sexta-feira, janeiro 22, 2010
1. Na primeira vez que o primeiro ministro de Portugal foi à Assembleia da República no ano da graça de 2010 para um debate com os deputados a dado passo:
Manuela Ferriera Leite dirigindo-se a ele no meio de uma qualquer apreciação diz: "você é o poder".
O primeiro ministro nada diz durante todo o debate sobre esta afirmação.
Mais à frente no tempo, 10, 15 minutos depois, Paulo Portas faz umas apreciações quaisquer e diz-lhe que "você isto, você é o responsável..."
O primeiro ministro diz a seguir, na sua resposta, a Paulo Portas que não acha bem ele dirigir-se-lhe a ele assim, "como se eu"...
É, não é? É a vida.
2. Aquela que assina como f num dos blogs mais repugnantes e que há-de ficar conhecido como um dos mais vergonhosos da blogosfera portuguesa (dizem-me, admirados, que já gerou um deputado: e? digo, e eles: e? sim, não está mais do que certo, muito certo?), a mesma f que um dia queria entrevistar e fotografar um arrumador de carros ali para o Marquês, escreve neste post, ou melhor: num comentário resposta, o seguinte:
"mto diferente saber q é preciso distinguir os good guys d viver num mundo a preto e branco, carlos. se calhar tem de sair da espuma para ver esta."
Retiveram o "se calhar tem de sair da espuma para ver esta"?
Já não é a primeira vez que f. revela a mesma jactância; passe lá da espuma, ó mulher, e guie-nos, guie-nos, quiçá, até à FLAD.
O autor da frase que ela cita ("«não muito diferente afinal esta estrada da nossa: tudo depende de sermos capazes de continuar a ser the good guys e de conseguirmos perceber quem o é. e sobreviver aos enganos. »"), responde-lhe assim: "Já agora: o que quis dizer com «se calhar tem de sair da espuma para ver esta»? Desconheço a expressão.
Quer dizer: ocorre-me 'A Espuma dos Dias', do Vian, mas neste contexto... Em todo o caso, ignore a minha questão, sff - fica para eu, quando tiver tempo, meditar."
Ela responde: "carlos, s fosse fácil distinguir os good guys ou, na metáfora do filme, os que transportam o fogo no coração, o post -- e o livro, e o filme -- não faria sentido. flei da espuma porq m pareceu q estava a fazer uma interpretação muito limitada da ideia de 'good guys'. eu estava, desculpe a grandiloquência, a falar d alma -- o tal fogo. um bocadinho mais fundo -- ou acima -- digamos, q a ideia d um universo a preto e branco."
Não? Profundidade.
Pro-fun-di-da-de.
Vejam onde é que ela consegue chegar, e a gritar.
Páre, por favor, páre.
3. Um dia, quase há meio ano, ouvi Marcelo Rebelo de Sousa dizer que também ele tinha feito uma incursão por uma das lojas maçónicas cá da república, já tinha saído, foi só para ver como é que era; dizia que dali não havia grande perigo, dando a entender que se reuniam para brincar, presumo que com legos. Marcelo queria que no PSD o quê?
4. Ao director de informação da rtp como à erc e também a muitos indivíduos que exercem o cargo de jornalistas é melhor pararem de cavar pois, enfim, o fosso já é de todo o tamanho e para virem para cima outra vez vai ser um problema.
Há vates e vates.
5. Entro no carro e ligo o rádio, levo logo com um fórum no diafragma, fogo!
A voz de um homem aí de meia idade a dizer que os anos que já viveu o levam a não acreditar no ser humano, e diz que vai exemplificar, dois pontos
certo dia foi a um hospital público onde uma enfermeira se recusou a fazer-lhe um penso...
- Desculpe sr. ... mas o assunto de hoje no forum não é dedicado a qualquer assunto de saúde, é, isso sim, sobre leis, legislar, o futuro de Portugal em leis. Vamos já ouvir o ouvinte seguinte, o Sr. Antunes, que está em viagem e nos está a ligar de cima de uma das rotundas deste país.
6. Mais uma vez os canais portugueses de notícias, 24 sobre 24 horas, da televisão por cabo na madrugada em que a BBC, a CNN e a Skynews, pelo menos, já davam a notícia do terramoto no Haiti, por cá mostravam e diziam não sei o quê. Estes canais assim vocacionados existem para quê? São os primeiros a dizerem que não têm qualquer relevância e a dizerem que somos mesmo os últimos para aqui encostados junto ao mar.
Por serem duas ou três da manhã? Gimme a break.
7. Miguel Esteves Cardoso, era só para lhe dizer que também reparei que na pública do último domingo houve alguém que se referiu à roupa que wes anderson anda a vestir; o público tem destas páginas cor-de-rosa, enfim. O que se passará naquelas cabecinhas?
8. Ande-se o que se andar e leia-se o que se quiser hão-de haver ainda e sempre títulos como o que o le monde escreveu a semana passada noticiando a morte de Rohmer, Mort d'Eric Rohmer, légende du cinéma français.
Pedro Lomba que surpreendemente passou a cronista do jornal público assim de um dia para o outro sem dizer nada a maior parte das vezes revelando antes no que escreve uma ausência de reflexão surpreendemente surpreendeu porque como que se inflingiu um upgrade de tudo aquilo que anteriormente disse em tom menos simpático.
Até esta semana onde caiu também ele no particularismo de acreditar que no tempo longo há sempre alguém que pode ser considerado o bode expiatório de qualquer coisa e então há que lhe apontar o dedo, ficando os outros quatro a olhar para ele. Neste caso referia-se a homens/mulheres que foram/são professores e que tiveram/têm de governar.
O Pedro Lombra deve ter tirado Direito, quase de certeza. E o upgrade?
posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, janeiro 22, 2010