sábado, abril 12, 2008
Jill McBain
Houve um dia em que tive a possibilidade de a ver. Real. Pertinho. Mas a vidinha não deixou, fiquei a saber que muitos mais dias seriam como aquele. Houve pessoas que quis ver antes de deixar de ter a possibilidade de as ver. Não as vi, nalguns casos. Não cheguei a ver. Não as poderei ver mais. Houve uma dessas pessoas que quis ver e o mais perto que estive foi junto ao seu caixão, já fechado. Foi o mais perto que estive, fisicamente. Mesmo aquelas que ainda tenho possibilidade de ver duvido que as possa vir a ver.
Mas ontem, já hoje, também, retive duas ou três frases: "Não me matem a Cardinale", gritou Visconti, e ela soube que ele já tinha olhado para ela; "Eu também já fui muito bonita", banhada em lágrimas e depois de ter fugido, disse-lhe Gilda. Ainda houve outra mas não me lembro agora... já sei: que tinha sido violada e que a sua vida tinha sido uma constante de perdão e de tentativa de entendimento do porquê, teve aquele filho. Aquele olhar italo/africano. E a dizer que desde que Luchino partiu todos os dias pensa nele e lhe pede ajuda.
No princípio queria ser professora nos oásis tunisinos.
Mara, Angélica Sedara, Ginetta, Claudia...
E depois Jill acha que as palavras que Cheyenne lhe disse eram boas. E assim fez.
posted by Luís Miguel Dias sábado, abril 12, 2008