A montanha mágica

terça-feira, junho 16, 2009

rascunho de 8/6/2009 actualizado e aumentado





The Melancholy Death of Oyster Boy and Other Stories, 1982



É incrível como um partido político como o Partido Socialista Português que tem a história que tem se verga a alguém como se não houvesse mais ninguém, e quando esse alguém: vê pouco, vê mal e é como se vê. A sério: quem é que do 1º ano do primeiro ciclo (primeira classe) ao último ano de estudos ou de curso puderam ou tiveram de fazer um exame académico de avaliação a um domingo?

O Partido Socialista Português, ou outro qualquer, como é natural, se tivesse juízo ou se tentasse perceber um pouco melhor o tempo em que vive, e o que está para vir, era isso que fazia. Não há aparelho que resista. Obama diz-lhes alguma coisa? Ou é só Obama, Obama, Obama? Não é só marketing como alguns gostam de sorrir e dizer. Não se pode, nos tempos de hoje, nos tempos que correm, ignorar ninguém nem dar pouca importância ou sequer tratar mal. Se não vemos isto não vemos nada.

[nota introduzida hoje dia 15/6/2009: Vasco Pulido Valente é um caso paradigmático: ainda não percebeu, porque não quis, diga-se, que o paradigma político e social e cultural já mudou, tanto ou mais que o económico, e continua naquela capelinha de ironia de escárnio e mal dizer e a contentar-se em dizer este é dr. e aquele também é dr. e eu sou Professor Doutor. Pode continuar mas vai mal, a si também ninguém lhe liga. Ninguém disse ninguém previu ninguém esperava ninguém anteviu diz o Professor sempre e sempre. Ainda se ao menos não fosse convencional...]

Por cá pela blogosfera é mato isto de ignorar e de assobiar para o lado, se não se pertencer a uma capelinha nada feito, e tão feias as capelas que por cá há, tão visíveis e com tão pouca vergonha na cara, mas criticam que se fartam têm opinião que se fartam e fazem pior do que aqueles que criticam em maior escala.

Sobre eleições e sondagens para estas eleições escrevi (momento destruir depois de ler) o que pensava para aí há três meses e sugeri uma reflexão a um dos peritos [nota introduzida hoje 16/6/2009: ontem escreveu um artigo e foi buscar exemplos lá fora] que por cá anda partindo das eleições que no Porto deram a vitória a Rui Rio quando este derrotou Fernando Gomes. Nada, nada. Nem um parágrafo, nem um não tenho tempo, nada. Quem és tu? Parecia descabido? Não despreze as pessoas, como dizia um amigo meu um destes dias, o verdadeiro aristocrata sobe ao povo.

Que o Partido Socialista ia levar uma vassourada e que ia conseguir ter aí vinte e poucos por cento. Isto de viver, conviver e observar os outros à nossa volta é muito chato. Ou, melhor ainda: atenção aí vai a pirueta: de não pertencer a capelinha nenhuma. Mas é eficaz. Ouçam: não é umbiguismo, nada disso, é mesmo simples, basta andar atento. A humildade em excesso, escreveu Shakespeare, a certa altura passa a ser vaidade.

Agora mesmo enquanto escrevo esta nota Alberto Martins na sic-notícias vitimiza-se argumentando e falando que para a escola pública isto e aquilo que afrontou os interesses instalados e que por isso pagou caro... Olhe lá, ouça: mas ouça homem: vocês deram cabo, acabaram, destruíram a escola pública em Portugal, acabaram com ela. Vocês não percebem nada de nada, na pessoa da Ministra da Educação: nada: nem de disciplina nas escolas, nem de conteúdos, nem de currículos, nem de escolaridade obrigatória, nem de avaliação de professores, nem de gestão.... nada, nada. Destruiram o que havia de bom num sistema público de educação. Aquilo que criaram foi a escola privada massificada.
Havia que mudar, melhorar? Claro, ser mais exigente, ter mais qualidade mas fazer isso em meia dúzia de anos. Gradualmente. A ignorância é assim.

Acerca de ignorância: leia-se: Público 2, Sábado, Frases de ontem, página 3: "Vivemos num país provinciano, de gente tacanha, que não sabe usar a liberdade que tem e que vive numa cultura de servilismo lamentável. José Eduardo Moniz, Correio da Manhã."
Percebe-se o alcance mas... Este homem é director de uma televisão que diariamente durante a manhã dá Goucha e uma rapariga aos gritos; de tarde as tardes da Júlia Pinheiro; à noite, depois do nacional, telenovelas até passar da meia noite. Gente tacanha? Provinciano? O senhor acha que tem alguma responsabilidade nisso ou não? Não? E depois o povo é isto e aquilo e aqueloutro.

Para terminar, ontem a sic ainda teve o desplante de apresentar mais uma sondagem, para as legislativas, que foram arrasadas por António Barreto em cinco segundos, a Ana Lourenço até parecia estar a sentir-se mal, naquele papel.

[nota introduzida hoje 16/6/2009: a sic, sempre pronta e tão atarefada e tão solícita, vai entrevistar, amanhã, o primeiro ministro de Portugal... sem palavras. Sic: o que quer dizer Sic?
A tsf todo o dia e a antena 1 de manhã, pelo menos, aquele jornalinho cego surdo e mudo e arrogante e vaidoso e parolo. Enfim. Vergonhoso.

Mesmo mesmo para terminar, não fico com a consciência tranquila se não pedir desculpa ao sr. governador do Banco de Portugal: desculpe. O sr. doutor tem todo o direito de se mostrar como mostrou na assembleia, assim indignado, chateado, zangado, enervado, por ter de responder a perguntas e considerações daquelas. O país não o merece, é o que é.
Ganhe vergonha, homem, ganhe vergonha na cara.]

posted by Luís Miguel Dias terça-feira, junho 16, 2009

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Pousa sobre os relógios de sol as tuas sombras
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