quarta-feira, agosto 03, 2005
Vilar de Mouros (sexta-feira): terceiro de três em 10
1. Já a uns 5 metros do palco.
2. Diz-nos que como a espera foi longa vamos lá a isto, e que seja bom porque merecemos.
3. É um Peter Murphy diferente, do que esperava, que nos surge pela frente. Bom, do que esperava não é bem assim uma vez que a fotografia que já aqui havia colocado me mostrava como ele estava.
4. E pode parecer que é irrelevante mas não, pelo menos para mim. A sua estada (não é bem estada... pode ser que a amanhã a consiga substituir, e vocês só saberão porque se a mudar aparece com um asterisco, portanto não procurem legenda, se for caso disso, lembro) na Turquia influencia-o a ele e à sua música, como não podia deixar de ser. Quer tornar-se num Leonard Cohen mas não pode, não consegue, parece-me, esquecer-se do seu mestre: Iggy Pop. O que tem a ver? E depois, pareceu-me, estar também muito perto de David Sylvian. É bom? Ainda tenho dúvidas, mas isso sou eu. O é bom? não se refere nem tem ligação alguma com David Sylvian, que se note. E como o meu umbigo parece ter, agora, um diâmetro desmesurado só me aturam se quiserem. Siga que são horas.
5. Não conhecia o seu último trabalho, Unshattered. Ainda não o tinha ouvido. Sim, fui lá para o ver e ouvir e à espera que ele me despachasse e atafulhasse com Bauhaus e Love Histerya e Deep e Holy Smoke. Cada um lá sabe. Do quê? Não sei. Adiante.
6. Agora havia mais pessoas e menos frio. De forma que foi a primeira vez que ouvi, como dizia, o seu último trabalho. Gostei. Mas... acho que... Peter Murphy deve ser mais rasgadinho. Olha, por exemplo: quando ele vestiu a jaqueta, e depois também. Claro que gosto das suas canções. Já agora: de onde vem aquela voz?
7. Uma das coisas que me chamou a atenção, melhor duas, foi, foram: as vezes que ele olha para o céu e os diamantes que vão caindo e que se desfazem antes de chegar ao solo. Ainda esfreguei os olhos duas ou três vezes. Eles continuavam a cair. Podia deixar de esfregar. Bonito.
8. Em palco, Peter Murphy deambula, abraça o público e joga com as suas sombras. E há, também, o mar, e aqui deixam de ser diamantes para passar a ser pérolas. Despede-se, volta e veste a jaqueta. Holy Smoke, Marlene Dietrich´s Favorite Poem e Cut's you up. Esta deve-se ter ouvido... deixa lá ver... onde? para lá dos Picos da Europa. Os diamantes vão-o vestindo.
9. Depois diz: esta é para vós e para nós, também. Esta foi... Transmission. Já havíamos ouvido Colony, antes dos Echo, do cd. Dizer o quê? Obrigado. Presta culto ao seu mestre com Lust for Life. Outro momento alto: ele e Sarah Fimm, a convidada. Aviso: sem setlist é natural que me esteja a enganar nalguns momentos. Mas a mim não estou.
10. Agora para acabar digo o quê? Pois não sei. Só sei que gostei muito. E chega. Já me esquecia: no regresso a casa passo por um termómetro, (não sei se é assim, pelo menos é o mais fácil, outra vez agora) que marcava + 8,5. E chega mesmo.
posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, agosto 03, 2005