terça-feira, outubro 11, 2005
Blogsportime
L.M.D., ainda sem título, 2005.Claro que -será de bom tom começar assim uma frase? siga, siga- não é novidade nenhuma que todos esses sinais, ainda que conjunturais mas estruturais (não digas mais nada, não digas), andem, não é aí, sinais desportivos, digo, andem, dizia, a atormentar tantas pessoas. E digo pessoas porque me custa escrever gente. Mas é o que me apetecia. Porque se calhar é mesmo disso que se trata. Disso duas vezes em três linhas. É daquelas coisas. Ponto. Mas vamos ao que aqui me traz. Que nem precisa de ser bem espremido.
Fico sempre muito admirado com os dons adivinhatórios -eles costumam dizer: "se tudo correr como deve". Já viram bem?- de muitos analistas e comentadores desportivos cá do sítio. E depois é vê-los consternados e surpreendidos. Ora vejam: nunca lhes aconteceu estar a ver uma qualquer prova desportiva e falar com os atletas e dizer-lhes: vai, corre, salta, foda-se pá, anda lá, é sempre a mesma coisa. Isto é: sempre a pedir mais e mais enquanto nos refastelámos no sofá, de cerveja em punho e a tv como interlocutora, como adversária digo. Nunca lhes aconteceu? A mim é quase sempre. É assim, é assim.
E há mais: sinceramente, muito sinceramente: já disse que sou benfiquista desde pequenino (jargão) mas por estranho que isso possa parecer (não, não é ser benfiquista) tenho uma costela sportinguista. É a vida. Dizia que há mais: sinceramente, muito sinceramente não compreendo os sócios do Sporting. Também não é para perceberes, dirão. Mete-te na tua vida. Eu: certo. Não vou dizer por que é que não percebo. Não vou. Está à vista. Queima-se quem for preciso em qualquer momento, a qualquer hora. Siga. É a vida, é vida.
Claro que -duas- sobre o Benfica e sobre Manuel Fernandes, o número 14, tenho de dizer duas ou três coisas:
1) não vou dizer que ele é um grande jogador, não vou. Seria novidade para quem?
2) o sr. Koemen -custa-me sempre a perceber a experiência acumulada destas pessoas, quero dizer: das que tiveram uma vida desportiva ao mais alto nível- ainda não ensinou aos jogadores do SLB que em momentos de retranca, como foram aí 20 minutos em Old Trafford, onde estiveram encurralados entre a linha de meio campo e a marca de golo, se devem simular (vê lá o que estás a dizer: simular! digo duas ou mais, as que forem necessárias), umas dores de ancas, de osso ou de cabeça. Não interessa. O que interessa é ficar estendido no esplendor da relva, a ver se os diabos se acalmam. E naquele caso: "O diabo na rua, no meio do redemoinho...". Mas não custou nada dizer, no fim, que se dominou. Não custa. O problema é que não foi verdade. E é isso que conta. Custa-me sempre ver o 1984 em acção, onde quer que seja. Mais: o sr. Koemen ainda não sabe -deixa lá que vais ser tu que lhe vais dizer! Isto agora!-, presumo, que se não houver ninguém estendido no esplendor da relva se devem, devem fazer umas substituições: uma agora, outra passados três quatro minutos e outra passados aí quinze minutos. Ou seja: em 15 minutos três substituições, para acalmar, quebrar, mesmo que não fosse preciso. O que não era o caso. Não. Mas não.
Mas vamos ao Sr. Manuel Fernandes: o que terá ele sentido para a partir dos 80 minutos de jogo começar a jogar de mãos nos bolsos? O que terá sido? Não, não, claro que não foi ele o culpado. Ninguém foi. É a vida (o que esta frase alcança). As coisas são como são. Mas que ele meteu as mãos nos bolsos meteu. Aos 80 minutos. Aquele passe tão fácil e tão displicente, a meio campo aos 82 minutos, deu-me vontade de pegar na tv e pregar com ela janela abaixo, enquanto gritava. Não se pode fazer passes assim, com tamanha displicência, não pode. Nunca pode. Mas ali... ali nunca. Nunca. E vêem: lá está: vai, corre, salta, foda-se pá, anda lá, é sempre a mesma coisa. Isto é: sempre a pedir mais e mais enquanto nos refastelámos no sofá, de cerveja em punho e a tv como interlocutora, adversária digo. Nunca lhes aconteceu?
Books.
Truman Capote.
Uma grande notícia, de um grande filme: 'Noite Escura' filme pré-candidato ao Óscar / Beatriz Batarda
http://tempus-perdidus.blogspot.com//
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Obrigado, caro ns, -de leitura obrigatória- pelos oito pontos sobre os Sixteen Horsepower. Woven Hand? Grande. Grandes. Se puderem ver corram, não hesitem. Não hesitem, corram. A sério. Corram. Jesus. Ele só escreve sobre um tema. Sabem qual?
Se repararam, este blogsportime já tem pelo menos, pelo menos, 15 dias. Puxa daqui, puxa dali, passa um dia e depois outro e pronto. Foi hoje. Vou acrescentar mais duas ou três notas:
1) o Sr. Scolari é muito teimoso. Muito. Devemos ter respeito por todos os adversários, certo, mas não jogamos contra a Itália, Holanda, Espanha, República Checa, França. Para não dizer, também, Brasil, Argentina, Camarões, Nigéria, África do Sul. Não. Não e não. Mas não é por isso que ele é teimoso. Também não é por causa de Baía. Não.
Lessons from the master - Philip Roth and Saul Bellow's fascinating literary friendship
2) o Sr. Presidente da Federação Portugesa de futebol não conseguiu aguentar calado? E quem é que ainda o consegue ouvir?
Booker Prize 2005 Interview
3) a vergonha em Aveiro foi bem maior fora de campo. No final do jogo cerca de 20.000 pessoas tiveram de passar por uma ribanceira, saltar os railes, atravessar a estrada -enquanto o corpo de intervenção da GNR parava o trânsito, de cinco em cinco minutos-, para as pessoas se poderem dirigir para os seus automóveis. Os carros apitavam, as pessoas assobiavam. Surreal. Ou talvez não. Muito mau.
L.M.D., ainda sem título, 2005.
4) o que desejam os sócios do Sporting? Não ganhavam ao Setúbal, em casa, há quanto tempo? O treinador apenas corrigiu uma opção que tomou. E ganhou! Claro, claro. Depois levaram no corpo, dos suecos. E admiram-se. Mas o que me parece é que em Paços de Ferreira os jogadores mostraram que não querem nem estão com o seu treinador. Olha que novidade estás a dizer. Saltou aos olhos. Outra coisa: é um erro muito grande, muito grande João Moutinho já ter tanta responsabilidade na equipa. Muito grande, mesmo. Não pensem que lhe estão a fazer bem.
'Homo floresiensis'
5) no FCP protesta-se quanto ao caso de Petit? Merecia ser castigado, já, sim, mas... quem protesta são os do FCP? Minha nossa senhora, minha nossa senhora. Acham que podem? Ai não é preciso legitimidade? Legitimidade? Então está bem. Está bem. Está.
Flores Man
Pauleta? Bater o recorde de Eusébio? Não. Sinal dos tempos. O mundo mudou. Muito.
Ia-me esquecendo: o episódio desta semana de Alfred Hitchcock Presents é sensacional. Sensacional. Na sic mulher.
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, outubro 11, 2005
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