segunda-feira, dezembro 28, 2009
3 momentos de mau gosto, culturalmente falando, e não só, em Portugal no ano de 2009:
1. Os erros e as gralhas presentes nos textos da exposição Encompassing theGlobe: Portugal e o Mundo nos séculos XVI e XVII, Museu Nacional de Arte Antiga, e o silêncio da comunicação social sobre os mesmos e as mesmas; uma exposição organizada, mostrada e patrocinada ao mais alto nível.
Leia-se no site da exposição a Análise de resultados, fragmentos:
"Com efeito, a exposição em Lisboa constituiu, mesmo para os comissários científicos, um acontecimento absolutamente excepcional, pelo espaço onde foi montada, o piso 02, o mais amplo e qualificado do Museu, pela clareza da montagem e pela inclusão, em contextos únicos, de tesouros nacionais e obras de colecções particulares, raramente vistas em público.
O Serviço de Educação geriu um grupo de técnicos responsáveis por acolhimentos e visitas guiadas à exposição que, para este efeito, tiveram formação adequada tanto nos conteúdos científicos da exposição como nas técnicas de comunicação para grupos de diferentes níveis etários e culturais.
Um vasto programa regular de visitas gerais e temáticas foi assim levado a cabo, orientadas pelos técnicos do Serviço de Educação e pela equipa de técnicos referida a que se associaram os conservadores do Museu Nacional de Arte Antiga, e ainda os comissários científicos da exposição Julian Raby, Jay Levenson, Jean Michel Massing, Nuno Vassallo e Silva e vários outros especialistas em História e História de Arte.
A comunicação social deu boa cobertura ao evento na sequência das duas conferências de imprensa realizadas a 2 de Junho com as presenças da Secretária de Estado da Cultura, Secretário de Estado do Turismo, o Director do Instituto dos Museus e da Conservação e o Director do Museu Nacional de Arte Antiga e a 14 de Julho com Bernardo Trindade (Secretário de Estado do Turismo), Maria Paula Santos (Secretária de Estado da Cultura), Luis Patrão (Presidente do Turismo de Portugal), Manuel Bairrão Oleiro (Director do IMC), Paulo Henriques (Director do MNAA), Julian Raby (Smithsonian Institution), Jay Levenson (MoMA), Nuno Vassallo e Silva (Museu Calouste Gulbenkian), e houve referências à exposição em cerca de 100 meios de comunicação social entre periódicos, estações de rádio, canais televisivos nacionais e estrangeiros.
O programa Câmara Clara, realizado por Paula Moura Pinheiro para a RTP 2, dedicou à exposição a sua edição de 5 de Julho, com a presença de Nuno Vassallo e Silva e Paulo Pereira.
Foram feitos directos pela RTP 1 para o programa Portugal em directo, e para a SIC Notícias.
Consideram-se atingidos os objectivos de promover valores de auto-estima na população portuguesa, pelo reconhecimento aprofundado dos valores da sua História e Cultura, o que foi comprovado pelos inúmeros comentários de visitantes, que se manifestaram orgulhosos, comovidos, emocionados com a «magnifica exposição exemplificando parte do melhor legado positivo de um verdadeiro “encontro de culturas” naquilo que desse encontro é mais duradouro - a ARTE!»."
2. A Fundação de Serralves na sua homenagem a Manoel de Oliveira, aquando dos seus 100 anos, organizou uma belíssima exposição, de altos e baixos, diga-se, sobre a sua obra e sobre a sua vida, como não pode deixar de ser. A par da exposição decidiu editar três belos cadernos dentro de uma bela caixa preta, cujo preço não era nada apelativo, sobre a mesma. O problema é que o terceiro caderno ainda não viu a luz do dia aka não chegou às mãos dos seus compradores e quando para lá se pergunta quando é que ele chega ou se se passa ou passou algum mal entendido respondem, da livraria do museu, que não sabem, que já devia ter saído mas ainda não saiu. Já lá vai muito tempo e o pagamento foi integral a pronto e muito rápido, quase há dois anos.
3. Não estive lá nem lá iria se pudesse, não simpatizo com as pessoas responsáveis pela edição e pela organização do lançamento do 2666 de Roberto Bolaño, na Lx Factory. Vi no dia seguinte, creio, na sic-notícias um pequeno apontamento jornalístico sobre o mesmo e vi e li, nos dias seguintes, fotografias e alguns textos sobre a mesma festa de lançamento. De tão mau gosto, de tão mau gosto aquelas pessoas ali a meio da escadaria, alta, viradas para baixo a ler um fragmento de 2666... O que salvou aquilo foi e seria sempre o 2666, mas associar aquele momento à edição de um livro de Roberto Bolaño... 2666, e que fosse a outro autor... muito muito mau.
posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, dezembro 28, 2009