A montanha mágica

sexta-feira, março 21, 2008

- Sim, sim, sim --apressou-se Pedro a responder.






fotograma de O Rei dos Reis de Nicholas Ray.





"- Tu estavas com o tal Jesus!
- Enganas-te , mulher, eu... não conheço esse tal Jesus.


[o galo canta]


- Não és um dos discípulos?
- Não, não sou...
- Quanto tempo ficará Jesus ali?
- Não sei.
- És um dos discípulos! Vi-te no Monte das Oliveiras!
- Não, não sou... não estava no Monte das Oliveiras!


- Quase juraria que estavas com este homem!
- Não sei a que te referes...! Não sou um seguidor deste homem!


[o galo canta]"

in King of Kings de Nicholas Ray.




fotograma de O Rei dos Reis de Nicholas Ray.




"Também eu lhe contarei uma história --prosseguiu velho-- visto que ainda não contribuí para o entretenimento da noite. Contá-la-ei apenas para ilustrar que existem, se mo permite, Madame, coisas piores do que a perdição, e chamar-lhe-ei --o velho reflectiu por um momento-- chamar-lhe-ei «O Vinho do Tetrarca».

«Naquele tempo, quando, na primeira quarta-feira após a Páscoa --principiou o cardeal--, o Apóstolo Simão, chamado Pedro, ia andando pelas ruas de Jerusalém, tão completamente absorto na ideia da ressurreição que nem sabia se caminhava ou se era transportado pelo ar, notou ele, ao passar pelo Templo, que um homem esperava junto a uma coluna. Os olhos dos dois encontraram-se, e o estrangeiro deu uns passos e interpelou-o.
- Não estavas tu também --perguntou-- com Jesus de Nazaré?
- Sim, sim, sim --apressou-se Pedro a responder.
- Nesse caso, gostaria muito de dar-te duas palavras --disse o homem. - Não sei o que fazer. Queres entrar na estalagem aqui próxima e beber comigo?
Pedro, porque não podia desprender-se dos seus pensamentos o suficiente para achar uma desculpa, aquiesceu, e em breve os dois homens se sentavam na estalagem.
O estrangeiro parecia ser ali bem conhecido. Imediatamente conseguiu uma mesa só para si ao fundo da taberna e longe dos que, de tempos a tempos, entravam na estalagem ou saíam, e também pediu do melhor vinho para si e para o Apóstolo. Pedro olhava agora para o homem e achava-o uma figura impressionante. Era um jovem trigueiro, de forte constituição e altivo porte. Estava mal vestido, e tinha nos ombros uma capa de pele de cabra muito remendada, mas por baixo usava um lenço de fina seda carmesim e tinha uma corrente de ouro em volta do pescoço, e nos dedos muitos anéis de ouro, um dos quais com uma grande esmeralda. Pareceu então a Pedro que já tinha visto esse homem antes, no meio de um medo e turbulência terríveis; mas não se lembrava onde.
- Se és de facto um dos que seguiram o Nazareno --disse ele-- quero fazer-te duas perguntas. Dir-te-ei as minhas razões para o fazer à medida que formos conversando.
- Terei prazer em te ajudar --disse Pedro, ainda abstracto.
- Muito bem --disse o homem-- eis a primeira: É verdade o que dizem desse Rabi que servias, que ele ressuscitou dos mortos?
- Sim, é verdade --respondeu Pedro, sentindo porém o seu próprio coração dilatar-se a tal proclamação.
- Pois eu ouvi boatos sobre isso --disse o homem-- mas não o sabia com certeza. E é verdade que ele próprio te disse, antes de ser crucificado, que iria ressuscitar?
- Sim --disse o Apóstolo-- Ele disse-nos. Nós sabíamos que isso iria acontecer.
- Pensas então --perguntou o estrangeiro-- que cada palavra do que ele disse vai por certo verificar-se?
- Nada no mundo é mais certo do que isso --respondeu Pedro. O homem calou-se por momentos.
- Dir-te-ei por que te pergunto isto --disse ele subitamente. - É porque um amigo meu foi crucificado com ele na sexta-feira no Monte da Caveira. Viste-o lá, penso eu. A ele esse teu Rabi prometeu que estaria consigo no Paraíso nesse mesmo dia. Acreditas que ele foi mesmo para o Paraíso na sexta-feira?
- Sim, tenho a certeza de que foi, e que está lá agora --disse Pedro. De novo o homem se calou.
- Enfim, isso é bom --disse ele--. Ele era meu amigo.
Nessa altura um rapazito da estalagem trouxe o vinho que o homem pedira. O homem deitou um pouco de vinho nos copos, olhou-o, e pousou-o de novo.
