quinta-feira, setembro 09, 2004
rebentação (11)
Tinha os olhos abertos mas não via.
O corpo todo era saudade
de alguém que o modelara e não sabia
que o tocara de maio e claridade.
Parava o seu gesto onde pára tudo:
no limiar das coisas por saber
- e ficara surdo e cego e mudo
para que tudo fosse grave no seu ser.
Eugénio de Andrade, "O Anjo de Pedra".
posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, setembro 09, 2004