A montanha mágica

sábado, outubro 27, 2007

Cartão Wal*Mart






fotograma de For Ever Mozart de Jean-Luc Godard




Na passada quinta-feira queria muito ter ido ouvir George Steiner. Não pude. Não me deixaram. A ministra não me deixou. É mesmo assim. Ponto.

A respeito "do fosso que se cavou entre os cientistas e as comunidades" Steiner disse (leio no P2, de sexta-feira, num artigo de Luís Miguel Queirós) que "a saída está no ensino, desde os primeiros graus de escolaridade, e acredita que é possível estimular as crianças para a matemática."

Não sei se a srª. ministra esteve lá ou não, também não interessa. Se calhar tinha muito trabalho de gabinete para fazer ou ir inaugurar mais um quadro electrónico a uma qualquer escola. E depois só fala em organização, organização, organização. Sociologias.

Ainda dentro do mesmo comprimento de onda, temos tantos canais de televisão em Portugal e nenhum dos directores de programação achou que seria mesmo bom ir para lá e transmitir ou gravar a conferência? Claro, claro. É preferível continuar a insistir naquela comunidade que Don DeLillo tão bem descreve em Valparaiso. Insiste, insiste. Flecte, flecte. Ora insiste, ora flecte. É muito deprimente. E engraçado, se não fosse trágico. Cadáveres ambulantes mediáticos.

Voltando às comunidades referidas por Steiner, o homem merecia sair da fundação em ombros por aquilo que disse acerca da não revolta dos pobres. Acredito que muitos dos que lá estavam, senão todos, pensem o mesmo que ele. Espero-o também. É aflitivo o que se vai vendo. Só não vê quem não quer. Quem já está morto. Ou se faz passar. Perigo. Aqueles que querem uma redoma colectiva só para os seus pares.

Ainda a outra semana em Lisboa, a respeito do Tratado. Os governantes não pensam, quanto mais reflectir, e quanto aos ideólogos uns são assobiados outros já embruteceram. O que é preciso é andar para a frente e esmagar sempre os mesmos. Por isso é que Romero, que diz o mesmo que Steiner, mostra o que mostra bem dentro do império. Mas com sangue à vista e de uma forma mais violenta. É que... Será que...

Já teremos iniciado um novo processo de hominização? Segundo Oliver Curry, do Centro de Investigação de Darwin da London School of Economics, leio no dn online: "A espécie humana corre o risco de se dividir em duas subespécies dentro de cem mil anos (...) As duas subespécies vão dar origem a uma classe superior e uma inferior. Para o investigador, a espécie humana vai atingir o seu pico no ano 3000. Mas depois vai entrar em declínio, devido à sua dependência da tecnologia. A partir deste ponto, o ser humano vai tornar-se mais exigente na escolha de um parceiro, causando uma divisão em duas espécies. Os descendentes da classe superior serão altos, magros, saudáveis, atraentes, inteligentes e criativos. Os descendentes da classe inferior serão baixos, feios e pouco inteligentes, uma espécie de goblins.
Até lá, os seres humanos vão medir entre 1,80 e 2,10 metros, enquanto a esperança média de vida vai prolongar-se até aos 120 anos. Os homens vão ter feições mais simétricas, o queixo mais quadrado, a voz mais profunda e o pénis maior, enquanto as mulheres vão ter menos penugem, olhos maiores e mais claros, cabelo brilhante e seios mais robustos.
No entanto, a dependência humana pela tecnologia terá as suas consequências. Oliver Curry acredita que, dentro de dez mil anos, o ser humano perderá as capacidades de comunicar e sentir. Sentimentos como o amor, simpatia, confiança ou respeito deixarão de existir."
A hominização é um w.i.p.

E depois a Índia. Outra vez a Índia. Quinhentos e poucos anos depois. E quase pelas mesmas razões. Na segunda parte da globalização.

Em relação a Watson, Steiner disse aquilo que se esperava que dissesse. Pedro Mexia, e mais alguns, poucos, disseram o mesmo. Defenderam a liberdade. Que permaneça intocável, pois como, também, diz Sloterdijk «no es que la tierra gire en torno al sol, sino que el dinero gira en torno a la tierra». Na semana do Never Mind the Bollocks.

posted by Luís Miguel Dias sábado, outubro 27, 2007

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