- E esta --disse ele-- é a outra questão de que queria falar-te. Provei muitos vinhos nestes últimos dias, e todos me souberam mal. Não sei o que aconteceu ao vinho de Jerusalém, que já não tem aroma nem corpo. Acho que deve ter sido do tremor de terra que tivemos na tarde de sexta-feira; azedou o vinho todo.
- Não me parece que este vinho seja mau --disse Pedro para animar o homem, pois ele parecia triste como a morte.
- Não é? -- disse o homem, com esperança, e bebeu um trago. - Sim, este também é mau --disse ele, e pousou o copo. - Se lhe chamas bom é talvez porque não percebes muito de vinhos. Eu percebo, e um bom vinho é o meu grande prazer. Agora não sei o que fazer.
- Agora sobre esse meu amigo, Fares --disse, retomando o fio da conversa --dirte-ei como ele foi feito prisioneiro e condenado à morte. Ele era um salteador na estrada de Jericó a Jerusalém. Nessa estrada passou um carregamento de vinho que o Imperador de Roma mandava de presente ao Tetrarca Herodes, e entre outros vinha um odre de vinho tinto de Capri, que não tinha preço. Uma noite, aqui neste lugar onde nós estamos, conversávamos, eu e Fares, e eu disse-lhe: Daria o coração para beber vinho tinto do Tetrarca. Ele disse-me: ´Porque te amo, e para te mostrar que não valho menos do que tu, matarei o intendente da caravana e enterrarei o odre de vinho tinto sob um tal cedro assim-assim da montanha, e ambos beberemos juntos o vinho do Tetrarca.`Ele de facto assim fez, mas, ao voltar a Jerusalém para se encontrar comigo, foi reconhecido por um dos carregadores que escapara, lançado na prisão e condenado à cruz.
- Vieram dizer-mo, e eu caminhei nessa noite por toda a cidade de Jerusalém, pensando num meio de o ajudar a escapar-se. De manhã, ao passar pelos degraus do Templo, vi neles um velho mendigo, que eu ali vira muitas vezes, e que tinha uma perna má, toda ligada, e que também era louco. Na sua loucura ele gritava e dizia profecias, lamentando o seu destino e amaldiçoando os governadores da cidade, clamando muitas injúrias contra o Tetrarca e a sua mulher. Como ele era louco, todos costumavam rir-se dele. Mas nessa manhã sucedeu que um centurião passava com os seus homens, e quando ouviu o que ele dizia da mulher do Tetrarca, zangou-se. Disse ao mendigo que, se voltasse ao mesmo, ele o faria dormir na prisão de Jerusalém, e lhe mandaria dar 25 bastonadas à noite e outras tantas pela manhã, para o ensinar a falar com reverência das pessoas ilustres.
- Eu ouvia e pensava: eis a minha oportunidade. Assim, nesse dia rapei a barba e o cabelo, tingi a face com óleo de nozes, e vesti-me de farrapos, e também enfaixei a perna direita, escondendo nas ligaduras uma lima forte e afiada e uma longa corda. À noite, quando me dirigi ao Templo, vi que o velho tivera tanto medo que não viera, de modo que eu tomei o seu lugar. Quando a ronda passou fritei bem alto, na voz do mendigo louco, as piores maldições que me ocorreram contra o próprio César em Roma e, tal como eu previra, a ronda agarrou-me e levou-me para a prisão, e ninguém me reconheceu assim vestido de farrapos. Deram-me ali 25 bastonadas, e tomei boa nota do homem que me batia, para o reconhecer no futuro; mas, com uma moeda de prata, subornei o carcereiro para que me fechasse nessa noite na prisão onde se encontrava Fares, e que era no alto do edifício, o qual, como sabes, está construído numa rocha.
Fares caiu a beijar-me os pés, deu-me de beber a água que tinha, mas depois começámos a limar a barra de ferro da janela. Como era alta, ele teve de subir aos meus ombros, ou eu aos dele, para o fazermos e por fim da atámos a corda à barra partida. Fares desceu primeiro, até chegar ao fim da corda, que não era suficientemente comprida e deixou-se cair. Saí eu então, mas estava fraco e demorava muito a descer, e sucedeu que nessa mesma hora um grupo de soldados entrava com um prisioneiro. Traziam archotes, e um deles avistou-me pendurado na corda rente à parede. Fares podia ter fugido, se corresse, mas não quis fazê-lo antes de ver o que me acontecia, e assim foi que mais uma vez nos prenderam e viram então quem eu era.
