terça-feira, julho 01, 2003
BIOGRAFIA
“Bernardo Vaz Lobo Teixeira de Vasconcelos nasceu a 7 de Julho de 1902, em S. Romão do Corgo, Celorico de Basto. Estudou no colégio de Lamego e em Coimbra, seguindo cursos universitários que não completou. Alma estuante em corpo de saúde delicada, viveu entre entusiasmos e desilusões, a «sofrer a dor de toda a gente», mas com o fervor dum ideal que não é de toda a gente – o «Ideal Cristão», que com tanta alma expôs em 1924, no I Congresso Eucarístico de Braga. Nesse mesmo ano, deixando a Universidade, tomou o hábito beneditino; professou no ano seguinte e, quando começava na Bélgica os estudos sacerdotais, viu-se prostrado pela doença que ao longo de mais de seis anos lhe acrisolou a vida. Morreu a 4 de Julho de 1932.
Aceitando o sofrimento com espírito cristão, dobrado de espiritualidade monástica, fez dele ascese purificadora e escola de místicas ascensões. E frustrado na sua carreira sacerdotal, dedicou-se ao único apostolado que lhe era possível na sua condição de doente: o da oração e da pena, oculto aquele (bem como o do sofrimento), passível de registo est`outro. Vida na paz (tradução), A Missa e a Vida Interior, As nossas festas (ambos publicados em artigos na revista «Opus Dei» antes de aparecerem em livro), A vida de S. Bento contada às almas simples, etc. Tinha a preocupação dum estilo simples, numa linguagem cuidada. Após a sua morte, apareceu uma compilação de cartas suas, arrumadas a jeito de autobiografia, num volume intitulado Vida de Amor.
Mas a sua obra principal, realmente aquela que o impõe como poeta místico, é sem dúvida o Cântico de Amor. Em palavras que, evidentemente, não foram escritas para sair impressas, eis como ele próprio nos fala do seu livro de versos:
Todos os dias medito na leitura dum livro de versos que intitularei «Cântico de Amor» - não amor profano… mas a Deus.
Será fazer apostolado pela poesia.
(…)
Desejo que esse livro seja simplesmente um louvor a Deus.
(…)
No deserto, quando o coração estiver a trasbordar, terei necessidade de comunicar ao papel em forma de verso os meus estados de alma.”
VASCONCELOS, FR. Bernardo de, “Cântico de Amor”, Mosteiro de Singeverga, Edições Ora &Labora, 1982, p.p. 6 e 7.
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, julho 01, 2003