fecho de escolas públicas com menos de não sei quantos alunos, quantos institutos já fecharam? Peguemos, fotograma a fotograma, olhemos com atenção, volta atrás, vê, repara, olha. Se escreveres o que ela está a dizer quando chegares ao fim verás que nada disse, repetiu algo vazio, só eco, só sons, nada, sons de vuvuzelas.

É ridículo e vergonhoso Portugal ter uma ministra da educação assim.

Fecho de escolas, concurso e avaliação de professores mais do que injustos, salto de alunos de uns anos para outros sem se perceber nem se explicar, escolaridade obrigatória até ao décimo ano e assim cereja em cima do bolo acabar com a escola pública sim sim não é o contrário não não, olha, olha.

E os novos complexos educativos? O nome faz-lhe justiça, isto anda tudo tão ligado que é enfim.

Um exemplo: as duas fotografias imediatamente a seguir são de duas escolas sossegadas que podiam e deviam continuar em funções nos próximos anos, se fossem preciso tomadas eléctricas e quadros interactivos e aquecimentos se calhar não era preciso deitá-las abaixo. Estudariam aí 100 alunos do 1º ciclo do sistema público de ensino português. Mas não é isso que vai acontecer, seria pactuar com um Portugal velho, o que é preciso é modernizar, estruturas novas é o que é.




fotografias LMD, sem título, Junho 2010


Que é o que está a acontecer aqui no local onde as fotografias imediatamente a seguir mostram. O que é que se vê? Um moderno complexo educativo, onde se vão juntar todas as crianças do primeiro ciclo de ensino de uma freguesia , quiçá do ano antes também, aí 400 a 500 crianças, num mesmo espaço em que pela sua convivência se vão tornar ainda mais aptas através de uma socialização riquíssima extraordinária de modo a serem os novos cérebros por esse mundo fora. E os seus professores e auxiliares de educação serão também eles os novos heróis mais escravos, ainda não se perdeu a esperança, diga-se, de um programa de tv em directo dentro de uma estrutura destas, não se perdeu.




fotografias LMD, sem título, Junho 2010


Uma escola descentrada da sala de aula, em que os alunos se espalham por espaços informais, com os seus computadores portáteis, cruzando-se com os professores na biblioteca e discutindo projectos - é esta a visão que a Parque Escolar tem para o ensino em Portugal.

Todo o texto é... em que tudo se centra nas salas de aula nas quais professores em cima de estrados "dão a matéria" a alunos sentados em filas de mesas e cadeiras faz já parte do passado.
???

Escola pública?


9. Juro que é verdade, no domingo à noite passei a correr pela rtp2, só para ver qual era o tema do câmara clara, e levei com uma das convidadas a dizer que o conhecia de lá da univerdidade sul africana, dos mesmos espaços físicos que quem por lá trabalha frequenta, e ele também, e de ver as namoradas chegar e a entrar, no gabinete. A sério que mais coisa menos coisa aquela mulher disse isto. E a apresentadora naqueles dois minutos disse, retorquindo, duas vezes que Coetzee tinha mesmo mau humor, era um mal humorado.


10. É a vida.


posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, junho 07, 2010

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São horas, Senhor. O Verão alongou-se muito.
Pousa sobre os relógios de sol as tuas sombras
E larga os ventos por sobre as campinas.


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