sexta-feira, junho 03, 2005
Chaucer e Fielding por 8 euros e 20 cêntimos!
Geoffrey Chaucer
Não me apercebi na altura. Agora foi o acaso. No stand do diário de notícias.
Contos de Cantuária
Da nota introdutória: "Chaucer encontrou dois ramos na língua; um falado pelo povo, Teutónico no génio e na forma; o outro falado pelos eruditos e pelos nobres, baseado no Francês. No entanto, cada ramo começara a adaptar termos e expressões um do outro. Chaucer, um erudito, um cortesão, um homem familiarizado com todas as classes sociais [?] mas acostumado a falar, pensar e escrever com palavras elevadas, através do seu génio abrangente juntou uma amálgama mágica os dois elementos hostis e fez com que se unissem e interpenetrassem. Antes de Chaucer existiam duas línguas em Inglaterra, que mantinham vivas as contendas e os ressentimentos de séculos de crueldade. Quando Chaucer pegou na sua pena, surgiu uma única língua, pois também sempre existiu um só povo."
Henry Fielding
Tom Jones
Da nota introdutória: "O cemitério Britânico, à Estrela, é sem dúvida um dos retiros mais aprazíveis de Lisboa. Ai, em talhões bem quadriculados, à sombra de buxeiros e ciprestes, jazem os súbditos britânicos que nos últimos séculos «renderam a alma» na capital portuguesa. O visitante, logo à entrada, avista à esquerda da alameda central o pesado monumento funerário de granito que esmaga com as suas muitas toneladas de pedra a suposta sepultura do autor de TOM JONES.
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Tom Jones é, cronologicamente, o segundo maior dos grandes romances que se escreveram até hoje, não sendo provável que a literatura de ficção volte alguma vez a produzir obras comparáveis às grandes novelas que, iniciadas no século XVI com o DOM QUIXOTE, continuadas com o TOM JONES no século XVIII, alcançaram a sua máxima floração no século XIX. É este, historicamente, o período áureo do romance.
[...]
O que torna importante a novela de Fielding não é de modo algum a intriga - a peripécia vulgar de um jovem enjeitado que se enamora de uma menina «acima da sua condição» - mas todo o quadro da Inglaterra pré-vitoriana onde ela decorre, agitada pela aventura do príncipe Carlos Eduardo Stuart, «O Pretendente», batido em Culloden em 1746."
posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, junho 03, 2005