- Foi assim que sucedeu --disse o estrangeiro. - Mas agora tu dizes-me que Fares está no Paraíso.
- Tudo isso --disse Pedro, que estivera ouvindo, porém sem escutar-- tenho para mim que é a prova de grande coragem da tua parte e fizeste bem em arriscar a vida pelo teu amigo. --E Pedro suspirou profundamente.
- Ah, quem viveu, como eu vivi, tanto tempo na floresta, não tem medo das corujas --disse o estrangeiro. - Alguém já te falou de mim como um homem que foge do perigo?
- Não --disse Pedro. - Mas tu dizes --continuou ele instantes depois-- que também foste prisioneiro. Ora, estando tu aqui, é porque conseguiste escapar.
- Sim, escapei --disse o homem, e lançou a Pedro um estranho e profundo olhar, - Quis então vingar a morte de Fares. Mas, visto que ele está no Paraíso, não vejo por que hei-de preocupar-me. E agora não sei o que fazer. Deverei desenterrar o odre do vinho do Tetrarca e bebê-lo?
- Achá-lo-ás triste, sem o teu amigo --disse Pedro, e os olhos encheram-se das lágrimas que ainda lhe restavam depois daquela Semana. Pensou que deveria talvez censurar o homem pelo roubo do vinho do Tetrarca, mas muitas recordações lhe sufocavam o peito.
- Não, não é nisso que estou a pensar --disse o estrangeiro --mas nisto: se esse vinho também se estragou, e não me der prazer nenhum, que farei eu então?
Pedro ficou por instantes perdido em pensamentos.
- Amigo --disse ele-- há outras coisas na vida que te darão prazer, além do vinho do Tetrarca.
- Sim, eu sei --disse o estrangeiro-- mas se a mesma coisa se passar com elas? Tenho duas belas esposas esperando por mim em casa, e antes de tudo isto acontecer, comprei uma virgem de 12 anos. Ainda não a vi depois disso. Mas o tremor de terra pode tê-las afectado também, deixando-as sem aroma e sem corpo, e então o que farei?
Agora, Pedro começava a desejar que este homem parasse de se lamentar e o deixasse sozinho.
- Porque vieste --perguntou-- a mim com este assunto?
- Lembras bem --disse o estrangeiro. - Dir-to-ei. Fui informado que o teu Rabi, nas vésperas do dia em que morreu, deu uma ceia aos que o seguiam, e que nessa ceia foi servido um vinho especial, que era muito raro e tinha um corpo altamente precioso. Tens ainda desse vinho, e consentes em mo vender? O teu preço será o meu.
Pedro quedou-se a fitar o estrangeiro.
- Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! --exclamou, tão extraordinariamente abalado que entornou o seu copo, e o vinho correu para o chão. - Não sabes o que dizes. Esse vinho que bebemos na noite de Quinta-feira, nem o Imperador de Roma pode pagar uma só gota dele.
O coração doía-lhe tanto que ele se abalançava para a frente e para trás no banco. Ainda assim, no meio da sua dor, as palavras do Senhor, que ele seria pescador de homens, lhe vieram à mente, e reflectiu que talvez fosse seu dever ajudar este homem, que parecia tomado de profunda aflição. Voltou-se de novo para ele, mas ao olhá-lo lembrou-se que, de todos os homens que havia no mundo, esse jovem era o único que ele não poderia. Para se fortalecer evocou uma das palavras do Senhor.
- Meu filho --disse com gravidade e mansidão-- toma a tua cruz e segue-O.
O estrangeiro, na mesma altura em que o Apóstolo falava, esteve quase a dizer alguma coisa. Agora calava-se, e olhava sombriamente para Pedro.
- A minha cruz! --exclamou. - Onde está a minha cruz? Quem tomará a minha cruz?
- Só tu próprio a poderás tomar --disse Pedro-- mas Ele te ajudará a levá-la. Tem paciência e força. Dir-te-ei muito mais sobre isto.
