quinta-feira, março 19, 2009
o estrangeiroDesde o dia em que o ministro dos negócios estrangeiros da república portuguesa fez saber aos E.U.A. que podia contar com Portugal na resolução e no desmantelamento da prisão de Guantánamo que estou à espera de ouvir alguém dizer mais alguma coisa sobre este assunto, é que não está tudo dito.
Claro que não está.
Claro que no que diz respeito aos Direitos Humanos e ao encerramento desta prisão está tudo dito. Para mim, nem há discussão.
Mas há discussão, sim, quanto ao momento e à legitimidade que um membro de um governo português tem para dizer o que disse e se oferecer como foi o caso. Oferecer sem conotação negativa.
Apesar da questão ser sobre um dos princípios mais básicos e elementares que já devia ser mais do que respeitado (devia e deve ser celebrado, o ser humano ter chegado aqui), deve-se dizer que o ministro português fez a figura de português típico, nossa, que é pôr-se em bicos de pé de dedo no ar ou correr para a fotografia.
Questão ética e moral também é saber e preocupar-se com o estado dos presos das prisões portuguesas, se são ou não respeitados, independentemente de serem ou não mais maus ou menos maus, melhores ou piores.
Se me perguntarem sobre como deviam ser tratados responderei que as prisões deviam ser lugares sóbrios mas de muito bom gosto e à beira mar ou coisa parecida. Tratar bem pessoas que se calhar nunca o foram, para se corrigirem e se arrependerem, ou não, de algo que fizeram e que não deviam ter feito, ou não.
Hoje há notícias de relatórios internacionais a dizer isto e aquilo e aqueloutro. Enfim. Não são precisos, as pessoas sabem, mas não se importam, não querem saber, é a vida.
posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, março 19, 2009