A montanha mágica

segunda-feira, janeiro 23, 2006





Australian Open:

Não faz mal Dementieva, não faz mal teres perdido logo no primeiro jogo. A tua fragilidade é apenas no e do serviço. Há outros que têm inícios fulgurantes, inacreditáveis até, e depois vemos que não sabem o que lhes fazer. Bravo Dementieva! Sabes que Segal não passa de uma anedota.

Baghdatis: com corpo de lutador greco-romano e com corpo de levanta ferro és arisca como um gato e rápido como um rato. Marcos.

Lindsay: o teu sorriso aberto no final, de tornozelo entalado e de quem estava a antever uma via sacra, contrasta com a tua expressão fechada, de dentes cerrados e elegância durante o jogo. Só lhe encontro paralelo no do Boss. Waiting on a sunny day.

NBA

Ginóbili: até me doeu a mim.

Wade: o que é isso Wade?

Dear God: Eighty-One! Bryant Erupts as Lakers Roll. Jesus! Jesus!

24 vs CSI

Fernão Lopes: espanta-me a facilidade com que alguns daqueles que assumem novas e mais responsabilidades mudam de tom. A partir desse momento, não vislumbram mais nada. Assumem-se distantes. E acabam as frases: é assim e prontos e houveram. No fundo, nunca devem ter visto os simpsons.

Futebol:

Freixo fora de hora de ponta: se houvesse outro canal que desse os jogos da liga e de outras ligas deixava de ver futebol na sport tv. Haja decoro. Mas... o que me dá mais satisfação é ouvir os adeptos azuis e brancos quando o fcp marca um golo insultar o slb. Sabe tão bem!

Política:

Papel pautado: o que é preciso é subir o mais rapidamente possível na hierarquia social, mesmo que para isso tenhamos que esquecer o cap. XXV de D.F. e todo o J.C. de S.

Crash: dizem-lhe que o que ficou em standby foi entregue a outras mãos. Perguntam-lhe se fica chateado por isso. Não fica pois não? Ele cora, o vulcão dá de si. Passa-lhe pelo cérebro uma imagem de Bruce Lee todo no ar. Vira costas e vai-se embora. O palerma ainda não compreendeu nada.

Sic: no fim da grande noite eleitoral, era assim que lhe estavam a chamar, aparece no ecrã o desvio e sequestro de um air force one. E avisam que este programa pode ter cenas chocantes, só para maiores de dezasseis! O que quer isto dizer?

Rome: começa dia 30, na dois.

Elsinore:

Narra Oliveira Martins (História de Portugal, páginas 270-277), que no Verão de 1574 D. Sebastião farto dos conselhos dos conselheiros (a redundância é minha) decide -- o duque de Aveiro e o conde de Vimioso iam em trajos de corte por não terem tido tempo de vestir os de guerra -- partir dizendo que ia visitar o Algarve. Fundeou em Sagres, com os barcos guarda-costas. Objectivo: Tânger. Objectivo: Fez. Só que, entretanto, o Inverno chegara e os temporais levaram D. Sebastião a renunciar à viagem. À volta, um temporal desbarata a frota e ele vai ter à Madeira. E o rei? Naufragado? Perdido? Quando as aflições eram maiores, entrou num dia de temporal no Tejo. Estávamos no Dia de Finados, 2 de Novembro.
Ora, imaginem os conselheiros! Contudo tinha por si o Papa que lhe mandara uma das setas do santo de seu nome, e Camões que, incitando-o mais que nunca, positivamente lhe dizia:

Tomai também a seta veneranda
Que a vós o sucessor de Pedro manda
...Sereis o braço forte e soberano
Contra o soberbo gládio mauritano.

Que farão, rei as vossas (setas) que têm liga
Com a que já tocou Sebastião?
..............................................
No sangue sarraceno as tingireis.



Depois... depois D. Sebastião tinha de ir a Fez. Partiu a 25 de Junho debaixo de maus presságios: aparecera um cometa, e corria que Pedro Nunes, o astrólogo, fizera profecias. Vinha dar à praia um peixe, que de um lado tinha uma cruz entre dois açoites, os emblemas da paixão do Redentor, do outro, a data de 1578. Ouviam-se vozes por várias partes. No Minho tinha-se visto no céu um combate de cavaleiros. D. João III, em fantasma aparecera a Luís de Moura, profetizando mortes (...) Mas apesar do susto, ou talvez por causa do terror, os que iam abandonavam-se ainda mais à orgia do luxo e do prazer. Amar, jogar, beber, era o meio de afugentar as visões pavorosas do medo.
O berbere esperou, não saiu ao seu encontro. Foi a 4 de Agosto. A batalha durou uma hora apenas. Quando se apercebem da tragédia há quem diga a D. Sebastião para fugir. Ele, cheio de pó e suor, e a camisa como o mesmo carvão, respondia com silêncio, precipitando-se a cavalo contra a mó dos inimigos: «Mas que resta?» perguntavam-lhe aflitos. «Morrer!...» -- E em seguida, batalhando, matando. -- «Morrer, senhor!» diziam-lhe em lágrimas, e ele sereno e conciso -- «Morrer, sim; mas devagar! -- Pois não há outro remédio? -- O céu!»
(...)
A pátria fugira da terra para a região da poesia e dos mitos.

Matrix reloaded:

Quando o telemóvel chegou não estava em casa.

...

The Kobe, the Kobe, the Kobe is on fire...


posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, janeiro 23, 2006

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São horas, Senhor. O Verão alongou-se muito.
Pousa sobre os relógios de sol as tuas sombras
E larga os ventos por sobre as campinas.


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