terça-feira, dezembro 06, 2011
Da Democracia (12)
Uma proposta: saltemos dos logoi de Dario até às batalhas de Maratona e de Salamina, centrando-nos, depois, nesta última. Voltaremos, lá mais para a frente, não a Dario mas a Clístenes para depois, noutro salto, chegar a Péricles.
Avancemos, então, primeiro, até Maratona (490 a.C.) e, depois, até Salamina (480 a.C.).
Num dos Livros de Histórias escreve José Ribeiro Ferreira: "E no entanto não é a batalha de Salamina que encontramos mais exaltada nos tempos subsequentes. Devida à actuação dos mais pobres cidadãos de Atenas e símbolo da força da democracia, não era de molde a concitar a exaltação dos nobres e oligarcas, que pelo contrário procuravam travar a evolução da democracia. Encontraram um chefe à altura em Címon, filho de Milcíades, um conservador a quem desagradava o caminho que tomava a democracia e que tentou suster, senão mesmo fazer regredir, a tendência evolutiva que a caracterizava. Nessa luta, Maratona –uma vitória atribuída a um elemento de uma das mais poderosas e influentes famílias atenienses – será amplificada e mitificada, como bandeira, pelos oligarcas e pelos nobres para se oporem abertamente à causa democrática. Maratona fora uma vitória nacional, mas dado ser Milcíades um rico aristocrata, a batalha era celebrada com a satisfação de algo próprio nos círculos dos nobres que viam o avanço da democracia com olhos de suspeição."
De outro dos Livros de Histórias escreve a dado passo Carmen Leal Soares: "É com a seguinte afirmação de P. Green sempre presente que passaremos a considerar este tema: Paradoxalmente, e não obstante a sua grande importância, Salamina deve ser encarada como uma das batalhas pior documentadas de toda a história dos combates navais."
Porque será? Ainda e mesmo que Píndaro a tenha cantado...
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, dezembro 06, 2011