terça-feira, dezembro 06, 2005
"De vez em quando, Miss Amélia punha o Ford a funcionar e levava o primo Lymon a um filme em Cheehaw ou a alguma feira distante, ou a um combate de galos. O corcunda gostava imenso de espectáculos. Claro que voltavam sempre a tempo de abrir o café e muitas vezes ficavam horas perdidas à lareira, no andar de cima. O corcunda tinha medo de estar deitado às escuras. Tinha muito medo da morte. É até possível que a ideia do café fosse dele; era uma maneira de estar acompanhado e ajudava a passar parte da noite. No conjunto, estas imagens podem compor o quadro desses anos. E por agora, deixemos as coisas assim."
Carson McCullers (trad. José M. Guardado Moreira), A Balada do Café Triste, Relógio D`Água, 2001.
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, dezembro 06, 2005