A montanha mágica

quinta-feira, setembro 25, 2003

POESIA


Recebemos dois presentes. Um vamos partilhá-lo hoje, o outro... fica para amanhã. Obrigado Mário Rui.




MARGUERITE YOURCENAR


LES TRENTE - TROIS NOMS DE DIEU

[Os Trinta e três nomes de Deus]

Essai d'un journal sans date et sans pronom personne

[Tentativa de um diário sem datas e pronomes pessoais]


1. Mer au matin

[ Mar pela manhã ]

2. Bruit de la
source dans
les rochers
sur les parois de pierre


[ Murmúrio da
nascente nas
rochas
sobre os muros de pedra ]

3. Vent de mer
la nuit,
dans une île


[ Vento de mar
a noite,
sobre uma ilha ]

4. Abeille

[ Abelha ]

5. Vol triangulaire
des cygnes


[ Voo triangular
dos cisnes ]

6. Agneau nouveau-né
beau bélier
brebis


[ Cordeiro recém-nascido
formoso ariete
ovelha ]

7. Le doux muffle
de la vache
le muffle sauvage
du taureau


[ O terno focinho
da vaca
o focinho selvagem
do touro ]

8. Le muffle
patient du
bœuf


[ O focinho
paciente do
boi ]

9. Le feu rouge
dans l’âtre


[ O rubro fogo
na lareira ]

10. Le chameau
boiteaux
qui traversa la
grande ville encombrée
allant vers sa mort


[ O camelo
coxo
que atravessa a
grande cidade atravancada
a caminho da morte ]

11. L’herbe
L ‘odeur de l’herbe


[ A erva
O odor da erva ]

12. ‘ ‘’’’’’

13. La bonne terre
Le sable
et la cendre


[ A boa terra
A areia
e a cinza ]

14. Le héron qui a
attendu toute la
nuit, à demi gelé,
et qui trouve
à apaiser sa
faim à l’aurore


[ A garça real que
esperou toda a
noite, quase gelada,
e pela aurora encontra
com que aplacar sua
fome ]

15. Le petit poisson
qui agonise
dans le gosier du
héron


[ O pequeno peixe
que agoniza
nas goelas da
garça real ]

16. La main,
qui entre en
contact
avec les choses


[ A mão,
que entra em
contacto
com as coisas ]

17. La peau —
toute la surface
du corps


[ A pele —
toda a superfície
do corpo ]

18. Le regard
et ce qu’il regarde


[ O olhar
e o que ele vê ]

19. Les neuf portes
de la
perception


[ As nove portas
da
percepção ]

20. Le torse
humain


[ O torso
humano ]

21. Le son d’une
viole ou d’une
flûte indigène


[ O som de uma
viola ou de uma
flauta indígena ]


22. Une gorgée
de boisson
froide ou
chaude


[ Um trago
de bebida
fresca ou
cálida ]

23. Le pain

[ O pão ]

24. Les fleurs
qui sortent
de terre au
printemps


[ As flores
que despontam
da terra
na primavera ]

25. Sommeil
dans un lit


[ Sono
em um leito ]

26. Un aveugle
qui chante
et un enfant
infirme


[ Um cego
que canta
e uma criança
enferma ]

27. Cheval qui
court
en liberté


[ Cavalo que
corre
em liberdade ]

28. La femme —
aux — chiens


[ A mulher —
os — cães ]

29. Les chameaux
qui s’abreuvent
avec leurs petits
dans l’oued
difficile.


[ Os camelos
que se banham
com seus filhotes
no difícil oued ]

30. Soleil levant
sur un lac
encore à demi
gelé


[ Sol nascente
sobre um lago
ainda meio
gelado ]

31. L’éclair
silencieux
La foudre
bruyante


[ O relâmpago
silencioso
O trovão
fragoso ]

32. Le silence
entre deux amis


[ O silêncio
entre dois amigos ]

33. La voix qui vient
de l’est,
entre par l’oreille
droite
et enseigne un chant


[ A voz que vem
de levante,
entra pelo ouvido
direito
e ensina um canto ]

22 mars 1982

[22 de março 1982]

Tradução de Mário Rui de Oliveira.

posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, setembro 25, 2003

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São horas, Senhor. O Verão alongou-se muito.
Pousa sobre os relógios de sol as tuas sombras
E larga os ventos por sobre as campinas.


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