- Que tens tu para me dizer? --perguntou o estrangeiro. - Parece-me a mim que tu nada sabes. Ajudar? Quem é que precisa de ajuda para levar essas cruzes que os carpinteiros de Jerusalém fazem hoje em dia? Eu não, decerto! Aquele cireneu de pernas tortas não teria nunca a oportunidade de exibir a sua força às minhas custas. Falas de força e paciência --prosseguiu ele instantes depois, ainda muito agitado --mas eu nunca vi homem tão forte como eu. Olha --e ele entreabriu a veste para mostrar a Pedro os ombros e o peito marcados por muitas, terríveis e profundas cicatrizes brancas. - A minha cruz! A cruz de Fares estava à direita, e a cruz desse tal Acaz, que nunca valeu grande coisa, estava à esquerda. Eu teria levado a minha cruz melhor que qualquer dos dois. Não achas que eu havia de durar mais do que seis horas? Não foi grande coisa, vamos lá. Onde quer que estive, fui sempre um chefe, e os meus homens tinham os olhos postos em mim. Não creias, lá porque não sei o que fazer agora, que não estou habituado a dizer aos outros para fazerem o que a mim me apetecer.
Perante o tom desdenhoso destas palavras, Pedro esteve quase a perder a paciência, mas prometera a si próprio, desde que cortara a orelha a Malco, controlar o seu génio, de modo que nada disse.
Ao fim de certo tempo o homem olhou para ele, como se impressionado pelo seu silêncio.
- E tu --disse ele-- que és um dos que seguiam esse Profeta, que pensas que irá ser de ti agora?
A face de Pedro, que a dor desfigurava, iluminou-se de suavidade. Todo o seu rosto irradiava esperança.
- Espero e creio --disse ele-- que a minha fé, sofrendo embora a prova de fogo, seja merecedora da glória e da honra. Espero que me seja dado sofrer e morrer pelo meu Senhor. Tenho, até, nestas últimas noites --prosseguiu, falando em voz baixa-- pensado que talvez no fim do meu caminho me espere uma cruz. --Tendo dito isto, não ousou olhar o outro homem nos olhos, mas acrescentou rapidamente: - Embora tu penses que estou a vangloriar-me, e que a minha condição é demasiado humilde para tal.
- Não --disse o estrangeiro. - Acho muito provável que tudo o que disseste venha de facto a acontecer-te.
Esta confiança do homem nas suas esperanças pareceu a Pedro um gesto de amizade inteiramente inesperado e generoso por parte do estrangeiro. O seu peito encheu-se de gratidão. Ruborizou-se como uma jovem noiva. Pela primeira vez sentiu um real interesse pelo seu companheiro, e pareceu-lhe que devia fazer algo por ele, em paga das lindas coisas que ele lhe dissera.
- Perdoa-me --disse brandamente-- por não ter podido aliviar o que pesa em tua alma. Mas de facto pouco domínio tenho de mim, tanto foi o que me aconteceu nos últimos dias.
- Oh! --disse o estrangeiro-- eu também não esperava mais.
- No curso da nossa conversa --disse Pedro-- repetiste que não sabes o que fazer. Diz-me em que questão tens essas dúvidas. Até sobre esse vinho que dizes tentarei aconselhar-te.
O estrangeiro olhou-o.
- Não tenho estado a falar de uma questão em particular --disse ele. - Não sei o que fazer em geral. Não sei onde se encontrará o vinho que possa de novo dar prazer ao meu coração. Mas suponho --prosseguiu ele ao fim de certo tempo-- que farei melhor em desenterrar esse vinho do Tetrarca, e em dormir com essa rapariga de que te falei. Posso tentar, pelo menos.
E com estas palavras se levantou da mesa, embrulhando-se na capa.
- Não vás ainda --disse Pedro--. - Parece-me haver muitas coisas de que deveríamos falar os dois.
- Tenho de ir, de qualquer modo --disse o homem. - Há um transporte de azeite do Hébron, que não posso perder.
- Negoceias em azeite, então? --perguntou Pedro.
- De certo modo --disse o homem.
- Mas diz-me, então, antes de partires --tornou Pedro-- qual é o teu nome. Pois poderemos voltar a conversar um dia, se souber onde te encontas.
O estrangeiro ia já no limiar da porta. Voltou-se e olhou para Pedro com hauteur e um leve desprezo. A sua figura era magnífica.
- Não sabes o meu nome? --perguntou. - O meu nome foi gritado por todas as ruas da cidade. Não houve um só desses burgueses servis de Jerusalém que não gritasse com todas as usas forças ´Barrabás`, gritavam eles, ´Barrabás! Barrabás! Solta-nos Barrabás!`O meu nome é Barrabás. Fui um grande chefe e, como tu próprio o disseste, um homem de coragem. O meu nome será lembrado.
E com estas palavras desapareceu."


