domingo, setembro 10, 2006
The Cincinnati Kid
Em Cincinnati, há um mês atrás, Roddick defrontou Murray. Nos primeiros jogos do primeiro set o escocês brindou, deu festival quero dizer, o norte americano com amorties e com lobs amiúde. Roddick, que devia ser jogador de baseball, não aguentou e tentou agredi-lo, devolveu-lhe a bola com violência para cima do corpo. Murray não aguentou e fez o mesmo, passados poucos minutos. Por segundos pensei que não o ia fazer, julguei que ia fazer como Eric Stoner . O resultado era o mesmo mas...
Botas, cotoveladas e fazer peito
Petit merece um bom castigo. Repetição: Petit merece um bom castigo. Aí seis jogos. Repetição: aí seis jogos. O Benfica não joga absolutamente nada. Repetição: o Benfica não joga absolutamente nada. Ainda só ganhou a uma não equipa, a uma não equipa. Não se percebe como um treinador está há dois meses numa equipa e não consegue fazer com que os seus jogadores construam uma jogada simples, cheguem à baliza adversária, ousem rematar. Aufklärung! Não é o treinador que é culpado, não é. É quem julgou que ele podia ser treinador do Benfica. Katsouranis? Manu? Miguelito? Katsouranis? Katsouranis?
Voltando ao castigo, o que me incomoda é que já vi bem pior do que aquilo que Petit fez ontem. Deco, por exemplo, naquele mesmo campo tirou uma bota e atirou-a ao árbitro. Recebeu castigo? E as cotoveladas de MacCarthy? Ou a entrada daquele central da equipa mais representativa da cidade do Porto o ano passado em jogo contra o Benfica? Lembram-se daquela peitada que Kostadinov fez ao bandeirinha no estádio da luz corria aí o ano de 1988 ou 89.
Existe no meio do tempo
Sei que houve recensões aos dois livros agora editados de Slavoj Zizek (coloquem um acento circunflexo ao contrário em cima de cada z) pela Relógio D`Água. Só li uma. Achei-a pobre. Não disse o essencial. Não disse que ele escreveu que a esquerda tem de fazer um brainstorming potente e não disse que o mundo ocidental de hoje precisava de voltar ao velho (?!) oeste e assim tentar nascer de novo. Porque se assim não for continuaremos entretidos num deserto real, onde aquilo que nos rodeia não existe, é apenas uma representação daquilo que alguns querem que seja. Romero. E é mau. Muito mau.
Por paradoxal que possa parecer, mas não é, Zizek diz o mesmo que Houellebecq, na sua La Possibilité d`une Île.
E agora vou ver a final do US Open, que deve ser como quem come cerelac.
posted by Luís Miguel Dias domingo, setembro 10, 2006