segunda-feira, abril 06, 2009
Caro JPP,
de outras vezes não esperava resposta mas desta pelo menos ao terceiro ponto.
Três:
1. nem é de se ser de Lisboa ou de se ser do Porto, é de andar atento e reflectir;
2. quando escrevi aqui há dias uma nota a desmentir Vasco Pulido Valente (lá estou eu dentro do Burn After Reading) que, retoricamente ou não, disse ninguém ter adivinhado esta crise, ter-lhe-ia dito, ou a outra pessoa qualquer que tivesse manifestado vontade, aquilo que o JPP escreveu neste artigo, mas desde há dez anos atrás;
3. Transcrição: "De onde vem esta agitação? As fábricas estão do lado de lá, ou na corda do Tejo. Aqui só há fábricas de papel, escritórios, repartições, Lisboa é uma cidade terciária, há muito funcionário público, e esses ainda escapam à crise. Não há fábricas, por isso não há desemprego visível. Não é Mangualde, ou o Vale do Ave. Não é o Porto, ou Braga. Não é Setúbal. Tem crise, mas vê-se menos. Escrevo, enquanto atravesso a Baixa, à procura, como David Attenborough, do animal da crise, um ilusivo animal na fauna urbana de Lisboa. Mas se a selva dele não é esta, deve estar mais longe. Em Telheiras, em Alcântara, em Xabregas, nos Olivais? Pode ser, mas deve descer à Baixa de vez em quando."
A negrito: "Mas se a selva dele não é esta, deve estar mais longe. Em Telheiras, em Alcântara, em Xabregas, nos Olivais?"
"A selva"? Era a isto que gostava que me respondesse, ontologicamente e axiologicamente. Selva?
posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, abril 06, 2009