Excerto do conto O dilúvio de Norderney in Sete Contos Góticos de Karen Blixen, Volume I, Biblioteca Dom Quixote, 1987.


posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, março 21, 2008

Powered by Blogger Site Meter

Blogue de Luís Dias
amontanhamagica@hotmail.com
A montanha mágica YouTube




vídeos cá do sítio publicados no site do NME

Ilusões Perdidas//A Divina Comédia

Btn_brn_30x30

Google Art Project

Assírio & Alvim
Livrarias Assírio & Alvim - NOVO
Pedra Angular Facebook
blog da Cotovia
Averno
Livros &etc
Relógio D`Água Editores
porta 33
A Phala
Papeles Perdidos
O Café dos Loucos
The Ressabiator

António Reis
Ainda não começámos a pensar
As Aranhas
Foco
Lumière
dias felizes
umblogsobrekleist
there`s only 1 alice
menina limão
O Melhor Amigo
Hospedaria Camões
Bartleby Bar
Rua das Pretas
The Heart is a Lonely Hunter
primeira hora da manhã
Ouriquense
contra mundum
Os Filmes da Minha Vida
Poesia Incompleta
Livraria Letra Livre
Kino Slang
sempre em marcha
Pedro Costa
Artistas Unidos
Teatro da Cornucópia


Abrupto
Manuel António Pina
portadaloja
Dragoscópio
Rui Tavares
31 da Armada

Discos com Sono
Voz do Deserto
Ainda não está escuro
Provas de Contacto
O Inventor
Ribeira das Naus
Vidro Azul
Sound + Vision
The Rest Is Noise
Unquiet Thoughts


Espaço Llansol
Bragança de Miranda
Blogue do Centro Nacional de Cultura
Blogue Jornal de Letras
Atlântico-Sul
letra corrida
Letra de Forma
Revista Coelacanto


A Causa Foi Modificada
Almocreve das Petas
A natureza do mal
Arrastão
A Terceira Noite
Bomba Inteligente
O Senhor Comentador
Blogue dos Cafés
cinco dias
João Pereira Coutinho
jugular
Linha dos Nodos
Manchas
Life is Life
Mood Swing
Os homens da minha vida
O signo do dragão
O Vermelho e o Negro
Pastoral Portuguesa
Poesia & Lda.
Vidro Duplo
Quatro Caminhos
vontade indómita
.....
Arts & Letters Daily
Classica Digitalia
biblioteca nacional digital
Project Gutenberg
Believer
Colóquio/Letras
Cabinet
First Things
The Atlantic
El Paso Times
La Repubblica
BBC News
Telegraph.co.uk
Estadão
Folha de S. Paulo
Harper`s Magazine
The Independent
The Nation
The New Republic
The New York Review of Books
London Review of Books
Prospect
The Spectator
Transfuge
Salon
The Times Literary...
The New Criterion
The Paris Review
Vanity Fair
Cahiers du cinéma
UBUWEB::Sound
all music guide
Pitchfork
Wire
Flannery O'Connor
Bill Viola
Ficções

Destaques: Tomas Tranströmer e de Kooning
e Brancusi-Serra e Tom Waits e Ruy Belo e
Andrei Tarkovski e What Heaven Looks Like: Part 1
e What Heaven Looks Like: Part 2
e Enda Walsh e Jean Genet e Frank Gehry's first skyscraper e Radiohead and Massive Attack play at Occupy London Christmas party - video e What Heaven Looks Like: Part 3 e
And I love Life and fear not Death—Because I’ve lived—But never as now—these days! Good Night—I’m with you. e
What Heaven Looks Like: Part 4 e Krapp's Last Tape (2006) A rare chance to see the sell out performance of Samuel Beckett's critically acclaimed play, starring Nobel Laureate Harold Pinter via entrada como last tapes outrora dias felizes e agora MALONE meurt________

São horas, Senhor. O Verão alongou-se muito.
Pousa sobre os relógios de sol as tuas sombras
E larga os ventos por sobre as campinas.


Old Ideas

Past