quarta-feira, maio 12, 2004
"Hugo Pratt e o Cinema"(fim)
A Carga da Brigada Ligeira (The Charge of thr Light Brigade), 1936, de Michael Curtiz, E.U.A.
"Era um dos filmes preferidos de Pratt, que até acabou por tomar de "empréstimo" os traços gerais da narrativa, contando em Num Céu Longínquo, também uma história de triângulo amoroso com dois irmãos apaixonados pela mesma mulher. O filme de Curtiz tornou-se uma espécie de emblema do filme de acção e aventura da Hollywood dos thirties, e foi um marco na carreira de Errol Flynn."
Un Pilota Ritorna ,1942, de Roberto Rossellini, Itália.
"UN PILOTA RITORNA corresponde á primeira fase da obra de Rossellini, realizada ainda durante a vigência do regime fascista de Mussollini e com algumas intenções propagandísticas subjacentes sem que isso significasse forçosamente um empenhamento convicto de Rossellini na causa do Duce. A acção de UN PILOTA RITORNA desenrola-se nos meios da força aérea italiana durante a catastrófica invasão dos Balcãs. Pratt, filho de um militar italiano, também evocou a força aérea italiana da II Guerra, no álbum Num Céu Longínquo, embora aí o pano de fundo geográfico fosse outro (a Etiópia)."
Lanceiros da Índia (The Lives of a Bengal Lancer), 1935, de Henry Hathaway, E.U.A.
"Outro filme que se tornou quase um arquétipo do grande cinema de aventuras que só Hollywood nos anos 30 foi capaz de produzir. A sua influência sobre Pratt é evidente, e este filme de Hathaway é expressamente citado num dos episódios de Os Escorpiões do Deserto, a série que Pratt dedicou à II Guerra Mundial vista pelo lado dos pequenos aventureiros das unidades especiais britânicas em África."
A Boceta de Pandora (Die Büchse Der Pandora), 1929, de G. W. Pabst, Alemanha.
"O extraordinário filme de Pabs que mitificou Louise Brooks. Hugo Pratt não escapou ao fascínio desta obra, nem ao de Louise Brooks: há uma persanagem decalcada a 100% da sua figura (dando pelo nome de Louise Brookowski) que se cruza com Corto Maltese em duas das suas aventuras."
AGONIYA, 1981, de Elem Klimov, URSS.
"A queda dos Romanov enquadrada pelo ponto de vista do enigmático monge Rasputine, num surpreendente filme histórico de Elem Klimov, o célebre realizador de VEM E VÊ e ADEUS A MATIORA. Nas histórias de Corto Maltese, o fascínio de Pratt pelo monge Rasputine desdobra-se em dois contrários: o "Monge", um vilão, e Rasputine, companheiro de ínumeras aventuras de Corto Maltese e seu melhor amigo."
Mauvais Sang, 1986, de Leos Carax, França.
"Peça fundamental na constituição do "mito Carax", MAUVAIS SANG continua hoje a parecer um filme tão "único" como na altura em queestreou. Hugo Pratt desempenha um pequeno papel, no que não pode deixar de ser considerado como uma homenagem de Carx, realizador que não é só um cinéfilo, mas também um "bedéfilo"."
Memórias do Cangaço, 1965, de Paulo Gil Soares, Brasil.
"MEMÓRIAS DO CANGAÇO é um curioso documentário sobre o cangaço, esse fenómeno do banditismo brasileiro, que conta, inclusivamente, com depoimentos de alguns antigos cangaceiros."
Jesuit Joe, 1990, de Olivier Austen, França.
"O primeiro filme directamente baseado sobre material da autoria de Hugo Pratt. No caso, o álbum homónimo, sobre as aventuras de um jovem índio que se apossa do uniforme de um cavaleiro da polícia montada do Canadá, por volta dos anos 70 do século XIX - um northern, portanto."
in folha da cinemateca portuguesa, Setembro de 2002.
posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, maio 12, 2004