quinta-feira, julho 08, 2010
No jornal da tarde da rtp 1 as imagens da Espanha, em festa, a derrotar a Alemanha na África do Sul só passaram às 13h50m, e acho que duraram segundos. O ressabiamento é fodido.
O dr. Soares anda a dizer há um ror de dias que se fosse ele agora no governo o seu conselho de ministros juntar-se-ia muitas vezes com o conselho de ministros espanhol, fundamental diz ele. Há uns anos teria dito se alguém lhe dissesse, e se calhar disseram, olhe sr. dr. é melhor olharmos para a Espanha e... Ele de certeza que responderia, oh, meu senhor, ou, oh, minha senhora, Espanha? quem quer saber de Espanha? e teria logo ali alguém naquele momento a rir-se e a trocar olhares e a tirar fotografias e a filmar para depois mostrar a todos como ele é fixe, tipo aquela dentro do autocarro a dizer ao gnr que estava a cumprir a sua função para se ir embora que ali não precisavam de gnr nenhum, e o homem, encavado, envergonhado, banzado, lá olhou e não percebeu o adn do animal político que tinha pela frente.
Se a vida é, também, uma luta, ou sem o também, entre aqueles que vá-se lá saber têm muito mais do que todos os outros e aqueles que nada ou pouco têm, a Espanha que em 1975 aparece em todos os índices económicos atrás de Portugal fez/faz tem feito essa distribuição muito melhor do que os portugueses que governam a república democrática portuguesa desde há 36 anos, e que andam por aí afora divertidos e cheios de cagança a derramar discursos e outras palermices.
O ressabiamento dos 50 minutos depois é mesmo fodido.
A selecção alemã disputou há quatro anos as meias finais do mundial de futebol que organizou. Portugal também jogou essas meias finais, mas havemos de perder sempre com a França e depois no terceiro e quarto lugar levamos 4 dos alemães. O ponto de vista é que enquanto os alemães já tinham o actual seleccionador/treinador também lá no banco, renovaram a equipa tornando-a mais cosmopolita e melhor tecnicamente sem revolução e sem deitar a experiência adquirida quase toda fora, Portugal fez tudo ao contrário: mudou de treinador que quando entrou disse que era preciso mudar muita muita coisa, vínhamos de um segundo lugar europeu e um quarto lugar mundial, escolheu uma selecção de jogadores ridícula para levar à África do Sul e depois o mais grave de tudo, parece-me, não soube criar/dar as condições necessárias para aqueles jogadores, mais jovens menos jovens, mais vaidosos menos vaidosos, mais ambiciosos menos ambiciosos, etc, e depois aparecem alguns a dizerem que o capitão tem de, e tem de e tem de, etc, fazendo lembrar o seleccinador António Oliveira na Coreia do Sul. Somos bastante fracos, mas o pior é não querer aprender nada ou quase nada com quem sabe mais e deitar fora aquilo que se andou a fazer ao longo de tanto tempo, no ministério da educação, das finanças, da saúde, da economia etc, etc. A lufada de ar fresco passa e passou e olhar para aquele banco e para o ar daquelas pessoas parecia estar a olhar para os funcionários das finanças de um qualquer bairro fiscal.
O actual seleccionador veio depois dizer que não admitia que pusessem em causa a sua palavra e coisas assim, uns dias antes perguntaram-lhe se o trabalho que Fábio Coentrão estava a mostrar era surpreendente? Ele disse que não, que nos treinos e que já tinha dito que ele era assim bom naquele lugar, sem nunca referir a grande época que o lateral esquerdo fez no Benfica, é que para o dizer se calhar teria de engolir em seco o porquê de não ter levado mais jogadores com aquela capacidade de trabalho físico e técnico, e havia pelo menos mais três. Também no Uruguai (loco, loco), o lateral direito fazia aquele corredor vezes sem conta. Mas nunca foi capaz de o dizer, custa-lhe, é parolo e diz para não duvidarem das suas opções e da sua palavra.
E os do clube de futebol mais representativo da cidade do Porto parece que gostam dele.
No último mundial também ganhamos à selecção holandesa de futebol. É a vida.
posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, julho 08, 2010