quarta-feira, setembro 17, 2003
Do Mestre d`A Casa Encantada (1)
CINEMA E PINTURA I
"A 19 de de Novembro [2001], inicia-se na Cinemateca um ciclo muito pouco usual. Ao contrário do critério “convencional” (já seguido por nós, para associar o cinema a outras artes, como a ópera, a música, a literatura ou o teatro) este Ciclo, dedicado ao “Cinema e Pintura”, não mostrará, basicamente, os títulos “evidentes” para tal temática. Alguns veremos, mas poucos veremos dos filmes imediatamente associáveis à pintura ou porque a pintura é o seu cerne, ou porque são filmes sobre vida de pintores, ou porque a fotografia se inspira na obra do pintor A ou do pintor B, ou porque são “filmes de arte” dedicados a telas célebres ou a obras célebres da história da Pintura.”
A IMPERATRIZ VERMELHA de Josef von Sterberg, (1934).
“Para muitos THE SCARLET EMPRESS é a obra prima absoluta de Sternberg, com o delírio barroco dos cenários, o deslumbramento das imagens, a força trágica dos acontecimentos, a presença mágica de Marlene, a composição alucinada de Sam Jaffe na figura do Grão-Duque.”
A VÍTIMA DO MEDO de Michael Powell, (1960).
“O filme “maldito” de Michael Powell a que só muito tempo depois se prestaram as devidas honras. Um dos mais intensos estudos sobre a paranóia, e também sobre o cinema, através da história de um jovem cineasta amador cuja obsessão pela morte o transforma num assassino para filmar in extremis as reacções das vítimas.”
SICÍLIA de Jean-Marie Straub e Danielle Huillet, (1998).
Pedro Costa entre Jean-Marie Straub e a Danièle Huillet
"A partir do romance de Elio Vittorini Conversazione in Sicilia, Jean-Marie Straub e Danielle Huillet realizaram um dos seus filmes mais marcantes. Quatro diálogos ilustram o percurso de um siciliano à sua terra e casa, e os seus encontros com gente diversa e com a mãe. “Os Straub desenvolvem aqui um radical-optimismo de que uma frase célebre de Kafka… dá a fórmula: “No combate entre ti e o mundo, escolhe o mundo” (Emmanuel Burdeau, Cahiers du Cinema)."
VAMPYR de Carl. T. Dreyer, (1930).
“Um filme de horror banhado numa claridade puríssima. Um filme sonoro que reinventa a noção de cinema mudo”. Assim se exprimiu Edgardo Cozarinsky sobre esta obra prima de Carl T. Dreyer, talvez o mais insólito filme da história do cinema, poema de morte e ressurreição pela luz do cinema, e inspirado pela novela Carmilla de Sheridan le Fanu.”
CARTA DE APRESENTAÇÃO de John M. Stahl, (1938).
“De um mestre do melodrama, uma das obras mais simples e eficazes do género, explorando temas bem conhecidos. Uma jovem candidata a actriz após a morte da mãe dirige-se a um grande actor e empresário que muito admira, com a carta de apresentação que a mãe escrevera. Esta contém, sem que ela o saiba, a revelação de que ela á filha daquele actor. A apresentar em cópia nova.”
in folhas da cinemateca portuguesa museu do cinema
posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, setembro 17, 2003