terça-feira, setembro 04, 2007
"Pergunto-me o que será preferível -- matá-lo neste instante com as minhas próprias mãos ou esperar e deixá-lo tropeçar no seu próprio rasto. Talvez seja melhor não fazer uma cena. Acho que vou apenas aguardar a oportunidade e deixar que o ritmo o apanhe. Ele não pode manter isto indefinidamente -- é apenas de carne e osso. Tem de morrer, e morrerá, por aquilo que me fez. Não quero ser do tipo ultra-sensível, mas não me podem dizer que aquele pontapé não foi premeditado. Freud diz que não há acidentes. Não vivi nenhuma vida de clausura, conheci pares na dança que me estragaram os sapatos e rasgaram o vestido; mas, no que toca a pontapés, sou a Feminilidade Ultrajada. Quando me dão um pontapé na canela, sorrio."
Dorothy Parker, Contos, Relógio d`Água, 2007.
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, setembro 04, 2007