terça-feira, setembro 30, 2003
ESCLARECIMENTO 2
Não, caro Pedro Mexia , não, esse foi mais um, sim, mais um ataque ao “Expresso”, que a Coluna Infame, dirigiu a este semanário. Em posts anteriores já a Coluna tinha feitos outros, e todos aqueles que líamos a Coluna, estavam bem cientes de qual era a opinião desta em relação àquele.
Desculpem lá, mas é claro que todos já tínhamos percebido que era mais um ataque ao semanário em questão. Não vale a pena repetir isso à exaustão. Não vale. Não é esse o cerne da questão.
Ora, o que aqui queríamos realçar era a coerência em relação ao motivo de tal “ataque”, o que estava na base, ou seja, o artigo do jornalista que o assinava. E quanto a esse artigo, e só em relação a esse artigo, repetimos uma vez mais, que continha afirmações que não eram verdadeiras, a Coluna desferiu um “provocatório ataque”. Mas ataque porquê? Vocês (nós) só nos estavamos a defender de considerações que não eram verdadeiras. Não eram. A melhor defesa é o ataque? Possivelmente…
Então, “ataca-se” todo o semanário, por não se concordar com o ponto de vista de um jornalista, num determinado assunto? Não suscitaria a mesma indignação, aquele artigo, num outro jornal, num outro órgão de comunicação social? Sem que fosse preciso criticar o todo? Na nossa maneira de ver, sim.
Mas, caro Pedro Mexia, já entendemos o seu ponto de vista, respeitámo-lo o que não quer dizer que concordemos. Numa coisa concordámos: o “Expresso”, tinha todas as condições e mais algumas, para ser muito melhor. A auto-crítica constante (que não sabemos se existe ou não existe no “Expresso”), que o JPP, trouxe para a blogosfera, deveria ser adoptada em muitos outros locais.
Já não entendemos, isso sim, as afirmações que o senhor jornalista Paulo Querido, faz no seu - O Vento lá Fora -. Incredulidade porquê? Por causa da memória? Mas quem é que pensa, aqui na blogosfera, com tantos olhos e potenciais reacções ao momento, que pode afirmar hoje algo e amanhã desmentir o que disse, sem que esteja bem fundamentado? Revisionismos em directo? Parece-nos que a ética de colocar um post e não o retirar nem o alterar, está a vigorar. A mudança de opinião, essa é sempre saudável, mas não posso dizer hoje que é branco e amanhã dizer que é preto, sem pelo menos explicar a razão da mudança.
Balas, senhor Paulo Querido? Balas? “dá o peito às balas da Montanha Mágica” (as aspas são nossas), sem aspas e tudo? Que linguagem tão violenta e ofensiva, para exprimir aquilo que é discordância e vontade de ser esclarecido. Não atacámos ninguém! Discordamos! E como entender a seguinte afirmação, escrita pelo mesmo:
“Foi-me fácil logo na altura perceber que era o Expresso o visado do comunicado. Não falei disso na altura por pudor e pelo respeito que me merece a Redacção para a qual contribuo. Da mesma forma que as cadeias de poder existem nas redacções para proteger os indivíduos-jornalistas, também estes têm o dever de dar a cara pelos seus jornais. Ou pelo menos eu assim considero.”
Quer dizer: o “provocatório ataque” partiu de um artigo para o todo, e aqui o autor que escreveu o artigo diz que percebeu que o “ataque” era ao todo! Sejamos claros: qual foi o motivo do “ataque”? O artigo.
Ou seja, pelo menos neste caso, se o artigo descrevesse com exactidão o assunto em causa (a entrada de JPP na blogosfera), não haveria “ataque”. Eventualmente poderiam haver outros, mas não a partir deste. No reconhecimento do erro, está, muitas vezes, a grandeza do Homem.
E, por favor, não veja “balas”, apenas vontade de perceber, e ficar esclarecido.
Nota: onde o senhor jornalista do “Expresso” viu balas, Pedro Mexia viu uma interpelação cordata.
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, setembro 30, 2003