A montanha mágica

segunda-feira, dezembro 07, 2009

If you ever go to Houston (17)





de um email cujo autor desconheço



1. Aí há um ano, mais ou menos, George Steiner, em entrevista à revista do elpais de domingo, disse que andava muito admirado por a classe média baixa e os pobres não se revoltarem contra os seus dirigentes políticos e contra os seus chefes e contra quem mais fosse. Que estava muito admirado por as pessoas não sairem para a rua a protestarem. Abuso em cima de abuso, exploração em cima de exploração. Depois disso já tivemos Atenas, oh, Atenas.
Um dia destes vai estar em Viseu, acreditam? Não é em Lisboa, e nota-se tão bem que não é em Lisboa. É lá para Viseu, para longe das muralhas. Muito longe.
Esteve em Viseu mas para alguns provincianos lisboetas, em Portugal, só esteve em Lisboa, para receber o doutoramento honoris causa na Nova.


2. No passado dia 18 de Novembro, uma quarta-feira, de 2009, Manuel da Costa Andrade, Professor de Direito Penal da Universidade de Coimbra, escreveu um artigo para o jornal Público intitulado: Escutas: coisas simples duma coisa complexa.
Já toda a gente citou o texto já se falou dele o suficiente até já o engavetaram.
Só duas coisas mais, certamente sem importância: a primeira é a ironia do título, se foi sem humor é de um grande humor, aquele duma, aquele duma.
A outra, bem mais séria, dá razão às palavras de António Manuel Pina hoje, no A face oculta do "milagre". Foram elas: "E sem outro interesse que não o de um contributo, seguramente modesto, para a reafirmação e o triunfo da lei. Pela qual devemos bater-nos ´como pelas muralhas da cidade` (Heraclito). E certos de que, também por esta via, se pode contribuir para o triunfo das instituições. E, reflexamente, para salvaguardar e reforçar o prestígio e a confiança nos titulares dos órgãos de soberania cujos caminhos possam, em qualquer lugar, cruzar-se com os da marcha da Justiça."
Um dia destes o canal:youtube/amontanhamágica vai aparecer numa ou noutra conferência de imprensa e vai perguntar: o que acha do sentido do bem comum, do bem público, na política e nos políticos portugueses. Obrigado.


3. Do ponto três do If you ever go to Houston 12: sem comentários:
no jornal público de hoje, quinta-feira, 15 de Outubro de 2009, página 12: a ministra da educação para uma aluna do primeiro ciclo do ensino básico: "E o que é que gostas mais nesta escola nova?" e a aluna: "Da professora." e a ministra, mais tarde: "os alunos naturalizam as condições envolventes e acabam por dar mais importância à figura do adulto."

Há quem tenha noção? "os alunos naturalizam as condições envolventes e acabam por dar mais importância à figura do adulto."

Isto é muito sério: "os alunos naturalizam as condições envolventes e acabam por dar mais importância à figura do adulto."

Só em Portugal é que a actual Ministra da Educação (Isabel Alçada), chega a e pode ser Ministra da Educação, confrangedor, confrangedora.
Espera-se, a todo o momento, a expectativa é muita, a disponibilidade de Fernanda Câncio para "escrepver e assentar os feitos famosos asy nossos como de nossos Reynos" do Ministério dito da Educação.


4. O nojo em estado puro e a céu aberto também mora, desde há muito, pelos blogs jugular e da literatura, nenhum dos dois merece qualquer qualificativo para além daquilo que por lá se lê e vê, é mau de mais. Em relação ao segundo, juro que nunca percebi a atenção dada ao seu principal mantenedor, a sério, nunca, o que é que ele diz que se aproveite? Um dia escreveu que os professores que participaram nas grandiosas manifestações contra as políticas da anterior ministra da educação só o fizeram porque alguém os mandou ir, não tinham vontade própria, e inteligência nem falar, oh, oh, aqueles 120.000. E um dia destes escreveu esta pérola das pérolas:

Lisboa está atenta às cascas de banana.

É alguém que vale a pena, certamente, tomar atenção. Cada tiro cada melro. Eheheheh. Continua a valer a pena fazer de conta.


5. Algo que nunca julguei possível, mas como diz o provérbio pior é sempre possível:





6. Um pouco de futebol, agora, só para dizer aos inocentes dos dirigentes do Benfica sois uns inocentes. Pedi e exigi árbitros estrangeiros para os vossos jogos: então castigam o Cardozo com dois jogos, dois jogos, atenção, dois jogos, com Vanoidonk, foi o mesmo, ele andava a marcar muitos golos, castigam o Cardozo com dois jogos por algo que não se viu e o central da equipa mais representativa da cidade do Porto continua sem sequer ver amarelos mesmo quando pontapeia adversários já com eles sobre terra?
Sois uns inocentes. Contai os cartões que já tendes e comparai. Arre. Comparai ainda como uns e outros falam para os árbitros portugueses dentro do campo, e já agora comparai também a realização televisiva, em si, que é feita e dos comentários que atrás vêm. Arre outra vez.
Deixai lá, dirigentes benfiquistas, que pior do que vós só os do sporting incluindo os sócios e simpatizantes de Coimbra para baixo: virai a vossa raiva para outro lado que o Benfica nos últimos 20 anos só deve ter ganho para aí um ou dois campeonatos, ainda sois mais inocentes. Três vezes arre.
Ah, a secção de desporto/futebol do jornal público é... como dizer... é... muito má, muito má, muito má.
Outro ah, o Benfica introduziu mais uma coisa boa no futebol português: é que a equipa que joga mais e melhor também pode perder e perde. Acham pouco? Isto é uma revolução. E quando perde é normal perder, e a vida continua, mesmo. Acham normal? Salvé, Benfica.

7. Às vezes, quando a vontade é a acefalia absoluta, deixo o canal escolhido manter-se naquele programa da rtp n sobre futebol, com aqueles três comentadores mais aquele jornalista. Só para dizer que aquilo não é possível.


8. Um dia destes enquanto a sic-notícias dava notícias que tinha passado o dia a dar a skynews estava em directo do Rio de Janeiro às escuras, isto para aí às duas da manhã. É mau, não é? E ainda falam da internet e dos telemóveis e assim.


9. Para terminar que já vai longo, e tenho de ir para uma conferência de imprensa, um dia destes, no The Daily Show, Jon Stewart mostrou e desmascarou uma peça televisiva da Fox sobre os protestos de algumas pessoas contra a reforma da saúde do presidente Obama. Este canal fez uma montagem colocando mais pessoas do que aquelas que realmente participaram na manifestação, foram buscar imagens a dias diferentes e a manifestações diferentes: numa a manifestação foi num dia cinzento de outono com as folhas das árvores às cores; noutra num dia de sol e com as folhas das árvores verdes. Uma era uma manifestação dos veteranos de guerra e das suas famílias outra era contra o novo plano de saúde de Obama.
Voilá.

posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, dezembro 07, 2009

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