terça-feira, maio 10, 2005
Six Feet Under notes
Sim, se loucura significar não estar preparado para lidar com a perda, cara Charlotte. Os primeiros três, quatro minutos foram brilhantes. Os outros também. Em especial a carga da carrinha, qual transporte de carne, e o seu destino. E depois, a torneira quando Claire a abre. E a pose Blow up da mesma, na cave. E a atenção que ela dá, sem pestanejar, à amiga da amiga quando esta lhe diz que ela devia saber melhor que os outros que não se deve ter medo de viver. Como que a dizer-lhe: deixa essa modorra. A ela! E o que dizer de Arthur? Que dizer! Disse ele, mais ou menos: "Bela mesa Persa." Assertivo. E depois ainda testou o George! Será que Ruth está atenta? Ou será Alan Ball a brincar connosco?
Adenda: no fim de ter escrito a frase sobre a perda reflecti sobre a mesma. Decidi mantê-la. Sei que é ambígua e que pode gerar diferentes opiniões. Só que, em relação a Nate, ela faz sentido precisamente pelo que a Charlotte diz: "a dualidade em que vive". Anda perdido? Quem não anda? por ali. Os exemplos que dá, a seguir, são perfeitos: em relação a Nate, a Brenda e ao marido de Dorothy.
Mas ele desde que regressou a casa que é assim. Para nós foi sempre assim. E nem a segunda oportunidade de continuar vivo -que Alan Ball lhe deu, num episódio absolutamente fantástico- o fez amadurecer. Podia ou devia ter amadurecido? outra discussão.
E depois o que acrescenta o Luís -as portas estão escancaradas, é um privilégio- ao fazer referência a Penélope e a Godot. Sim Luís, a procura de sentido (já agora: não sei, sinceramente, quais são as personagens mais ou menos frágeis. Todas.), dentro dessa elipse (?), que começou no primeiro dia e que Nathaniel, no episódio de segunda-feira, se queixa em conversa com Nate. Estaria zangado (com) Alan Ball? Uma personagem a protestar?
Para terminar: apesar de tudo, o sentido de humor de Ball é brilhante. Também nesse stand-up poetry, prolongando o American Beauty?
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, maio 10, 2005