quarta-feira, maio 26, 2004
"eyes wide shut" (1)
- Boa noite.
- Boa noite.
- Podemos ser-lhe úteis?
- Suponho que quererão a palavra-passe.
- Se nos quiser dizê-la.
- Fidelio.
- Obrigado. Vamos conduzi-lo à casa.
[dentro da mansão]
- Boa noite.
- Boa noite.
- A palavra-passe, senhor?
- Fidelio.
- Obrigado.
- Não sei se tem ideia do que está a fazer. Mas não pertence aqui.
- Desculpe, penso que deve ter-me confundido com outra pessoa.
- Não seja louco. Vá-se embora, já!
- Quem é você?
- Não interessa quem eu sou. Você corre grande perigo. Deve ir-se embora enquanto pode.
- Importa-se de nos desculpar por uns momentos?
- Está a divertir-se?
- Tenho visto coisas interessantes.
- Quer ir para um sítio um pouco mais... íntimo?
- Íntimo? Pode ser uma boa ideia.
- Cá está você. Tenho andado á sua procura. Empresta-mo por uns instantes? Prometo trazê-lo já.
[...]
- Creio que não imagina o perigo que corre. Não pode enganá-los por muito mais tempo. Tem de sair antes que seja demasiado tarde.
- Por que me diz isso?
- Não importa.
- Quem é você?
- É melhor não saber. Mas deve ir. Agora.
- Vem comigo?
- É impossível.
- Porquê?
- Porque me custaria a vida e possivelmente a sua.
- Deixe-me ver o seu rosto.
- Não. Vá.
- Permita-me... É o senhor que tem um táxi à espera?
- Sim.
- O seu motorista está na entrada e quer falar-lhe com urgência.
- Por favor... aproxime-se. Quer dizer-me a palavra-passe?
- Fidelio.
- Está certa. Essa é a palavra passe? para a entrada. Mas posso perguntar-lhe qual é a apalavra-passe para a casa?
- A palavra-passe para a casa... Lamento, mas... parece que... me esqueci.
- É uma pena... porque é indiferente que se tenha esquecido... ou que nunca a tenha sabido. Queira retirar a sua máscara.
[retira a máscara]
- Agora... dispa-se.
- Despir-me?
- Tire a sua roupa...
- Meus senhores, por favor...
- Tire a roupa... ou quer que o façamos por si?
- Pare! Deixe-o ir. Leve-me... estou pronta a redimi-lo.
- Está pronta a redimi-lo?
- Sim.
- Tem a certeza de que sabe o que está a tomar... sobre si?
- Sim.
- Muito bem. Está livre. Mas aviso-o... se volta a fazer perguntas... ou se diz uma só palavra a alguém... sobre o que viu? as consequências serão medonhas para si... e para a sua família. Compreende?
- [sim,não muito convencido, com a cabeça]
- Que vai acontecer àquela mulher?
- Já ninguém pode mudar a sorte dela. Aqui, quando se faz um juramento... não se pode voltar atrás. Vá!
posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, maio 26, 2004