quinta-feira, novembro 04, 2004
Janela Indiscreta
muito obrigado. e... e ainda não acredito. um abraço.
Canto Vigésimo
Antes que as gotas fizessem baloiçar os ramos
nós, por trás da janela, esperávamos
que a água lavasse as folhas escondidas.
Depois chovia que Deus a dava
e pusemos um copo no peitoril
a medir a água pluvial em centímetros.
Às quatro o sol apareceu
e sobre a janela o copo cintilava
pleno até à borda.
Eu e meu irmão bebemos metade cada um
e comparámos a água do poço
com a do céu que é mais escorregadia
e contudo tem o sabor a relâmpagos.
in O Mel de Tonino Guerra, Assírio & Alvim.
posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, novembro 04, 2004