terça-feira, julho 21, 2009
- Que tempo, não é?
Jenny Holzer, "MONUMENT", 2008.
A sucessão dos dias, das datas, das festas e dos festejos, disto e daquilo, ano mais ano, da tradição e do que se vai tornando tradicional, que quisemos e vamos continuar a querer que marque a passagem do nosso tempo, mais depressa ou mais devagar, olhando ora para a frente ora para trás, uma e mais outra vez a ver se vislumbramos o que aí vem, subtraindo dias ao que está mais próximo de chegar.
Gostei muito de ler a última crónica de José Manuel dos Santos, que alguém fez o favor de me meter em papel fotocópia na caixa do correio, + a de Luís Fernando Veríssimo, intitulada Lua, a primeira, e O Filho do Assobiador, a segunda.
A primeira fez-me lembrar uma troca de palavras entre C.C. Baxter e a senhoria dele, no The Apartment, 1960, de Billy Wilder:
[Nova Iorque, 1959]
"-Boa noite, Sr. Baxter.
-Sra. Lierberman.
-Que tempo, não é? Aposto que é por causa desses disparates com os foguetões.
Perdeu a sua chave da porta?
- Não, estou à espera de um amigo.
Boa noite, Sra. Lieberman.
- Boa noite, Sr. Baxter."
A segunda é voltar, melhor: pôr em papel, aos dias que José Manuel dos Santos diz que voltou, àquele tempo, ao de sempre logo de hoje que vamos vendo conforme o tamanho que vamos tendo.
Vénia, aos dois.
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, julho 21, 2009